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OLHO NU apresenta dois depoimentos que estão originalmente no site da Ynai-Brasil. Pelo modo em que ambos são contados poderiam estar até mesmo na seção NATConto. Não estão porque são verdadeiros e não obras de ficção.

Atenção: as fotos são meramente ilustrativas.

A Pergunta Crucial

por Eduardo Martins*

Não que este seja o método mais correto de se fazer as coisas, mas na verdade algumas vezes é assim que a vida acontece.

Há muito tempo tinha vontade de vivenciar o naturismo, mas não sabia nem como nem onde ir. Entrei em contato com alguns grupos (YNAI-Brasil, Planat e NatMG) pela Net e isto me ajudou a ter opções mais reais, porém havia um problema... Minha esposa não queria ir...

No domingo, ainda na Fazenda do Engenho, resolvi ligar para a esposa através do celular:

- Agora que o fim de semana já está acabando, eu vou te contar: eu não estou exatamente em Brasília neste momento.

- Onde você está, então?

- Estou em um sítio. Num encontro naturista. Do PLANAT.

 

Houve silêncio. Um silêncio tão curto em função do tempo que levou, mas bem longo pela expectativa da reação. Foram mais de 60 segundos numa ligação interestadual sem que qualquer palavra tivesse sido pronunciada. E quando veio, trouxe uma enorme carga de preconceito e desinformação:

- Olha lá, hein! Juízo aí. Não vá sair transando a torto e a direito.

- Que isso?!!! Não diga uma besteira dessas.

- Você sabe muito bem o que eu penso.

- Sei, mas você também sabe o que penso. Se você não quer conhecer, não tem sequer o direito de pré-julgar.

 

Ficamos neste clima durante muito tempo, até que a Sophia, filha do Chris e da Lili, aproximou-se de mim. Ela me disse algo que não entendi porque estava no celular e, principalmente, porque ainda não tenho a experiência de entender o que diz uma criancinha. Limitei-me a segurar a sua mão.

- Tem crianças aí? - Perguntou a minha esposa ao ouvir a sua doce vozinha.

- É claro que tem. Já lhe disse muitas vezes que isto aqui é um ambiente familiar.

- Calma! Não quero brigar com você.

Neste ponto ela estava certa. Se, pessoalmente, eu já não tinha sucesso nesta empreitada, não seria por telefone que iria conseguir.

Já em casa, no sábado seguinte, à noite, ela teve vontade de tomar um caldo de feijão. Lamentou que o período de festas juninas já estava acabando. Sem querer eu
entrei no assunto:

- Na semana passada, numa hora dessas, eu estava tomando caldo, quentão, comendo canjica...

- E a quadrilha? Como é que vocês fizeram? Dançaram pelados?

 

A história ainda estava na sua cabeça. Ela sempre conseguiu evitar a minha ida a locais naturistas somente afirmando que não iria. Ela sabe dos impedimentos de pessoas desacompanhadas nestes ambientes. Mas desta vez eu tinha ido e o que é pior, sem antes ter falado com ela, para dar-lhe a possibilidade de martelar na minha cabeça até conseguir uma promessa de que não iria.

- Não houve quadrilha, por causa do frio.

- Mas vocês ficaram pelados, mesmo com frio?

- Durante o dia, não estava gelado e à noite, perto da fogueira, o calor estava insuportável. Ficamos nus quase o tempo todo.

 

Ela continuou fazendo perguntas e eu respondendo o pouco que sabia. Me ajudou muito a palestra dada pelo Alberto, no sítio. Eu tinha respostas na ponta da língua, mas teve uma que pesou mais. A resposta decidida, imediata e sem titubear foi decisiva.

- Vem cá! Você levaria a sua filha nestes encontros?

- Óbvio que sim.

 

Até que enfim:

- Aqui. A primeira vez que eu for, eu posso ficar com a parte de baixo do biquíni?

Finalmente ela começou a pensar seriamente em ir. Não consegui leva-la ainda, mas a idéia já parece mais plausível para ela.

*secretário do Planat e

conselheiro da YNAI-Brasil para o Centro-Oeste.

Trabalha em Brasilia mas é de MG.

Leia o relato original em www.ynai.com.br/eduardo.htm 
 


Se é para ficar pelado... já é!

por  Marcos Vinicius Tannus*

Tenho 17 anos e sou nascido e criado no Centro-Oeste do Brasil. A cultura aqui ainda é muito conservadora em certos pontos, mas eu sempre fui mais atirado do que a maioria das pessoas daqui. Minha história começou na sexta feira, quando meu tio/padrinho falou comigo que ele e minha tia estavam freqüentando lugares naturistas e já se consideravam naturistas.

Falou como é que eram as coisas lá, como tudo ocorre de forma natural e saudável e eu me interessei. Só que ele não me convidou para ir... ao menos neste dia...

No dia seguinte de manhã, ele me ligou bem cedinho e eu ainda estava dormindo... hehehe. Ele falou que eles estavam indo num encontro naturista daqui do Goiasnat e perguntou se eu queria ir... Na mesma hora eu aceitei e fui! Não podia perder esta! Tava meio com sono, mas não tive dúvidas, em 15 minutos ele estaria passando aqui em casa!

Chegando lá foi tudo na boa mesmo. Entrei no quarto com meu primo de 18 anos e minha irmã de 15, também era a primeira vez deles. Eles ficaram um pouco sem saber o que fazer e enrolando, eu fui logo tirando a roupa e saí, o pessoal foi super receptivo e foi bom à beça!

A galera de lá me deu o maior apoio, e eles tem uma cabeça bem legal. Coisa de aconchego mesmo... Sei lá! Um clima familiar! Parecia que eu estava em casa! Eu achava que já conhecia todos eles a mó tempão... E só conhecia há 5 minutos!

E a partir daí eu passei a gostar e freqüentar todos os encontros que posso ir. Faço parte do Goiasnat e da YNAI-Brasil e também vou nos encontros do Planat. Eu acho que quando alguém quer uma coisa, não deve pensar muito. Deve fazer! Sem olhar para trás!

Se gostar... Show! Se não gostar... Beleza também, ao menos experimentou e não ficou com dúvidas! Só tenho uma coisa para dizer... É bom pra car... (caramba)! Fui!

*Goiano e também é associado da Ynai-Brasil,

bem como sua irmã e seus 3 primos.

Leia o relato original em www.ynai.com.br/marcosvinicius.htm

Jornal Olho nu - edição N°67 - maio de 2006 - Ano VI


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