O que seria o Naturismo se
não houvessem aqueles personagens especiais que dão um tempero a mais
aos encontros e à própria filosofia de vida. Neste oitavo encontro
tivemos vários destes personagens especiais, os funcionários do hotel sede do evento. Não
são naturistas, pouco ouviram falar sobre isso e tinham muitas dúvidas
de como deveriam se portar.
Cerca de um mês antes do
evento tiveram uma reunião com José Tannús, que fez uma palestra
explicando como seria e o que eles deveriam esperar. Mesmo assim o
nervosismo por atender pessoas de hábitos tão diferentes dos clientes
comuns assustava a maioria.
Das dezenas de
funcionários, entre pessoal da limpeza, pessoal da cozinha e o da
recepção somente três já tinham tido antes a experiência com o
Naturismo. E foi lá mesmo. No Encontro realizado pela Federação em 2003.
Dantas, um dos
recepcionistas tem 35 anos, casado e pai de dois filhos, achou
interessante a nova experiência. Contou que no princípio ficava sem
saber direito o que fazer, para onde olhar e teve vontade de rir - numa
demonstração clara de que o naturismo causa felicidade a outras pessoas
- mas depois começou uma coisa normal e natural, embora ele não tenha
tido tanto contato assim com os nus por causa de seu local de trabalho.
A roupa acabou seno apenas um detalhe. Porém na mente dele acha que não
seria possível ele participar, porque acabaria não tendo um bom
comportamento. No entanto revela que foi o grupo que o hotel recebeu que
apresentou menos problemas de trato com os funcionários, com muito
respeito e educação. Também elogiou a preocupação com a limpeza
mostrada pelos naturistas.
Zeila, 38 anos, gerente do
bar que funciona em frente a uma das piscinas, teve muitos contatos
visuais e verbais com os naturistas. Funcionária do hotel a apenas cinco
meses já teve essa experiência incomum. No entanto ela já esteve numa
praia em Porto Seguro, a de Trancoso, há mais de dez anos atrás. Foi de
biquini, mas viu pessoas em estado de nudez. Ela conta que foi
totalmente diferente o que viu lá da realidade que ela viu no Hotel. Não
havia em Porto Seguro esse respeito e cumplicidade que ela alega que os
naturistas têm. Então o impacto não foi tão grande. Achou a experiência
ótima porque considerou o grupo muito unido e muito ético. Ela acredita
que seria capaz de ir a uma outra área e praticar o nudismo, contanto
que não fosse o hotel, por causa dos colegas e ser o local de trabalho.
É casada e tem certeza que o marido também adotaria o naturismo. E terminou parabenizando a todos.
Charles, 25 anos, também é
funcionário do bar, portanto teve muito contato com os naturistas.
Trabalha no hotel há quatro anos. Foi sua primeira experiência com
naturistas. No início se sentiu meio sem jeito, não sabe para onde olha,
mas depois se acostumou e começou a se sentir estranho por ser o
"diferente" no ambiente. No final todo mundo se sente igual. "Quem sabe
um dia eu me torne um naturista".
Augusto e Elson, 53 e 35
anos, são garçons do restaurante do hotel. Já trabalham no complexo há
muitos anos (Augusto, 25 e Elson, 18). São dos poucos funcionários que
trabalharam no Encontro de 2003. Eles já se dizem acostumado e não ficam
nem um pouco constrangidos ao servir os nus no restaurante. Muito
embora, Elson tenha dado "uma corada" enquanto era entrevistado. Pode
ser por vergonha de dar entrevista.
Luciara, 37 anos, também
trabalha no restaurante. Ela serve os naturistas diretamente da panela,
prepara ovos mexidos no café da manhã e a macarronada com molhos
misturados na hora durante o jantar. Trabalha no hotel há três anos e
foi sua primeira experiência com pessoas praticando o Naturismo.
Confessa que ficou muito ansiosa e achou que ia estranhar muito. Mas no
contato ela viu que são só pessoas nuas e naturais mesmo. Ela gostou
"demais" e já cogita a possibilidade de ser naturista também. Casada, os
filhos perguntam curiosos como é que é trabalhar com nus. "Eu falo que é
normal, que é todo mundo educado, que ninguém joga o lixo no chão, que
tratam os funcionários muito bem. Um grupo ótimo de trabalhar",
afirmou.
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