A FBrN, tomando conhecimento da entrevista do Sr. Andre Herdy, presidente afastado da FBrN, desde o dia 11 de dezembro de 2007 (e não ex-presidente, como é dito na entrevista) vem a público esclarecer alguns pontos equivocados da referida entrevista:
1) O afastamento provisório do Sr. Andre foi efetuado legalmente, como diz o estatuto, conforme é atestado pela Ata do Conselho Maior da FBrN, de 11.12.2007, confirmada pela AGE de 16.03.2008, conforme diz o próprio texto da ata, transcrito a seguir:
“...Por vinte votos contra dois (ANABRICO e JORNAL OLHO NU), ficou decidido que o vice-presidente, Elias Alves Pereira fica efetivado na presidência, até a decisão definitiva da justiça (final do processo) sobre o caso André Herdy. ...”
Em nenhum momento a FBrN fez ou emitiu qualquer opinião a respeito do processo em si, visto que o mesmo foi sempre levado de forma sigilosa, e não havia como se pronunciar apenas baseado em comentário da mídia impressa e/ou falada.
2) Do mesmo modo, no mesmo dia do fato, a FBrN emitiu uma nota oficial, que foi divulgada em todos os sites naturistas, e para todos os mail-lists disponíveis, comunicando esta decisão. Não houve, como o Sr. André Herdy diz, “estilhaçamento” do naturismo na mídia impressa e falada. A FBrN, através de sua diretoria e conselhos “monitorou” durante todo este tempo o que era dito e falado sobre o caso. Havia inclusive uma nota oficial, redigida especialmente para este caso, em que seria defendido o naturismo, com a publicação nos jornais de grande circulação do país. Tal ação nunca foi necessária, visto que o caso em nenhum momento foi ligado ao naturismo ou à federação. Se houve algum “estilhaçamento” do naturismo, o mesmo ficou restrito às salas do inquérito.
3) O site da FBrN, devido não termos como atualizá-lo e esclarecer o público sobre os fatos, realmente foi provisoriamente retirado do ar, ficando no entanto em seu endereço, o site do XXXI Congresso Internacional, de forma a continuarmos a dar informações sobre o referido congresso, junto à comunidade internacional. No mês de março, após recebermos o material do referido site, voltamos a atualizá-lo, mantendo fiel e integralmente o mesmo conteúdo que o Sr. André Herdy havia deixado. Em junho foi criado o domínio fbrn.org.br, e todo o conteúdo foi transferido para um novo provedor, de acordo com solicitação da diretoria da FBrN, de modo a mantermos o site da FBrN independente de qualquer associado. O domínio fbrn.com.br continua sendo propriedade da FBrN, mas no momento serve apenas como link para o novo site.
4) O site do YNAI saiu do ar, algum tempo depois, não sabemos a época, porém não foi por determinação ou autorização da FBrN. Provavelmente foi devido à falta de pagamento ou expiração do prazo contratual. Tal fato deve ser questionado junto à diretoria do YNAI.
5) O Sr. André diz também que “estava trabalhando para cumprir uma determinação da assembléia da Federação Brasileira, realizada durante o 6º Encontro Brasileiro de Naturismo, em novembro, um mês antes. Na assembléia ficou decidido que deveria ser pesquisado a real situação das terras da Colina do Sol, pois havia informações que a Colina teria sido formada para ser a sede da própria federação e nada disso estava regularizado até então.”
Há um grande equívoco nesta afirmação, visto que não houve decisão em plenário sobre isso. Havia três assuntos diferentes, em que foram discutidos a parte, logo após a deliberação da comissão criada para discutir o cartão INF. Não era reunião plenária. Estavam presentes apenas algumas pessoas da diretoria e do conselho, e discutimos informalmente: a) o Sr. André contou da agressão por parte de um colineiro, e que já havia aberto ocorrência sobre o caso. Alertou nesta ocasião que havia inclusive casos de drogas. b) Foi falado que a FBrN tem uma área na AAPP, que é propriedade da FBrN. Isto é fato e pode ser verificado. c) Discutiu-se sobre comentários esporádicos e sem nenhum resquício de verdade sobre swing em algumas associações. Tais discussões foram genéricas e não se referia exclusivamente sobre a qualquer associação. O assunto não foi debatido em plenário pois não houve tempo para isso. Portanto não havia “determinação” para tal ação.
Deve-se também levar em consideração, que, mesmo que houvesse tal determinação, não seria responsabilidade do presidente da entidade levar a cabo tal tarefa, e sim do Conselho de Ética ou em última instância, do Conselho Maior, conforme determina o estatuto da FBrN. Neste caso o Sr. André tomou uma decisão sozinho, sem consultar os dois conselhos para tal.
O Sr. André já tinha sido advertido, no plenário da própria assembléia realizada no 6º Encontro de Naturismo, na Praia do Pinho, em novembro de 2007, sobre o fato de não dar conhecimento de suas ações à sua diretoria e/ou Conselhos.
6) O Sr. André diz que seus advogados tentaram entrar em contato com a Federação Brasileira de Naturismo e não teve sucesso. Não temos registro de nenhuma tentativa. Nos estranha também dizer que os sites estavam fora do ar e não tinha como buscar documentos. Faltou ao advogado recorrer às pessoas que detinham as informações, que era a Diretoria constituída, ou os membro dos Conselhos, Maior e de Ética. Se houve este contato, a FBrN gostaria de ter o registro do mesmo.
7) Quanto à informação do Sr. André, se intitulando de responsável direto por trazer o XXXI Congresso Internacional ao Brasil, temos as seguintes colocações:
a. O desenho do sonho de trazer um congresso internacional ao Brasil começou muitos anos antes quando o Sr. Elias, presidente da FBrN, participou o congresso na CROACIA. Naquele tempo o Brasil era mal conhecido no mundo naturista. Tínhamos apenas um voto em plenário, graças à ação do Sr. Elias em implantar o passaporte naturista no Brasil, feito que lhe rendeu muitas reclamações e que tinha muitas pessoas e associações contrarias.
b. Em seguida aumentou o numero de passaportes e o Brasil passou a ter direito de 5 votos. Com isso vislumbrou-se a oportunidade de tornar o sonho em realidade.
c. Em maio de 2006, o Brasil apresentou sua candidatura. Estiveram presentes, entre as autoridades constituídas, o Sr. Elias, presidente da FBrN, o Sr. Damasceno, presidente do Conselho Maior da FBrN e na época presidente da SONATA, candidata a sede do congresso, o prefeito de Conde, Sr. Aloísio Regis e o seu secretário Paulo Barreto. O Sr. André, fluente na língua inglesa, acompanhou a delegação, como interprete do Sr. Elias, tarefa que ele exerceu com maestria. Porém todas as diretrizes e preparativos para a defesa da candidatura do Brasil foram efetuadas pela comissão acima referida. Portanto os créditos para tal devem ser divididos igualmente entre a FBrN, SONATA e Prefeitura de Conde, sem a qual nunca se teria havido o encontro no Brasil.
d. Com a posse do Sr. André, em fevereiro de 2007, todas as ações referentes ao Congresso passaram a ser efetuadas exclusivamente por ele, presidente, sem dar conhecimento prévio de suas ações à diretoria e/ou conselho, motivo da advertência que o mesmo recebeu durante o 6º Encontro, já relatada anteriormente. No entanto, fora este detalhe, parecia que tudo estava sob controle e que finalmente teríamos o encontro.
e. No entanto, em janeiro de 2007 o Brasil chegou a perder a condição de anfitrião do congresso. A transição para a administração do vice-presidente, Sr. Elias foi dificultada pelo fato de parte da diretoria ter afastado (a primeira secretária e o primeiro tesoureiro solicitaram formalmente o seu afastamento), que inclusive alegaram desconhecimento dos documentos e das finanças da FBrN. pois a mesma não havia pago os selos de 2007 e isso era motivo suficiente para cancelar nossa candidatura. O Sr. Elias, às suas custas, pagou os selos e normalizou as contas com a INF. Porém já era tarde. O Brasil havia perdido o direito de sediar o XXXI Congresso. Muito contribuiu para este fato, também, o afastamento por motivo de doença do presidente da INF, Sr. Wolfgang, que dois meses antes havia visitado o Brasil e ficado encantado com os preparativos para o congresso.
f. Foi aberto novo processo de candidaturas, apresentando-se o BRASIL, ITALIA, CROACIA, AFRICA DO SUL e ESTADOS UNIDOS. Desta vez não havia tempo de fazer campanha ou mandar uma comissão para defender nossos direitos. Então contamos com a ajuda de dois baluartes do naturismo europeu, Sr. Laurindo Correia e Ismael de Oliveira, presidentes das federações portuguesa e espanhola, que numa carta magistralmente escrita, e enviada a todas as federações, defendia a ordem e o respeito às decisões tomadas, colocando-se inclusive numa posição de confronto com a INF caso não fosse mantida a decisão inicial. Somou-se a isso a intervenção precisa do secretário do município de Conde, Sr. Saulo Barreto, que estava presente na Europa para uma feira, representando o seu município, e teve um encontro tenso com a diretoria da INF, onde defendeu a nossa candidatura. Para isso o recém empossado Presidente da INF viajou 400 km para se encontrar com o Sr. Saulo Barreto.
g. Ao efetuar a nova votação, o Brasil venceu novamente os adversários com uma maioria esmagadora. E tivemos o maior congresso naturista mundial de todos os tempos.
Entendemos os sentimentos do Sr. André, pois sabemos como deve ser duro ser acusado quando temos convicção de nossa inocência. Se não o visitamos durante o período, sabemos também que poucos o fizeram, e sob condições especiais. No entanto não podemos concordar com as colocações que afetam a federação e o naturismo brasileiro. Inclusive não vemos motivo para que o Sr. André coloque que “naturismo no Brasil nunca mais”. Em qualquer lugar do mundo, o naturismo, como defendido pela INF e de acordo com o código de ética, é o mesmo e é praticado por milhares de famílias, contando com a presença de crianças, adolescentes, adultos e idosos, de varias raças, credos, opção sexual, condição financeira ... Concluindo, desejamos ao Sr. André que tenha sucesso na sua defesa e que possa futuramente retornar ao convívio da família naturista.
Federação Brasileira de Naturismo
- Diretoria
- Conselho Maior
- Conselho de Ética
Brasília, 08 de janeiro de 2009
Naturalmente,
ELIAS ALVES PEREIRA
Presidente da FBrN
(enviado em 10/02/09)
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