Nudismo: Nem tão novo nem tão superficial

Investigações arqueológicas têm demonstrado que o nudismo para tomar banhos de sol se pratica desde a antiguidade. Babilônios, assírios, gregos e romanos foram os primeiros.

Nos tempos modernos, o auge do nudismo renasceu em 1906, quando o intelectual alemão Richard Ungewitter publicou Die Nacktheit (A nudez). Desde então os reclamos dos defensores deste estilo pelo respeito a sua forma de vida têm chegado inclusive até a sede dos Direitos Humanos nas Nações Unidas.

Em muitos casos o nudismo se associa com a defesa da natureza. Desde 2004 se celebra a denominada Volta ciclista mundial de nudistas, que já envolve 70 cidades do mundo para advogar pelo desenvolvimento de uma consciência ambientalista e criticar a dependência da sociedade de estilos de vida que geram contaminação.

Na edição ocorrida em 2008, na cidade de Saint Louis, Missouri, nos Estados Unidos. Nessa vez a polícia exigiu aos manifestantes levar ao menos um mínimo de roupa: tangas, trajes de banho ou quando menos pintura no corpo, mas sempre há quem se apresentou sem nada!

Também a arte tem recebido sua cota de nudez: numerosas pinturas e esculturas, antigas ou contemporâneas e seguindo estilos diversos, exaltam a beleza de corpos nus, sem importar idade, cor ou proporções.

A fotografia se cercou ao tema com diversos propósitos, não só estéticos. O norteamericano Spencer Tunick alcançou fama com seus instantâneos de grandes grupos de pessoas desvestidas. Sua carreira, criticada ao ponto de prisão, se fez muito mais popular com sua turnê Naked States (Estados desnudos) por todos os Estados Unidos, que mais tarde chegou a outras cidades do globo.

Tunick conseguiu fotografar 70.000 pessoas que se desnudaram sem preconceito na Praça del Zócalo, México, marcando desta vez um recorde mundial. Entre suas obras sobressaem célebres fotos de "desabrigados" nos gélidos glaciares, como forma de denúncia contra a irracional exploração dos recursos naturais, causa da mudança climática. «Nem o gelo já é tão frio», protestavam estes singulares ecologistas depois daquela façanha.

Razões e estilos

Estes Adões e Evas — ainda que no jardim do Éden — pra lá de aproveitar o efeito tônico do sol e o ar defendem o nudismo como uma filosofia que dita livrarem-se das roupas quando resultam desnecessárias ou quando as condições atmosféricas não as requeiram.

Segundo eles, a vergonha das sociedades civilizadas ante à nudez se afinca em séculos de condicionamento moral e dá origem a problemas psicoemocionais como falta de autoestima, pobre autoimagem corporal e morbo sexual.

Vale assinalar que a maioria dos nudistas, ao «livrarem-se» do sentimento de pudor ante à nudez, adquirem uma maior segurança pessoal e uma nova apreciação da beleza e da dignidade do corpo humano, referem vários sítios na Internet dedicados ao tema.

Como vantagem adicional, se assegura que ao depor de qualquer interesse pela moda tais indivíduos eliminam o estresse que as «tensões pelo bom vestir» causam a tantos.

Seus detratores os acusam de indecentes e exibicionistas, mas a defesa assume o fato de que permanecer sem roupas é um feito alheio a qualquer conotação sexual. O insano, dizem, é estar vestidos, porque isso atrai sobre o corpo um manifesto desejo sexual, e a curiosidade se sabe cúmplice de muitos vícios.

Com roupas ou nu, o que se deve caracterizar sempre ao ser humano é o respeito pelos demais, o cuidar de não ferir sensibilidades nem ofender.

Cantores e poetas nos têm chamado com sua obra a desnudar a alma, a livrar-nos da hipocrisia cada vez maior neste mundo onde os desígnios dos poderosos marcam falsos caminhos, e a entronizar como nossa maior riqueza a transparência do espírito e dos sentimentos.

Respeitar preferências, costumes e filosofias de vida, sem ter que aderir-nos a elas, marca o caminho do entendimento entre os seres humanos.

via: Naturismo e vida Sã de Nelson_Agadé_ em 29/11/09

Fonte: http://pe.globedia.com/polonia-aumenta-debate-autorizan-nudismo-playas-varsovia

(enviado em 30/11/09 por Peladistas Unidos)