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Jornal Olho nu - edição N°130 - setembro de 2011 - Ano XII |
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Território índio naturista por Pedro Ribeiro*
Júlio Índio Macuxi, este é o nome de uma das figuras mais marcantes do Naturismo em Tambaba. Bisneto de um real índio macuxi, cresceu com a vontade de retornar às suas origens familiares, tendo o herói das selvas, o Tarzan, como ídolo de infância, que despertou nele a vontade de viver no meio do mato. Nascido na urbana Belém, foi trabalhar em Brasília como funcionário público. Aos 23 anos foi morar sozinho, como eremita, no meio do mato do Distrito Federal. Não gostou da experiência porque achou chato o isolamento. Acabou na Paraíba, quando veio passear e ser padrinho de casamento de um amigo. Pela Paraíba se apaixonou. Ficou sete anos seguidos vindo passar as férias aqui até que decidiu se fixar. A partir do momento que ficou na Paraíba decidiu montar uma comunidade naturista com o pessoal de Tambaba, mas não vingou. Então um amigo corretor de imóveis o apresentou a um grupo que estava tentando montar uma comunidade. Ele se juntou ao grupo que resultou na fundação do condomínio Aldeia Flor d'Água, em 2001. São 15 famílias vivendo em 15 hectares, sendo seis com mata nativa, nascente e trilhas na floresta. Na fundação do empreendimento só havia ele de naturista. Confessa que conseguiu conquistar mais sete naturistas entre os moradores originais. Hoje há somente outros três naturistas em todo o condomínio.
Julíndio, como é chamado, transformou o seu terreno dentro do condomínio em área naturista. É o Território Macuxi. É onde reside juntamente com a mulher e os dois filhos. Além deste há outro espaço dentro da mata, uma área de banhos, dedicado ao naturismo. O Território Macuxi foi a segunda área naturista criada na Paraíba. A primeira particular. Macuxi conta que no início teve alguns poucos problemas com a aceitação do naturismo dentro do condomínio. Havia o senhor com mais de 80 anos que acreditava que Julíndio iria circular nu por toda a aldeia e tinha ciúme da esposa dele. Mas depois que viu que o naturismo se restringiria a áreas específicas ele sossegou e se tranquilizou.
Julíndio agora é guia turístico e fez de sua propriedade uma atração turística para diversos grupos visitantes, não só naturistas. Ele recebe de tudo: religiosos, estudantes, grupos estrangeiros. Quem agenda primeiro tem prioridade. Para os grupos não naturistas não há prática da nudez por parte dele nem de sua família. Se o grupo naturista agendar primeiro, então na ocasião da visita será tudo naturista. Quando não há visitantes a nudez na área é predominante. O Território Macuxi na verdade é uma área de camping, onde são fornecidos a cozinha, o fogão, a geladeira e o banheiro para os campistas. Há espaço para 12 barracas mais as duas oquinhas. Há uma grande preocupação com o ambiente no Território Macuxi. Restos de comida por exemplo são reaproveitados para fazer tortas ou para os animais. Garrafas de vinho ou pet são reaproveitadas para virar tijolo ou parte de suas obras artísticas ou para decorar passarelas. O que não dá para aproveitar é queimado e transformado em adubo ou então é levado para João Pessoa, onde o material possa ser reciclado e reaproveitado. Foram dez anos de muito trabalho que não acabará nunca porque Julíndio está sempre inovando e crescendo, aos poucos, mas com firmeza. Todas as trilhas, construção da oca onde habita e das outras, também da área de banho foram feitas por ele. E ele continua fazendo mais. A ideia é receber as pessoas de maneira ecológica e que lhe resulte um sustento decente para sua família. Não tem objetivo de ganhar dinheiro, "senão eu abriria isto aqui para ônibus de turismo", declara.
A finalidade é mostrar como a natureza está legal. Entre as atrações há o passeio pela floresta, vendo árvores grossas, aprendendo o abraço na árvore, levando para o banho de argila para hidratar a pele, depois vários banhos de água corrente. Uma maneira de regressar á natureza, com gente que perdeu o contato ou que nunca teve. Vão encontrar o sapo, a cobra, aranhas, Julíndio tem 43 anos, tem um filho de 4 anos e recentemente foi pai pela segunda vez, de outro menino, o Ierê Txai. Sua esposa, Elaine, trabalha em João pessoa, como cabeleireira, então passa a semana toda lá, juntamente com os filhos. O mais velho frequenta a escola. Nas sextas à noite a família toda se reúne de novo até segunda de manhã. Julíndio usa o Orkut e o Facebook para divulgar seu espaço e contatar as pessoas interessadas. O telefone de contato é (83) 8719 3738, seu número particular. Ele recebe no mínimo quatro visitantes por vez. O custo é de R$ 10,00 para passar o dia e mais R$ 10,00 para passar a noite. No orkut é só procurar julindionu@hotmail.com *pedroribeiro@jornalolhonu.com Editor |
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