Minas Gerais na Luta por um naturismo real

 

entrevista a Pedro Ribeiro*

 

foto: Pedro Ribeiro

José Roberto Fabri, com amigos no restaurante, logo após a abertura oficial do V Encontro Nacional de Naturismo de Tambaba.

José Roberto Fabri, 40 bem vividos, segundo ele próprio, advogado, solteiro, presidente da NAT-MG (Associação naturista de Minas Gerais), com base em Belo Horizonte. Fala ao OLHO NU sobre a associação a qual preside e sobre o V Encontro Nacional de Naturismo de Tambaba.

 

OLHO NU: Zé Roberto, fale um pouco sobre a NAT-MG.

 

José Roberto: A NAT-MG é basicamente um grupo de amigos que se reúne para praticar o naturismo, em um ambiente restrito, infelizmente ainda, a  gente aluga uma fazenda, ou um sítio. Somos um grupo muito pequeno, em torno de 30/35 pessoas tentamos manter o naturismo vivo em Minas Gerais. A custo de muita luta.

 

A gente tenta manter uma certa harmonia dentro do grupo, mas confesso que atualmente está meio difícil.

 

ON: Tem havido conflitos dentro do grupo ?

 

JR: Acho que todo grupo tem isso. Estou há quatro anos à frente da NAT-MG, já tive situações, assim, muito delicadas, como dificuldades financeiras, mas agora está tendo dificuldades de relacionamento. O grupo está tendo uma tendência de ser elitista, posição, aliás, que em minha opinião, não combina em nada com o Naturismo.

 

Pelo que eu entendo, concebo e batalho, o Naturismo deve possuir uma ausência total de qualquer tipo de preconceito ou rotulagem. É você aceitar o seu próximo, as pessoas do jeito que são. E não pelo que elas têm ou pelo que elas ostentam.

 

Então, a agente está tendo esse problema interno atualmente e eu estou tentando lutar contra isso e, se Deus quiser, vou conseguir vencer essa batalha.

 

ON: Como é que uma pessoa que esteja interessada em participar do NAT-MG deve fazer parta ingressar no grupo ?

 

JR: Nós temos um problema, que é comum a todas as associações, que é a presença de homens solteiros. A gente aceita homem solteiro, aliás, eu sou um deles, mas depende de uma cota. Dependendo do número de mulheres solteiras, a gente aceita homens solteiros também. Atualmente o número de homens solteiros já está lotado. Se aparecer uma mulher solteira, aliás, será muito bem vinda, novos homens vão ser aceitos também. É a única restrição que a gente tem.

 

ON: O número de homens e mulheres solteiros deve ser o mesmo, ou existe uma proporcionalidade ? Explico: Aceitam-se mais homens do que mulheres ?

 

JR: Há mais homens solteiros do que mulheres. A proporcionalidade é a seguinte: para cada três homens tem que haver duas mulheres. Casais não contam. Então o número de mulheres que entraram com seu marido ou namorado, não conta no cômputo geral.

 

ON: E as pessoas querendo entrar em contato com vocês, como fazem ?

 

foto: Pedro Ribeiro

José Roberto desfrutando do paraíso de Tambaba, juntamente com outros naturistas.

JR: No nosso site há os telefones de contato. Antes de cada encontro naturista, fazemos um encontro social em um bar no centro de Belo Horizonte, o Sushi Beer, que fica numa região muito badalada na capital, a Savassi. Isso serve para aqueles que ainda se sentem inseguros ou constrangidos. Eles têm oportunidade de chegar e encontrar o grupo, em um ambiente neutro e tomar contato com o pessoal com que eles vão estar relacionados.

 

ON: Superadas essas dificuldades atuais, o que o grupo pretende para o futuro ?

 

JR: A expansão do grupo é uma coisa que divide muito as opiniões. Muitos querem expandir e tantos querem conservar como está. Eu acho muito confortável do jeito que está. Ou seja. A gente mantém o número em cerca de 30 pessoas , eventualmente vêm alguns convidados de fora. Aliás, todas as pessoas que venham de outras associações não há nenhuma restrição para elas participarem dos Encontros, são muito bem-vindas. Mas eu acho muito gostoso do jeito que está, que torna o grupo um encontro familiar de final de semana. Essa é minha opinião pessoal, não quer dizer que seja a mesma opinião do grupo.

 

Os Encontros acontecem uma vez por mês. Antes fazíamos duas vezes por mês, mas por questões financeiras isso não é mais possível.

 

Jornal Olho nu - edição N°62 - novembro de 2005 - Ano VI


Olho nu - Copyright© 2000 / 2005
Todos os direitos reservados.