SEU JORNAL VIRTUAL SOBRE NATURISMO NO BRASIL E NO MUNDO |
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O jornal Correio Brazilienze em sua edição de 20 de dezembro de 2002 publicou mais uma matéria sobre Naturismo. Desta vez enfocando-o de maneira geral |
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Nus e felizes Pero
Vaz de Caminha, escrivão da frota de Cabral, na carta ao rei de Portugal,
à época do descobrimento do Brasil, em 1500 Por Mayla Largura |
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Quando
o projeto de lei de Gabeira for sancionado pelo presidente da República,
a criação de novas áreas públicas de naturismo poderá incrementar o
turismo e trazer divisas para o país.
‘‘Esse é um nicho de mercado que merece ser melhor
explorado’’, explica Fernando Gabeira. ‘‘O alvo são
principalmente os turistas europeus, que não podem, em seu país,
desfrutar de áreas naturistas o ano todo. Como eles em geral respeitam o
meio ambiente e têm alto poder aquisitivo, só ganharemos ao atraí-los
para o Brasil’’, calcula.
Os naturistas só têm a comemorar. ‘‘É a primeira vez em que
o Estado dá um caráter oficial à matéria’’, argumenta Celso Rossi,
um dos militantes pioneiros do naturismo no Brasil, que já até deu
palestras sobre o assunto para parlamentares.
Celso carrega a bandeira dos pelados há mais de 15 anos. Seu currículo
é de peso: foi um dos fundadores da Associação dos Amigos da Praia do
Pinho, em Santa Catarina — o primeiro recanto naturista oficial do
Brasil. Hoje, Rossi é empresário e está à frente do clube naturista
Colina do Sol, uma espécie de comunidade, que vive nua e sem preconceitos
na cidade gaúcha de Taquara.
O projeto arquitetônico do lugar é diferenciado, e tem apelo ecológico.
Aliás, o amor e o respeito à natureza andam de mãos dadas com o
naturismo. Essa é uma das características marcantes entre o movimento e
o nudismo puro e simples. Os naturistas, além de estarem submetidos a rígidas
regras de comportamento, são amantes da natureza. Entre as normas, estão
a proibição de causar dano à flora e à fauna e o repúdio total a atos
libidinosos em público (leia sobre as normas éticas do naturismo no
quadro).
‘‘O que estraga são as pessoas de fora, que vão até os
recantos naturistas só para ver as pessoas nuas’’, rejeita a empresária
Catarina Nunes, 27 anos, que já foi à praia de Tambaba (PB) três vezes
com o namorado. ‘‘A sensação de estar nua é maravilhosa. Só de não
ter que ficar me preocupando com o biquíni, puxando daqui e dali, faz
muita diferença’’, comenta.
Na maior parte dos clubes naturistas, há lugares específicos para
famílias e outros para solteiros. ‘‘Homens sozinhos geralmente tendem
a criar problemas’’, explica Maria Luzia Almeida, presidente da Federação
Brasileira de Naturismo. ‘‘As mulheres são menos
transgressoras.’’
Esse aparente preconceito em relação aos homens é um dos grande
problemas a serem resolvidos dentro dos espaços naturistas. ‘‘Eles
ficam segregados, a princípio, mas a partir do momento em que conquistam
a confiança do grupo, podem se misturar’’, explica Luzia, que freqüenta
com seu marido a praia de Barra Seca, a cerca de três horas de Vitória
(ES).
Mas o que leva uma pessoa a tirar a roupa em grupo? A resposta mais
comum entre os naturistas é a sensação de liberdade, uma quase volta à
infância. As pessoas se misturam com mais facilidade, tornam-se mais
abertas, a convivência fica mais fácil e as diferenças sociais — que
geralmente são tão evidenciadas pelo figurino — somem quase
imediatamente.
Profissionais tentam explicar essa ‘‘volta à infância’’.
Para o psicanalista naturista Paulo Sérgio Werneck, o bem estar de andar
nu é notado em todas as crianças. Mas essa naturalidade é aplacada pelo
preconceito dos pais. Para agradá-los, a criança passa a vivenciar e
aplicar conceitos como o pudor, que traz a insegurança com o próprio
corpo. Mas, o desejo de estar nu continua latente, em cada adulto.
E, para a surpresa geral, quem pensa que gorduchos, baixinhas,
peitudas e complexados com o corpo em geral não freqüentam praias e
clubes naturistas está redondamente enganado. Celulites, estrias e
gorduras localizadas são quase imediatamente esquecidas, quando se dá de
cara com as celulites, estrias e gorduras localizadas dos outros. ‘‘A
curiosidade sobre o corpo do outro desaparece em dois minutos’’,
contabiliza Celso.
Talvez por ficarem tão em pé de igualdade, as pessoas que mais têm
dificuldade em tirar a roupa são as mulheres que têm o corpo mais perto
do que se estabeleceu chamar de perfeito. ‘‘Elas têm receio de deixar
transparecer os defeitos, e assim, terem sua imagem arranhada’’,
explica Rossi. Serviço Contatos:
352-1987 / 9986-3183 / 9982-6697 ou pelo e-mail planat@planat.org.br
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Principais condutas éticas do Naturismo: | |||||||||||||
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Adotar integralmente a nudez no recinto naturista; ·
Usar toalhas e similares nos assentos de caráter público; ·
Estimular, através da discrição, respeito e amabilidade, que
visitantes ainda não adeptos do Naturismo sintam-se à vontade para
iniciar-se nessa prática; ·
Prestar auxílio, sempre que possível e solicitado por outro
naturista; ·
Receber com simpatia e aceitação qualquer tentativa respeitosa de
aproximação, para travar conhecimento de quem assim o deseje; · Respeitar os espaços e/ou privacidade desejados por outros naturistas nas áreas citadas. |
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Atitudes que ferem a ética naturista: | |||||||||||||
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Circular no recinto naturista usando roupa. É permitido somente o
uso de bonés, chapéus, óculos e sandálias; ·
Agir de maneira desrespeitosa e/ou agressiva com quem quer que
seja, em qualquer situação; ·
Praticar atos de caráter sexual ou obscenos; ·
Fotografar gravar ou filmar qualquer indivíduo ou grupo, sem
permissão destes e do Conselho Diretor; ·
Constranger outros naturistas com gestos, palavras ou atitudes que
tenham conotação sexual; ·
Praticar jogos ou outras atividades em locais que possam interferir
na tranqüilidade; ·
Utilizar instrumentos sonoros que possam interferir na tranqüilidade
alheia; ·
Satisfazer necessidades fisiológicas em locais ou condições
inapropriadas; ·
Exceder-se no uso de bebidas; ·
Portar e/ou usar drogas; ·
Deixar lixo fora dos locais apropriados; ·
Praticar jogos de azar; ·
Portar e/ou usar armas brancas ou de fogo no recinto naturista; · Chegar ao recinto naturista desacompanhado (salvo os casos autorizados). |
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