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Jornal Olho nu - edição N°95 - outubro de 2008 - Ano IX

I Campeonato Internacional Naturista de Surf

por Richard Pedicine e Pedro Ribeiro

foto: Pedro Ribeiro

Alexandre Palitot, presidente da Federação Paraibana de Surf, apoiou integralmente a idéia da realização. Ele, com 38 anos de idade, é jornalista de profissão. Carioca de nascimento e paraibano de coração. "Surf é o esporte de vocação da Paraíba".

O XXXI congresso Internacional de Naturismo, realizado em Tambaba, foi palco do Primeiro campeonato Internacional Naturista de Surf, um dos pontos altos dos eventos paralelos.

A idéia surgiu com os integrantes do grupo independente NU (Naturistas Unidos), liderado por Carlos Santiago, que entrou em contato com a Federação Paraibana de Surf, cujo presidente, Alexandre Palitot, aceitou o desafio na hora.

O desafio consistia em convencer os surfistas a disputarem as provas e permanecerem nus enquanto estivessem na área da praia de Tambaba, pois, "de maneira geral, o surfista têm problemas com a sua própria nudez", declara Palitot.

foto: Pedro Ribeiro

O grupo NU (Naturistas Unidos) foi o realizador do evento. Carlos Santiago, o primeiro à esquerda, que olha o hasteamento do pavilhão da associação, foi o mentor da ideia.

Nos sites Inject Brasil e CUT Back, especializados em surf, havia ficha de inscrição. Os participantes concorreram a seis pranchas de surf novinhas em folha no valor aproximado de R$ 600,00 cada uma, troféus e medalhas. Foram abertas inscrições para várias categorias. A realização contou com a colaboração  do dono de uma famosa pousada da área, a pousada Arca do Bilu, e do próprio Bilu, surfista há mais de trinta anos.

O patrocínio da Prefeitura do Conde veio na forma dos prêmios - R$ 3600,00 em pranchas de surf - e forneceram o sistema de som e a barraca onde os juízes e organizadores trabalharam.

Por ser o primeiro evento do tipo, Alexandre explicou que não foi possível conseguir patrocinadores, que sem saber que tipo de cobertura a festa poderia receber, não quiseram arriscar suas marcas.

O campeonato naturista é uma novidade no mundo do surf. Os organizadores não sabiam o que poderia acontecer, nem tiveram como prever o interesse. Mesmo assim o número de inscritos surpreendeu, mas na categoria feminino não houve nenhuma inscrição. Na verdade a única candidata desistiu porque não havia concorrência. Não havia sido prevista categoria infantil, no entanto apareceram interessados na hora da realização na própria praia, que acabaram levando os troféus e medalhas destinados às mulheres.

foto: Pedro Ribeiro

Houve dificuldade de se obter patrocínio porque as empresa ficaram receosas de associar seus nomes a um tipo de cobertura da mídia que desconheciam

As categorias estabelecidas eram "Open", de 18 anos para cima, "Master", acima de 35 anos, e "Longboard", com uma prancha de comprimento mínimo de 2,97 metros

No sábado, 12, foi organizada uma "escolinha" de surf para animar os naturistas. E alguns se aventuraram neste nova empreitada. Celso Rossi, Pedro Ribeiro e Carlos Santiago, dirigentes de áreas naturistas se misturaram a outros para aprender os primeiros passos (ou seria as primeiras braçadas) na arte de surfar. Não fizeram feio.

Mas bonito fizeram os rapazes que competiram para valer. Trinta e sete inscritos participaram das diversas baterias, enfrentando as ondas do mar morno de Tambaba. Eram jovens de variadas idades. A quase totalidade era dali mesmo da Paraíba.

Um destes "locais", Jackson Nogueira, descreveu alguns poucos competidores como "a galera da Arca do Bilu". Ele já surfavam na praia de Tambaba e sempre surfam pelados. As camisas coloridas usadas na competição são somente para identificar os competidores.

fotos: N. Valerio

A escolinha de surf atraiu muitos interessados que primeiro tiveram aulas na segurança da areia...

...depois, de pranchas em punho, tiveram que enfrentar o "perigoso" mar, com a supervisão do professor Palitot.

Um dos surfistas que pertencem ao grupo "fora de Tambaba", Marcelo Ribeiro, 14 anos, é frequentador da praia próxima, a Coqueirinho. Com fala mansa e cabelos loiros encaracolados trançados com contas coloridas. Porém chegou tarde e ficou fora da competição. Ele falou que não tem problema em surfar pelado e que foi seu pai quem o levou para fazer a inscrição. Muitos de seus amigos frequentam a praia de Tambaba. Perguntado sobre o que faria caso encontrasse algum um amigo ou amiga da escola na praia, disse "fazia nada". Apesar de lidar sem problemas com o naturismo, ele não vai mudar de Coqueirinho para cá, por causa das ondas:"Aqui é ruim. Lá é melhor."

Discordando um pouco da opinião sobre as ondas, Guilherme, que surfa há um ano e já foi campeão juvenil, segue os passos do pai surfista e funcionário público, quando não está na água. O rapaz já tem sua prancha de cinco pés e duas polegadas, está pela primeira vez na praia naturista e diz que o que mais gosta do lugar são as ondas.

Os campeões infantis receberam seus troféus e medalhas com a mesma cerimônia que as outras categorias, inclusive com direito a entrevista com locutor e oportunidade de fazer agradecimento à "mamãe" e pose para fotos.

Os troféus e medalhas foram entregues aos vencedores de cada categoria pelos naturistas presentes, aos primeiro, segundo e terceiro colocados, numa grande festa de confraternização. As pranchas foram entregues aos seis campeões de cada categoria.

Os dados foram lançados e o resultado foi excelente, com grandes possibilidades de continuar realizando eventos como este, quem sabe pelo Brasil inteiro, sonha Palitot.

Clique no link http://www.injectbrasil.com/naturismo.htm e leia a matéria de Alexandre Palitot para o portal especializado em surf. E diversas fotos sobre o evento.

Clique sobre as fotos a seguir para ver as ampliações do evento do surf.

(Fotos de Pedro Ribeiro, N. Valerio, Carlos Martinho, Arnaldo Soares e Renato Cordeiro)

 

 

 

 

 

 

entrevista a Pedro Ribeiro


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