INCLUSÃO
SOCIAL E NATURISMO
Desde que o homem desceu
das árvores ele tem necessidades especiais, precisou de instrumentos que
pudessem ajudá-lo na sua caça competindo com os verdadeiros assassinos
naturais. Mais ainda, precisava de outros para que lhe ajudasse. Assim
tornou-se um macaco caçador desenvolvendo suas técnicas na caça e ao
mesmo tempo na sua cooperação social. “O Macaco Nu” de Desmond Morris.
Eis que surge na
atualidade o termo “inclusão social”. Antes os da própria espécie se
preservavam e agora, em pleno século XXI precisamos fazer “inclusões
sociais”? Deixa bem claro que existe exclusão, essa mania de esconder
através de palavras bonitas a doença, o câncer não curado de uma
sociedade que se chama “preconceito” não irá ajudar em nada. Não
precisaríamos de “inclusão” se todos se olhassem com igualdade, não
somos estranhos uns aos outros, a fonte que criou a vida é a mesma.
O nosso modelo econômico
adora estatística. Os índices preferidos são: média, desvio-padrão,
maiores consumidores de uma região, quais produtos são consumidos e para
evitar enganos conta ainda com a probabilidade de erros de amostras.
Enfim, sempre voltados para a maioria, todos esses indicadores são
influenciados pelo número de amostras obtidas. As coisas são criadas a
partir desse padrão, e a minoria? Onde fica nesse jogo?
O filósofo Paulo
Ghiraldelli Jr em seu artigo “O fim da inclusão?” em 10/06/11 coloca
algo interessante para ser pensado: “Posso tranquilamente redescrever
esses corpos como perfeitos, sabendo muito bem que a imperfeição é do
meio ambiente, e de responsabilidade ou da natureza, que pode ser
mudada, ou da mentalidade de arquitetos e designers, que deve ser
mudada”. Continua ele no parágrafo seguinte dizendo: A própria palavra
“inclusão” deverá desaparecer ou, no mínimo, ser usada de outra maneira.
Afinal é o mundo que tem de ser incluído na vida das pessoas. Não temos
que descrever as pessoas como peças ruins que estão fora do mundo e
devem ser “incluídas”.
Quem precisa de inclusão
são nossos animais muitas vezes maltratados por crianças nas ruas ou por
adultos que colocam neles fogo por prazer de vê-los morrerem. São os
animais colocados em laboratórios para testes em total demonstração de
falta de humanidade. “A Verdadeira Face da Experimentação Animal” de
Sérgio Greif & Thales Trêz. O ser humano não, ele está incluso é a
Sociedade que deve se adequar e não adianta usar termos pomposos para
fugir a essa responsabilidade ou esconder seus preconceitos.
O Naturismo aprende o que
a natureza ensina, não é cortando o corpo para se ajustar à calça e sim
a calça que deve ser ajustada. Logo, Naturismo como uma filosofia
igualitária, libertária dentro dos princípios de harmonia e respeito
jamais poderá usar as palavras inclusão ou exclusão, sejam por quais
motivos forem. Sei que nesse ponto sempre é lembrado sobre o problema de
homens desacompanhados, penso que a atitude mais correta poderá ser
resolvida por uma questão de gerenciamento e não por repressão, chega de
invencionice.
Nascemos para crescer e
evoluir e o Naturismo tem que mostrar seus objetivos que contribuem para
fazer o ser humano melhor: a) igualdade entre os sexos; b) Eliminação da
obsessão do corpo; c) Aceitação de si mesmo; d) respeito à natureza; e
tantos outros mais que podemos elencar. O que precisa para isso?
CONSCIENTIZAÇÃO. É preciso estudar Naturismo à luz de outros valores
sociais, é preciso que os que praticam possam sentir orgulho e não
precisem ficar escondidos atrás de máscaras. Como me disse o Gilson
Ribeiro falta doutrinação e eu ainda insisto com a leitura de livros,
artigos etc.
No processo de
conscientização chegará uma hora que o indivíduo perceberá a riqueza do
Naturismo, que ele está tão livre que as roupas se tornam indiferente.
Nos dias frios vamos nos encontrar vestidos, nos de calor vamos tirar.
Tudo na maior naturalidade, sem nenhuma dificuldade. Mas em todos os
encontros vamos também discutir assuntos relevantes para a espécie
humana, não ficando alheios aos problemas sociais e sim numa profunda
compreensão das dificuldades dos nossos semelhantes.
São nossos valores que
devem ser incluídos na célula do corpo da sociedade, abraçando as causas
em defesa dos animais, do meio-ambiente, da liberdade ou qualquer outra
que traga dignidade ao ser humano. Aprendemos que a nossa nudez é digna,
agora temos obrigação de ensinar, é a única inclusão que podemos fazer,
a inclusão de nossos ideais para construção de um mundo melhor.