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Jornal Olho nu - edição N°138 - maio de 2012 - Ano XII

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O NATURISMO POR UM MUNDO MELHOR

por Aguinaldo da Silva*

 Frente a tantos desatinos, embaraços e polêmicas de fundo moral, ao vermos que a nudez ainda é o centro de discussões, sendo mal interpretada, quase sempre sinônimo de imoralidade e outros desajustes de comportamento, chegamos à conclusão de que o Naturismo tem o desafio de ser uma força ativa para melhorar o mundo.

De uns tempos para cá, tem se tornado comum a publicação na Internet de fotos não autorizadas de pessoas nuas ou na intimidade. Isto tem causado processos criminais, polêmicas e escândalos. Este interesse fetichista pela nudez alheia também alimenta o comércio da pornografia, que atualmente movimenta um mercado milionário. Tudo isto é decorrente da falta da prática da boa nudez.

No mundo naturista este fenômeno não acontece, pois a nudez é comum, não vulgar no sentido pejorativo da palavra. Por isto o naturismo é positivo para a educação. É mais que uma prática, é uma filosofia de vida, pois conduz para o equilíbrio, para o amadurecimento.

Outro dia alguém mencionou que o conceito de Naturismo aprovado pela INF em 1974 não é o mais adequado, pois se trata mais de um lema que um conceito. A definição oficial do Naturismo diz: “Naturismo é um modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática da nudez social, que tem por intenção encorajar o auto respeito, o respeito pelo próximo e o cuidado com o meio ambiente.”

Esta definição demonstra bem o sentido que o naturismo tem como filosofia de vida. E não poderia ser diferente, tendo em vista que o “natural” seria para muitos outro comportamento, como por exemplo, o hedonista. Porém, o naturismo parte da premissa que há um ponto de equilíbrio na busca do prazer, que contribui para a liberdade plena do ser humano. Portanto, o naturismo está pautado em princípios educacionais reconhecidos.

Tudo o que educa, precisa para isto conduzir, contrariar, restringir, modelar, com o fim de produzir o aperfeiçoamento. Este aspecto não desqualifica a definição “naturista”, pois partimos da premissa de que nem sempre vivemos o “natural” em nossa formação como pessoas. Com exceção dos índios, que desenvolveram o naturismo espontaneamente, nós diferentemente temos que buscá-lo de forma consciente.

Portanto, não podemos achar que o Naturismo não passa de uma recreação que traz bem estar, apesar de também proporcionar tal benefício. Muito menos uma forma de entretenimento de conotação sensual, como se parece para alguns. É claro, que o individuo ao se tornar naturista não deixa de ser sexuado, ou que abdique do prazer sexual. Mas adota um comportamento de consciente moderação de seus instintos, básico a um sujeito bem educado, que respeita e é respeitado, bem como é colocado pela definição da INF.

Com isto em mente podemos avançar sem correr o risco de transformar o naturismo numa utopia, principalmente num tempo em que proliferam as parafilias e tantos outros transtornos de comportamento sexual. Mais do que em outros tempos a prática naturista agora pode contribuir positivamente na educação e para a boa formação da personalidade. Este não é somente o lema, mas a marca do verdadeiro Naturismo.

*Teólogo e escritor

aguinaldodasilva@yahoo.com.br

 

(envidado em 8/05/12)


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