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Jornal Olho nu - edição N°111 - fevereiro de 2010 - Ano X

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Naturalmente - fevereiro 2010

 

por Paulo Pereira*

 

“O júri era formado por diferentes pontos de vistas

(antes mesmo de a acusação ter sido lida),
E todos falavam ao mesmo tempo, só que nenhum sabia, não insistia,
Pois nenhuma palavra do outro era ouvida”
(“The Hunting of the Snark”, de Lewis Carroll -
Tradução de Jorge Bandeira)

 

Pois é. Recebi, por ocasião do Congresso Internacional de Tambaba, 2009, a excelente tradução de J. Bandeira, irmão naturista amazônico; e, na dedicatória, está escrito: “Para Paulo Pereira, naturista, história do naturismo, continuador dos ideais de Luz Del Fuego”... O “índio branco” agradece, sempre. E “snark” pode ser a síntese de “snake” e “shark”, cobra e tubarão, mais um híbrido infértil... Mas Carroll estava certo, sobretudo quando anota que “nenhuma palavra do outro era ouvida”. Tem gente que lê pouco e mal; gente que não quer ouvir e que fala inconseqüências demais. É parte do show da vida desse primata paradoxal, o homem. Mas naturismo não é artificialismo! O naturismo tem história documentada, recordemos.

 

No “Ano do Tigre”, mais do que nunca, valorizemos todas as esperanças, todas as iniciativas de paz e fraternidade. Que tal abraçar bem forte quem você ama, inclusive sem roupas? Veja, sereno, cada pôr do sol, leia uma poesia inteligente, esqueça as portarias e os dogmas, ande descalço (dos pés à cabeça...), pense com a mente desarmada, cante baixinho, faça as pazes (sempre vale a pena) e invista em conhecimento, jamais em meras estórias.

 

Olha, vai melhorar... “Uma estrela difere da outra estrela em glória” (São Paulo). É bom ouvir também as estrelas!

 

*Paulo Pereira é biólogo,

estudioso do naturismo e

ex-presidente da Rio-NAT

ppalbion47@yahoo.com.br


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