A presidência diz presente

 

entrevista a Pedro Ribeiro*

 

foto: Pedro Ribeiro

Elias Pereira, presidente da FBrN no passeio de Catamarã pelo rio Paraíba. Na foto com xxx e Reynaldo. (Clique para ampliar)

Elias Alves Pereira, 60, casado, presidente da FBrN (Federação Brasileira de Naturismo), fala para OLHO NU sobre a praia de Tambaba e sobre o V Encontro Nacional de naturismo. É o segundo mandato de Elias frente à Federação.

 

OLHO NU: Elias, como é ser o presidente da Federação Brasileira de Naturismo ?

 

Elias Pereira: Olha, como eu gosto do naturismo, faço tudo pelo naturismo, minha vida é o naturismo. Hoje é Brasil. Então eu me sinto muito bem em pertencer ao naturismo. Eu gosto de estar aqui e, a cada dia, crio mais laços de amizade nesse meio.

 

Hoje foi aqui em Tambaba. Nós crescemos assustadoramente em relação ao último Encontro no início deste ano.

 

ON: Quantos afiliados há hoje ?

 

EP: Vinte e cinco. Acabamos de afiliar mais três recentemente.

 

ON: Todas elas mandaram representantes ?

 

EP: Noventa por cento mandaram representantes. Somente duas ou três não fizeram. Esse encontro tornou-se muito representativo do naturismo brasileiro.

 

ON: O que você achou da organização ? O que funcionou e o que não funcionou ?

 

EP: Pra mim foi excelente. Cumpriu a nossa pauta e palestras, com exceção das duas últimas que estavam marcadas e não aconteceram por um mal entendido. O saldo foi totalmente positivo.

 

ON: Você começou no naturismo quando e como ?

 

foto: Pedro Ribeiro

Lili e Elias em seu almoço na praia de Tambaba

EP: Comecei em 1995, em Brasília. Com dois meses de fundado o PLANAT, fique sabendo da existência, fui, gostei e cheguei onde estou hoje.

 

Mas eu pratico desde que eu nasci. Na roça, na fazenda, eu me sentia bem em ir para os córregos com os amigos e tomávamos banho todo mundo pelado. Também na lagoa. Vindo a Brasília, casei em 1967, e criei a minha família de forma bem natural. Eu e minhas filhas tomávamos banhos juntos.

 

ON: Então toda sua família é naturista ?

 

EP: Não são. Eu as criei desta forma, mas quando ficaram mocinhas começaram a se vestir mais. Mas a minha filha mais nova, Tatiane, ingressei com ela aos 11 anos de idade no naturismo. Ela permaneceu frequentando os encontros até casar. Mas o marido não é naturista. Mas as duas netas estão frequentando. É uma vitória. Quem sabe um dia eu traga todos eles de volta?

 

ON: Qual será o futuro da Federação Brasileira ?

 

EP: Pelo que aconteceu aqui em Tambaba, eu vejo um futuro maravilhoso para a FBrN. Esse apoio político é muito bom. A presença dos políticos da região na abertura do Encontro foi formidável. O encontro com o senador Ney Suassuna, durante nosso almoço, foi marcante. Esse sim é que vai ajudar a liberar a Lei Gabeira, que até agora não saiu, mas hoje vai sair.

 

Eu gostaria de continuar visitando as áreas naturistas brasileiras. Gostaria de ir a todas. E já há muito interesse em criação de novas áreas, como em Natal e em Recife, e até em Mato Grosso, por exemplo, que tiveram representantes aqui. Dou o maior apoio possível e estarei nesses lugares nos dias das inaugurações.

 

ON: Obrigado Elias, pela entrevista.

 

EP: Obrigado a você, Pedro Ribeiro. Esta luta também é sua. Você que luta pelo Abricó, com toda aquela polêmica que teve no Rio, você é um batalhador que conseguiu a liberação daquele local. Parabéns. Você está em todos os Encontros comigo. Congrenat e outros. Você estar aqui é muito importante para mim porque eu cresço com esse apoio.


A primeira dama do naturismo brasileiro estava acompanhando seu marido, aliás como sempre faz, neste Encontro de naturismo. OLHO NU não perdeu a oportunidade de trocar duas palavras com ela. Conhecida como Lili, Maria das Graças é casada com Elias há 38 anos. Fazem um casal muito feliz e simpático.

 

OLHO NU: Lili, como é ser a primeira dama do naturismo brasileiro ?

 

foto: Pedro Ribeiro

Elias e Lili reproduzem a famosa cena do filme "Titanic" na beira do Catamarã, durante o passeio pelo rio Paraíba.

Lili: Em primeiro lugar eu não me sinto a primeira dama. Eu acompanho o Elias no que eu posso. Dentro das minhas possibilidades, a gente sempre vai junto. Mas esse negócio de me chamar de primera dama, já até "pegou" um pouco, até mesmo lá no clube (PLANAT) as pessoas ficam me chamando assim, mas eu não me sinto uma autoridade.

 

Eu me sinto é uma mãe de todo mundo. O pessoal me respeita muito. Eu gosto muito disso. Há um carinho enorme. Eu admiro isto demais. Pois além de estar no naturismo, que é a gente se aceitar, as pessoas me aceitarem de uma maneira muito, muito elevada. O respeito que elas têm, tanto para mim quanto à minha família. Me sinto como uma pessoa comum, que está qui para ajudar o naturismo e acompanhar o elias em tudo que ele precisar e naquilo que estiver ao meu alcance.

 

Espero que as pessoas estejam realmente gostando. Às vezes a gente acha que está ajudando muito, mas nem todo mundo acha. Mas eu gosto muito de fazer isso.

 

ON: O que você achou do Encontro ?

 

Lili: Maravilhoso. Realmente eu tiro o chapéu para a Paraíba. Já havia visto fotos, imagens daquele DVD que nós recebemos. Quando vi as imagens falei: se for tudo isso que a gente vai encontrar já está no céu. E a acolhida aqui é maravilhosa. O pessoal é muito hospitaleiro. A gente se sente em casa. Espero ter mais oportunidaes de voltar aqui.

 

Adorei o passeio de barco. Até um pessoal que foi com a gente, que não era naturista, acabou aderindo. Muito legal.

 

Eu só tenho que agradecer ao pessoal da Paraíba, ao prefeito Régis, à Rose,  à Cláudia e espero que continue com essa hospitalidade.

Jornal Olho nu - edição N°62 - novembro de 2005 - Ano VI


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