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Jornal Olho nu - edição N°102 - maio de 2009 - Ano IX |
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RESPONSABILIDADE NATURISTA por Evandro Telles*
Na última vez em que estive gripado fui a uma farmácia e solicitei um determinado anti-gripal que vi em uma propaganda na televisão, me senti um doutor auto-medicando, mas mesmo assim fiz uma consulta médica e a receita era o mesmo remédio que tinha comprado na farmácia. A única diferença é que o médico sabia o que eu estava ingerindo e eu não.
Em muitas outras áreas profissionais acontece a mesma coisa, existem diversos construtores de obras que querem fazer construções sem a planta do engenheiro responsável, tem experiência sobrando para fazer o que é preciso, a única diferença é que o engenheiro sabe os motivos de se ter uma determinada viga, coluna etc. e o construtor acha que precisa.
Por aí vão tantos outros exemplos que temos da nossa prepotência de acharmos que podemos fazer o papel de outros profissionais que não temos qualificação alguma para exercê-la.
Da mesma forma, temos naturistas e verdadeiros naturistas, os primeiros tiram suas roupas simplesmente porque gostam, os outros porque gostam e sabem porque o fazem. Pode até ser que o resultado seja o mesmo, a construção está lá com o engenheiro ou não, a diferença é a consciência da responsabilidade que se tem, e esta consciência se adquire através do conhecimento, do estudo, da leitura, e a responsabilidade diante da família, da comunidade, da postura de respeito para com a natureza e para com todas as pessoas.
Após a Segunda Guerra Mundial, as pessoas pensaram que finalmente teriam paz já que os gastos com armamentos foram reduzidos numa grande proporção, 37%. Em 1988 esta ilusão acabou, chegamos ao alarmante 835 bilhões de euros por ano, e o pior de de tudo isso é que o número maior de vítimas não se deu nos campos de guerrilhas entre países e sim na guerra interna, na violência urbana.
O que se vê nos jornais, agressão à criança, aos animais, a poluição de nossas águas, a irresponsabilidade de alguns empresários, aos crimes, já não chamam tanta atenção. Tirar do homem a sua integridade moral e física é o fim dos relacionamentos humanos, é a desconfiança em tudo e em todos se trancando nos carros, na fábrica ou em casa.
Isto tudo é a falta de RESPEITO. RESPEITO que os naturistas tanto lutam para obter. O ato de tirar as roupas não se limita a ficar sem elas, exige-se mais do que isso, é uma revolução nas áreas sociais e humanas, é educar a criança desde cedo a olhar para o ser humano e não ver somente o físico, tem mais o que ser visto.
Tirar as roupas é o mesmo que dizer “sou assim, pode me aceitar?”, é criar um clima de mais confiança e amizade, é diminuir as tensões sociais ocasionadas pela valorização das aparências, é estar de bem consigo próprio e com todos que o cercam, é o respeito pela dignidade humana sem a preocupação de ser tirado o que mais temos de valor, a VIDA.
O Naturismo tem responsabilidade com a vida, conscientes ou não, o resultado é este mesmo, chama atenção, é reivindicatória nas lutas pelos direitos da vida. A responsabilidade dos naturistas é maior do que podem carregar, é preciso pedir ajuda aos universitários, isto mesmo, é preciso que os jovens também estejam engajados numa filosofia de vida que pode fazer uma grande a diferença no futuro.
(enviado em 02/05/09 por Joaquim Salles) |
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