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Jornal Olho nu - edição N°124 - março de 2011 - Ano XI |
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Trilheiros de barcos Nem sempre o nudismo foi praticado voluntariamente como uma opção pessoal e agradável ou prazerosa, em ocasiões foi algo obrigado e necessário devido às condições do trabalho a realizar, duríssimas como nesta em que são obrigados a realizar em completa nudez. Durante 200 anos, o trilheiro de barco foi uma profissão que realizavam os homens do pequeno povoado chinês de Xitan, a margem do Wujiang, um dos grandes afluentes do rio Yangtsé. Antigamente, este caudal de água era o veículo perfeito para o comerciante naval: os barcos transportavam sal, vestimenta e açúcar, entre outros produtos, à província de Sichuan, e esta por sua vez enviava a Shangai madeira e azeite através da rede fluvial. Para este intercâmbio comercial se utilizavam embarcações de madeira muito simples que eram incapazes de prosseguir a rota quando penetravam nas impressionantes Três Gargantas do rio Yangtsé. Suas águas bravas faziam que os barcos perdessem o controle e encalhassem. Para conduzir as embarcações por esta barreira topográfica nasceu o ofício de “trilheiro de barcos”, homens que, ajudados de cordas, carregavam todo o peso do barco sobre seus ombros nus. O terreno montanhoso pelo que deviam andar era tão abrupto que se desnudavam completamente para evitar assim que a roupa os incomodasse. Só portavam umas sandálias para moverem-se pelas pedras e não escorregarem. Fuente: Muy Interesante – Verano 2008. (enviado em 6/02/11 por Peladistas Unidos)
Contra a nudez por Doni Sacramento* Veja só a crônica "Contra a Nudez" do jornalista Alvaro Moreno onde, numa leitura mais minuciosa, podemos deduzir que em vez de apoiar a decisão do chefe de polícia carioca, dr. Baptista Luzardo, na verdade ele o critica. Ele chega a "lembrar", ou a "informar", seus leitores sobre os milhões de cândidos nudistas alemães existentes no continente europeu civilizado. Interessante sua pouco sutil afirmação da "nudez exuberante e maravilhosa das morenas do Rio", ou a bem irônica "a nudez chega, certas vezes, a ser de uma revoltante moralidade..." e "muito mais pecaminoso vislumbrar (o corpo coberto)". Se concorda ele com a "moralidade" do dr. Baptista, o que poderia ele então querer dizer com a frase "encanto inesperado" em "o chefe de policia carioca só pretende trazer um encanto inesperado à vida dos conterrâneos dessas morenas maravilhosas do Rio"? O "encanto em cobrir as partes" seria "inesperado"? Para mim, trata-se de um cronista bem cara-de-pau! Detalhe muito importante: o artigo foi publicado na primeira página do jornal "Folha da Manhã", de São Paulo, em janeiro de 1931! Segue anexo o scan do artigo e abaixo a transcrição do texto. A ortografia da época está sendo mantida. "CONTRA A NUDEZ A policia carioca vem-se notabilizando nos ultimos tempos por uma campanha austera contra o nú. Fiscaliza rigorosamente os limites dos "maillots" femininos, fecha a carranca feroz contra um decote mais generoso em plena rua. Atrazo? Rotina? "Pruderie" caipira? Assim pensam muitos. Os protestos irrompem de todas as boccas e pennas. Cita-se a Europa civilizada, lembram-se as praias de banho americanas, mencionam-se com inveja e olhos virados os milhões de nudistas allemães. - A Allemanha, sim! dizem alguns. Aquillo é paiz, aquillo é civilização! E descrevem as associações em que homens, mulheres e creanças realizam candidamente o nú integral... Eu, porém, estou com o dr. Baptista Luzardo. Voto com elle. E acho que elle está sendo bem brasileiro, bem sabio, bem perverso, combatendo com os seus esbirros e beleguins a nudez exuberante e maravilhosa das morenas do Rio... Faz muito bem. O que têm conseguido americanos e allemães, especialmente os frios e calculistas compatriotas de Hindenburg, é retirar toda a poesia encantadora, toda a graça da nudez feminina.
Elle sabe que é muito melhor entrever, muito mais peccaminoso
vislumbrar. Nós que acompanhamos a lenta ascensão dos vestidos, a baixa lenta dos decotes, sabemos disso. Mais do que nós, ainda, falam os poetas de cincoenta annos atraz, os contemporaneos das saias balão, dos longos vestidos infindáveis... Quanto poema febril já não inspirou um mero tornozello mais imaginado que visto... Quanta exaltação não causava a perspectiva longiqua da caricia insolita e deslumbrada de um olhar por um collo possivelmente encantador... Não. O sr. Baptista Luzardo não é um espirito puritano. O sr. Luzardo não é rotineiro. Poeta e perverso, o chefe de policia carioca só pretende trazer um encanto inesperado à vida dos conterraneos dessas morenas maravilhosas do Rio... ALVARO MORENO" *donisacramento@interair.com.br (enviado em 25/02/11) |
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