Uma decisão equivocada

OLHO NU está de volta e como sempre cumprindo o seu papel democrático de informar aos naturistas e interessados como anda o naturismo brasileiro. Eu acredito inteiramente na democracia e nos seus preceitos e consequências. Tanto preceitos quanto consequências as liberdades de expressão, de opinião e de imprensa são as características mais fortes de sociedades democráticas. A tão propalada liberdade é um direito implícito da democracia e deve ser, é claro, exercida com responsabilidade.

Eu nem este veículo de comunicação, nestes 10 anos de existência, jamais nos furtamos de nossas responsabilidades com o Movimento Naturista, sempre deixando nossa posição bem clara a favor do Naturismo e de suas regras e códigos. Tenho um enorme histórico de luta e de afirmação pelo naturismo brasielrio. Tenho os conceitos éticos bem arraigados em meu íntimo. Por isso me prejudica profundamente ter que aceitar novas determinações que ferem frontalmente tudo no que politicamente acredito, mesmo que estas determinações tenham sido deliberadas de forma democrática, numa assembleia geral e com muita representatividade.

A Assembleia Geral Ordinária da Federação Brasileira de Naturismo, que se realizou durante o III Encontro Latino-Americano de Naturismo neste início de março, determinou que todas as mensagens de reclamações de usuários de áreas naturistas enviadas para os meios de comunicação naturistas afiliados deverão primeiro passar pelo crivo dos Conselhos e da presidência da FBrN antes de serem publicadas. Numa clara alusão à censura prévia, já há muito extinta da democracia brasileira.

É sob essa égide que a FBrN e a maioria de seus dirigentes afiliados que votaram por esta nova determinação pretendem que o naturista comum não saiba dos erros e problemas cometidos por eles próprios ou pelos seus pares. Transparência administrativa nem pensar

O naturismo que quer crescer não pode aceitar uma anomalia como esta. Não pode aceitar que o usuário do naturismo pago não possa reclamar, não possa se expressar, não possa tornar pública sua insatisfação.

Sou frontalmente contrário a essa determinação. Ponho aqui o meu protesto. E não me calarei.

Pedro Ribeiro

Editor