NATURISMO – COMO VOCÊ ENCARA?
por Aguinaldo da
Silva*
Como
o Naturismo está sendo encarado pela maioria das pessoas em nossa
época? Para um grupo, em especial, os que desconhecem a essência do
Naturismo, é mais uma forma de encontrar satisfação sensual ou uma
mera realização carnal.
Tal forma de ver o
Naturismo parte da idéia de que a nudez sempre está relacionada com
a prática sexual. Infelizmente esta visão distorcida tem se
disseminado pelos meios de comunicação, tais como a internet. Sites
que usam o nome ‘naturismo’ apenas com a intenção de explorar o
universo do erotismo e da pornografia tem proliferado ultimamente.
Com intuito comercial ou não, estes referidos instrumentos da mídia
acabam fazendo um desserviço para com o estilo de vida naturista,
pois vendem uma imagem errada daquilo que o mesmo realmente busca
proporcionar.
O Naturismo oferece
uma postura de serenidade diante do corpo humano e não apenas um
mero estímulo sensual. Um naturista cego quando interrogado do
porquê de seu estilo de vida, apesar de não poder enxergar, assim
respondeu: “ O naturismo é para ser sentido e não apenas visto.” Uma
ótima definição, pois expõe como este estilo de vida deve ser
desfrutado, ou seja, de uma forma plena e integral.
O Naturismo na sua
essência se opõe à mentalidade lasciva que cresce em nossa
sociedade. Não que o mesmo seja um agente repressor da sexualidade,
mas conduz a uma sexualidade equilibrada, sem compulsões ou
exageros, ou seja, natural. Ao contrário da pornografia que busca
potencializar as fantasias sexuais e como resultado promove o vício.
A liberdade que o Naturismo proporciona envolve o bem estar
integral, sem compulsões e outros transtornos de comportamento.
Esta distinção
emblemática do Naturismo é ao mesmo tempo uma linha tênue, que por
pressão de inúmeros interesses pode ser erodida a qualquer instante.
É necessário vigilância constante. Rever ou reafirmar as premissas
do Naturismo não é só dever daqueles que o representam, mas um
exercício para a consciência daqueles que o praticam.
Não existem outras
formas de encararmos a prática naturista sem deturpá-la, caso estas
se distanciem da proposta original. Se não a vivenciarmos como uma
prática equilibradora, provavelmente iremos transformá-la em algum
outro ‘ismo’ nada salutar. Pensemos...
*Aguinaldo da Silva
Teólogo e escritor
(enviado em 23/11/10)