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A televisão, quando disposta a mostrar um trabalho bem feito,
invade nossa
casa com questões interessantes, não muito percebidas pela maioria.
Seriados e novelas de época, além de muitos especiais, procuram
mostrar, com fidelidade, o modo de vida na época retratada.
Olhares distantes da cenografia, figurino e maneira de falar poderão
perceber os padrões de comportamento que regeram a sociedade ao longo dos
tempos. Pequenas atitudes, hoje extremamente comuns, já foram, no
passado, violentamente castigadas.
O que há de interessante nisso tudo?
Notar que a civilização não consegue aprender com seus erros.
Parece ser um dom do ser humano condenar tudo o que é novo. Talvez
porque, para quem não interessa, o novo pode ser ameaçador, modificar os
povos de tal a se tornarem incontroláveis, distantes da alienação que
ainda vivemos. Ou um mero e persistente erro, que sempre acontecerá.
Felizes aqueles que em seus pensamentos de vanguarda, puderam,
mesmo que pagando com a vida, abrir os olhos, lenta e gradativamente, da
cega massa mundial.
Este é um dos papéis do naturista. Ainda vítima de preconceitos
e acusações sem sentido, caminha pela linha do tempo à espera de um
reconhecimento. Este, porém, só virá quando se há um consenso geral,
que anda muito em falta. Desvios ideológicos atrapalham a caminhada
daqueles com boa intenção, e transformam todos em “presas” fáceis
para os setores mais conservadores.
Não seria demais pedir conscientização e raiz naquilo que se
faz. Não adianta gritar por “paz e amor”, ou “anarquia”, por
exemplo, se nem se sabe o porquê destes gritos. O naturismo não foge à
regra.
Diariamente centenas de pessoas em todo o mundo divertem-se
despidas de
suas vestimentas, e grande parte destas se mostra com atitudes inenarráveis,
e por que não, lamentáveis dentro dos nossos ideais.
Base: é a palavra chave e mínima que se pede aos nossos irmãos.
Sem uma base ideológica, as coisas perdem seus fins, e tudo não passará
de uma “onda do momento”. Onda esta que pode arrebentar na areia cheia
de “lixo”, ou seja, a parte que nunca interessou, e por isso a
estragou, tornando-a dispensável.
Já que o assunto é ideologia, vamos aproveitar já o ritmo de
carnaval e refletir ao som deste samba-enredo. A pessoa narrada sim, era
um exemplo de digno seguidor de seus ideais. |