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Jornal Olho nu - edição N°137 - abril de 2012 - Ano XII |
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O CORPO, FONTE DE PRAZER por Rolando Toro*
Através de tempos imemoriais a idéia do corpo tem sido associada à dor, à doença e ao sofrimento. Esta visão determina atitudes e estilos de vida conformistas e dependentes.O medo ao sofrimento só se vence desenvolvendo a capacidade de prazer.O prazer está a tal ponto desprestigiado pelos valores convencionais, que para muitos é sinônimo de superficialidade, frivolidade ou materialismo. No entanto, não há prazer verdadeiro que não venha do profundo e do ímpeto natural da vida.Temos que nos sensibilizar para encontrar os caminhos que levam ao prazer.A aprendizagem acontece com: 1. - o prazer da dança 2. - escutar música em estado de transe 3. - ser consciente dos prazeres cotidianos 4. - desenvolver as possibilidades de erotismo Mas convém insistir em que a aptidão para o prazer pode se desenvolver em qualquer ser humano, e os acessos ao prazer acontecem por distintos caminhos. O ato de viver é prazeroso em si mesmo. Na Biodanza estamos contra toda forma de destruição corporal, contra aqueles que pretendem vencer o corpo em vez de pedir sua gentil colaboração, contra a guerra e todas as expressões de destruição ecológica, que no fundo são circuitos de auto aniquilamento. É necessário o assombro frente ao milagre que é o corpo. Há séculos se considera o corpo como um escravo da mente – temos que revisar este conceito. O corpo envia informação precisa à mente, mas nós desestimamos tais informações. Quando estamos cansados, desidratados, necessitados de amor, famintos ou com sono, temos algo diferente em mente: um projeto, uma obrigação que nos faz protelar a resposta ao sensível chamado do organismo.Não sabemos se temos desejos sexuais e, no entanto, tentamos copular; não sabemos se desejamos comer ou beber, nem quando está saciado o apetite ou a sede. . .
Perdemos a capacidade de ouvir a linguagem cenestésica. Desvalorizamos infinitamente a linguagem corporal. Torturamos e ofendemos nosso corpo. Na Biodanza descobrimos que o corpo é gentil, é belo, possui uma harmonia maravilhosa. O corpo é volupotuoso e intrinsecamente belo! O HOMEM NU A preocupação poético filosófica pela nudez humana é muito antiga. Foi demonstrada a importância da nudez na configuração de uma autoimagem profunda. Foi comprovado que o relacionamento interhumano entre pessoas nuas diminui a força do ego, aumenta a sinceridade, a tolerância, a compreensão, e eleva os níveis de comunicação. Somente em determinados contextos a nudez adquire conotações sexuais. Em outras situações de grupo, desenvolve qualidades sensíveis e delicadas de afetividade. Numa fenomenologia da situação de nudez, entram em jogo os níveis de repressão, a confiança recíproca, o contexto em que ocorre, e os objetivos a que se propõe. Sem dúvida o processo de conquista da própria identidade, com e para outro, seria mais efetivo em situações de nudez. A roupa, as máscaras, os enfeites, cumprem uma função de distanciamento entre indivíduos e grupos. Trata-se de ocultar a identidade natural por trás de uma fachada estranha, criando uma identidade cultural com elementos fantásticos. Além da função protetora das inclemências do clima, a roupa cumpre uma função repressora que, talvez, possua qualidades estéticas. A nudez representa a identidade corporal em sua total pureza e, portanto, em sua veracidade e liberdade originais. *Rolando Toro Araneda (1924 — 2010), professor, psicólogo, antropólogo, poeta e pintor chileno, criador do Sistema Biodanza e Presidente da IBF-International Biocentric Foundation. Viveu no Chile, Argentina, Brasil e Itália. Fonte: Wikipédia
(enviado em 29/03/12 por Joseane Medeiros) |
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