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Jornal Olho nu - edição N°112 - março de 2010 - Ano X |
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A Mulher Naturista por Laércio Júlio da Silva* Publicado no jornal Diário da Manhã, de Goiânia.
O Dia Internacional da Mulher não é somente um dia em que os homens rendam homenagens ou ofereçam presentes às mulheres num gesto de complacência semelhante ao Dia das Mães ou Dia dos Namorados. É uma data de lutas históricas do século passado que nos remete ao movimento por melhores condições de trabalho e pelo direito ao voto feminino. Em 19 de março de 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada a proposta da militante alemã Clara Zetkin, instituindo um dia internacional da mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. Um ano depois, a 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadoras costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às péssimas condições de segurança do edifício. Presas ao incêndio, as mulheres morreram sufocadas. Na Rússia, em 8 de março de 1917, a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome e a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Com base nesses acontecimentos, todos em março, as Nações Unidas adotaram a data como o Dia Internacional da Mulher em 1975.
O mundo foi moldado tendo como base a concepção machista de sociedade. Deve ser por isso que estamos à beira do colapso em todos os sentidos... A história da libertação do corpo feminino se dá na década de 60 quando as mulheres conduziam a revolução cultural-sexual hasteando a bandeira “o corpo nos pertence”. Muito antes disso, nos anos 50 uma artista e intelectual brasileira chamada Luz Del Fuego(1917-1967) já protagonizava através do naturismo, a necessidade de um novo olhar sobre o corpo.
O movimento naturista mundial, apesar de não aceito por parte da intelectualidade, é um dos pioneiros dessa discussão. Mas, voltando ao universo feminino, o “resgate do corpo” foi uma reflexão analisada através da opressão masculina, que servia para justificar posições adotadas contra ela, forçando-a a um lugar secundário ainda presenciado em algumas sociedades e atualmente mascarado em nosso dia a dia. Alegações como “o corpo da mulher é sujo”(alusão à menstruação), “o corpo da mulher é uma fonte de pecado”(alusão ao pecado original), “mulher não sabe dirigir”(alusão à capacidade intelectual) e outras, são supostas anomalias que rebaixavam a mulher em relação ao homem e mesmo que não ditas atualmente, ainda fazem parte do ideário machista de sociedade.
O naturismo oferece há muito tempo outra dimensão. Quando a mulher tira a roupa percebe que ninguém é igual a ninguém e que todos têm diferenças tratadas como “defeitos” pela sociedade de consumo fácil, passa então a se livrar do preconceito incutido nela mesmo e a partir daí tornar-se uma pessoa feliz.
A verdadeira libertação da mulher efetivamente se faz quando ela liga as
políticas específicas em defesa do seu corpo às políticas mais amplas de
combate ao militarismo, ao preconceito e a devastação do meio ambiente
numa luta comum a todos. Se ela se afastar da luta global, estará
dizendo ao universo machista que quer deixar tudo como está. Portanto,
dia da mulher é todo o dia.
Laércio Júlio da Silva é diretor da Federação Brasileira de Naturismo (FBrN) e presidente da Associação Goiana de Naturismo, o Goiasnat (www.goiasnat.com.br)
Diretoria do Goiasnat
(enviado em 6/03/10 por GoiasNAT) |
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