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Jornal Olho nu - edição N°122 - janeiro de 2011 - Ano XI

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A partir deste ponto, republicação e/ou atualização das notícias e informações publicadas na seção Últimas Notícias entre 2 de dezembro de 2010 e 2 de janeiro de 2011

O Ano Novo nasce nu?

por Evandro Telles*

 

Nunca presenciei coisa alguma nascendo com roupa, isso porque a natureza é nua e como tal deve ser preservada, inclusive a nudez humana. Mas será que o ano novo nasce nu?

 

Ano é, aproximadamente, o intervalo de tempo em que a terra demora a dar uma volta completa em torno do sol. Os anos têm uma duração de 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos. Mas como não pode haver todos os anos um 366º dia com as cercas de 6 horas que sobram, no calendário gregoriano realiza-se a cada 4 anos um ajuste e adiciona-se mais um dia ao ano, sendo este ano denominado bissexto (pois o número 366 é composto por dois algarismos “seis”).

 

Em muitos lugares a comemoração do ano novo não é exatamente na passagem de 31 de dezembro para 1º de janeiro. Para os Islâmicos é celebrado em meados de maio, no Japão nos 3 primeiros dias de Janeiro, na China no fim de janeiro para início de fevereiro. Então quando nasce o ano novo?

 

O ano novo não deixa de ser uma medida de tempo, e o que é o tempo? Esta pergunta tem intrigado estudiosos, matemáticos, físicos, filósofos a curiosos ao longo da história da humanidade, não há um consenso. Albert Einsten disse que “A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”. Então podemos dizer que o ano novo é uma ruptura mental que fazemos porque ele não existe, é uma continuidade da existência.

 

Mas é uma época interessante! Observo que as pessoas fazem suas retrospectivas do passado ou idealizam o futuro, para quem não sabe é o ego que se expõem porque ele nunca está no presente. Quando resgatamos o passado também o distorcemos, não são lembranças puras e o futuro é inexistente, logo, toda construção do pensamento consciente é virtual. Tal constatação é de certa forma inquietante.

 

É inquietante porque se o pensamento é virtual, a verdade é inatingível, logo, os julgamentos que temos dos outros podem estar distorcidos. É nesse ponto que entra toda a beleza do nascimento de um novo ano. Não temos que nos colocar como um Deus, não julgar quem quer que seja porque nossos julgamentos podem estar bastante equivocados, devemos nos colocar no lugar do outro e criticar a si mesmo.

 

Em outras palavras, o ano novo não existe e, portanto, ele não pode estar nu, mas pode propiciar um grande momento de reflexão para expor a nossa nudez, a nudez mental.

 

É também um tempo de rever nossos próprios conceitos diante da vida. Se o passado é distorcido pelas lembranças e futuro ainda não chegou, só nos resta o momento presente. Não será o presente também uma ficção, acabei de escrever uma palavra já se tornou passado. O que resta para nós? Somos o que afinal?

 

O que nos resta é o reconhecimento como seres humanos tolos que assumam suas limitações e imperfeições. Essas reflexões nos ajudam a compreender nossos semelhantes, expor as nossas verdades naturais. Deixa claro que a miséria do ser humano não é um problema exclusivo de uma nação e sim de todos nós.

 

Pelo menos as festas de fim de ano têm essa vantagem, a gente procura dar as mãos e unirmos para um propósito maior, o desejo que todos sejam felizes. Esse ato nos deixa nus, expõem a nossa fragilidade, de que deveríamos fazer a nossa parte em busca da união, diálogo, entendimento, compreensão e cooperação. Mas sempre colocamos alguma dificuldade em função dos nossos julgamentos, raramente fazemos algo para mudar a nós mesmos.

 

Os depressivos são reféns do passado, os megalomaníacos são donos do futuro. E os que procuram ser saudáveis? Não se sentem proprietários do tempo nem da vida. Vivem humildemente, e sem pressa, cada dia, como um novo show. Pois sabem que o espetáculo pode findar a qualquer momento...(Augusto Cury)

 

Ser Naturista é ser gentil, pense nisso.

 

Feliz Ano Novo

 

Evandro Telles

26/12/10

www.evandrotelles.blogspot.com

*Presidente do grupo Naturismo Capixaba

 

(enviado em 28/12/10)


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