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Jornal Olho nu - edição N°110 - janeiro de 2010 - Ano X |
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Nudismo solitário? Será o nudismo uma atividade solitária? Depoimento em blog naturista revela dificuldade de interação em praias naturistas A questão põe-se porque durante os anos em que fazemos nudismo, notamos que existe um certo receio em criar algumas empatias com outros nudistas, não só em relação a nós, mas também em relação a outros praticantes. Para nós tem sido algo difícil encontrar outros nudistas nas nossas relações, pois entre os nossos amigos não os existem (pelo menos não entre os que sabem que nós fazemos), e também não é uma atividade em que andemos a divulgar a toda a gente, visto que mesmo os nossos amigos que sabem, estão sempre a fazer algumas perguntas estranhas, o que mostra uma certa curiosidade por um lado, mas também alguma dificuldade de entender esta filosofia, coisa que nós conseguimos detectar facilmente na nossa sociedade. Mas no entanto sabemos e vemos que cada vez mais aparecem novos nudistas, mas que infelizmente se mantêm algo anônimos, tal como nós. Na praia notamos que existe respeito entre nudistas em relação à nudez de cada um, e por isso existe uma certa barreira psicológica que faz com que não falemos uns com os outros (para além do básico ou necessário), ou tentemos criar uma relação de praia como acontece por exemplo com mais facilidade numa praia têxtil. E este ano no Meco tivemos dois exemplos desta situação: – Um casal com uma filha, em que essa menina reclamava junto da mãe que quando ia para a praia não tinha ninguém com quem brincar, pois não podia convidar nenhuma amiga para ir à praia com eles. Nós quando escutamos este comentário rimo-nos pois conosco e se calhar com outros nudistas passa-se a mesma coisa, com a diferença de que não temos ninguém para partilhar conversas além do companheiro/a ou cônjuge. - Outra situação foi um casal jovem que durante vários dias (duração de férias) se colocou junto a nós, todos os dias, mantendo a sua rotina - ir ao mar, jogar raquetes ou fazer tartarugas na areia (ela) - e nós também com as nossas rotinas, havendo só alguns sorrisos devido à brincadeira das nossas crianças. Notava-se nitidamente de ambas as partes que poderia haver um contacto normal entre pessoas que estavam na mesma praia de nudismo, mas devido a essa barreira psicológica ou respeito, tal nunca aconteceu. Nas praias portuguesas notamos sempre este afastamento, no entanto quando estivemos em Espanha, já tal não aconteceu, havendo nudistas portugueses que metiam conversa por ouvirem a mesma língua, e mesmo no parque de campismo os nudistas espanhóis falavam abertamente com toda a gente, o que nos leva a questionar se não será uma questão cultural. Fonte: http://casaisnudistas.blogspot.com (enviado em 28/12/09 por Peladistas Unidos) É bem instigante essa pergunta já que frequento a praia do Abricó e vou lá sempre sozinho. Nenhum amigo ou amiga das minhas relações cotidianas aceitou meu convite pra ir lá... bem... os poucos amigos que aceitaram foi pra ver mulheres nuas ao em vez de desfrutar de uma ambiente sadio onde as pessoas desnudando os corpos estão mais propensas a desnudar as almas e serem amizades mais puras, mais sinceras.... e desconvidei logo que percebi a intenção. Pra pessoas que não tem carro como eu, ir a abricó é uma aventura: quase duas horas de ônibus, mais meia hora a pé, sobe morro, desce morro... por isso vou pouco, o que não dá pra fazer amizades. Por outro lado, no meio naturista, criou-se uma verdadeira cultura contra pessoas sozinhas, principalmente se forem homens, e ainda mais se for de meia idade como eu. Geralmente locais naturistas são frequentados por casais, duplas de mulheres, grupos pequenos de amigos que ficam constrangidos e reagentes a aproximação de pessoas estranhas, principalmente homens. As duas vezes que consegui me aproximar de uma casal e de um grupo de três homens e conversar por mais de vinte minutos, foi com um casal bissexual adepto do swing e gays à procura de sexo grupal. Eram pessoas inteligentes, sensíveis de boa e agradável conversa. Dessas pessoas que gostaríamos de conversar horas e horas... Mas, ali, no momento, procuravam outra coisa, diferente do que eu procuro sempre em Abricó: paz, tranquilidade, harmonia e gentileza... coisas bem diferentes do que vivo no dia á dia agitado e estressante da favela onde moro e trabalho. Acho que é por causa de pessoas que procuram em locais naturistas o que aquelas pessoas procuraram naquele dia, que a maioria das pessoas, habituais frequentadoras/es de Abricó são avessas e reagem a aproximação de pessoas sozinhas. Os escudos de auto-defesa são tão rígidos que lhes impedem de ver com transparência e diferenciar as pessoas que procuram pureza das pessoas que buscam sacanagem. Pessoas que frequentam lugares naturistas, apesar das diferenças que possam existir entre elas, de classe, de raça, de sexo, etc... tendem a ter as mesmas opiniões, mesmas afinidades, mesmos gostos, mesmas maneiras de encarar a vida. O lugar naturista que cada um frequenta tenderia, naturalmente, a ser, não só um ponto de encontro e lazer, mas de conquista de amigas e amigos, mais sinceros, mais leais, mais puros: uma amiga que fica nua comigo por horas, com a qual fico nu por horas, com certeza será uma amiga com que vestido em qualquer lugar fora do lugar naturista, que vai se sentir à vontade pra desnudar sua alma diante da minha, confiar mais em mim, uma amiga com a qual vou me sentir mais à vontade em desnudar minha alma, confiar mais nela. Isso sem nunca jamais venha existir qualquer coisa entre nós além de pura e sincera amizade... isso vale, também pra todas as amizades que conquistemos no lugar naturista. Relações de amizades sinceras, puras, leais construídas num lugar naturista com certeza serão assim mesmo também noutros lugares... nos churrascos, em casa pra curtir a amizade, nos teatros, no cinema, nos barzinhos de rodas de chopp, todos vestidos, mas mesmo que vestidos, de almas desnudas, que as boas e duradouras e mais sinceras amizades são as que as almas amigas estão sempre sem capuz, sem máscaras e sem armaduras de carne e osso, vendado aos olhos do outro quem realmente somos, desnudos de corpo e principalmente de espírito. Deley de Acari (enviado em 29/12/09 por Deley de Acari) |
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