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Jornal Olho nu - edição N°122 - janeiro de 2011 - Ano XI |
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Argentina: POR UMA QUERANDÍ SELVAGEM E NATURISTA
por Florencia Brenner*
As últimas notícias sobre Playa Querandí e o total desentendimento por parte do Município de Villa Gesell, implicam um futuro incerto com relação à existência deste espaço, que foi inaugurado há duas temporadas com muita presença de autoridades e participação ativa de todos os meios de imprensa e difusão.
Este feito nos obriga a reformular-nos e refletir o que é que, como naturistas, verdadeiramente buscamos em uma praia.
Em outros países da América e da Europa, existem praias alijadas, abandonadas pelo homem e pelo marketing, que sem dúvida são um verdadeiro presente da Natureza.
Os nudistas locais e estrangeiros caminham quilômetros, ou metem seus carros 4X4, preparados para toda obra, em terrenos impossíveis, portando seus pertences para aproveitar estes lugares "incontaminados", solitários e paradisíacos,
Tratam-se de pessoas e famílias que elegem a precariedade a troca de uma Natureza virgem , a que em poucos lugares do mundo se conserva em seu estado original.
O Naturismo, tal como o concebemos, implica contato com a Natureza, amor ao natural, ausência de consumismo.
Sem dúvidas nem todos aceitam a precariedade, e a falta de serviços. E isto é respeitável. Para isso a Argentina já conta com uma praia nudista em Mar del Plata que oferece todos os serviços sonhados por quem está acostumado à comodidade.
E isso é bom. Porque nos permite escolher. Nos permite optar entre o absolutamente selvagem e despovoado ou a comodidade de serviços completos. Isto significa que temos praias nudistas para oferecer a todo tipo de consumidores.
Por isso propomos reformular esta situação como uma eleição, e tirar-lhe os aspectos negativos. Em lugar de pedir, demos! Em lugar de ver as carências, busquemos o positivo e não fiquemos a chorar pelo que não foi.
Somente mediante um uso constante e persistente poderemos conservar este espaço. Somente mediante a aceitação das circunstâncias atuais da praia e sua utilização poderemos transformar este fracasso em uma vitória.
Se nos decidimos a ocupar este espaço e quanto maior seja a presença nudista, poderemos demonstrar ao Município que somos um público merecedor de uma futura inversão.
Se abandonamos este lugar, se o "entregamos" , seremos artífices de um novo fracasso. E seremos os responsáveis por esta perda.
Está em nós, como naturistas, defender y povoar este sítio. De nós depende a existência de Praia Querandí, a que temos que encarar como um maravilhoso espaço alijado do ruído, da contaminação, um espaço onde podemos compartilhar nossa nudez com o canto das aves, com o ruído do mar, com o silêncio dos falantes e com todas as carências ou moléstias que isso implica.
Por isso a quem estiver disposto a caminhar portando suas mochilas, ou a quem tenha mobilidade própria , seja pela praia ou pelo Caminho dos Pescadores, os convidamos a desfrutar deste único espaço naturista da República Argentina que todavia carece de serviços mas que conquistamos há dois anos e não podemos entregar.
Esta reflexão, este convite, vai dirigida a todos aqueles que estejam dispostos a intervir ativamente no triunfo de um novo estilo de vida amante de espaços silenciosos e naturais.
Uma cordial saudação
*Florencia Brenner - Secretária de Apanna Asoc.Civil
(enviado em 15/12/10) |
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