Rompendo Tabus:

a subjetividade erótica no trabalho de campo

Autor: Luiz Fernando Rojo
Doutorando do PPCIS/UERJ (Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais)
E-mail: luiz_rojo@uol.com.br

Apresentação

O trabalho de Rojo é uma reflexão sobre uma parte de sua experiência de campo na comunidade naturista “Colina do Sol” (RS), realizada entre dezembro de 2001 e dezembro de 2002, além de uma primeira visita em janeiro de 2001. Foi publicado na edição n° 12 (2004) da revista acadêmica Cadernos de Campo dos alunos de pós-graduação em antropologia social da USP.

Segundo a apresentação do trabalho, "esta reflexão combina um aspecto extremamente pessoal, no seu grau mais elevado de intimidade para um “ocidental”, que é a exposição de sua vida amorosa-sexual, com questões que considero fundamentais, não apenas para permitir uma melhor compreensão das circunstâncias nas quais desenvolvi meu trabalho de campo, mas também para situar algumas características centrais deste grupo."

Rojo conta como foi sua experiência amorosa ao se apaixonar por uma frequentadora do clube naturista onde desenvolvia sua pesquisa de campo. Passou por momentos de conflitos éticos, por acreditar que esta situação estaria infringindo as supostas regras estabelecidas, não só pelo próprio clube e pelo Naturismo, mas como também pela "exigência" acadêmica de se manter o pesquisador longe de envolvimento com seu objeto de pesquisa. Este artigo fala da questão da sexualidade na área de naturismo. Ele discute a ética da pesquisa de campo em antropologia, mas bate na tecla de uma suposta "assexualidade" pregada no naturismo.

Decidiu escrever porque, segundo ele, tem certeza de que silenciar sobre sua amorosa e sexual em campo, equivaleria a silenciar sobre partes fundamentais do encontro antropológico, tal como ele efetivamente ocorreu nesta situação.

Com este trabalho, portanto, procurou alcançar um duplo objetivo. Em primeiro lugar, refletir sobre uma experiência concreta que teve impactos decisivos na construção de minha pesquisa sobre as relações de amizade na comunidade naturista da Colina do Sol. O segundo objetivo é justamente o de incorporar a discussão da sexualidade, tal como já foi feito com a dimensão do gênero, na análise das relações estabelecidas por antropólogos em campo.

Fonte: http://www.fflch.usp.br/da/cadcampo/ed_ant/12.html