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Jornal Olho nu - edição N°139 - junho de 2012 - Ano XII |
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NATURISMO E AS REDES SOCIAIS por Evandro Telles*
Não há como negar os benefícios trazidos pelo avanço da informática e o consequente desenvolvimento das redes sociais. Virou moda, quem não participa não sabe o que anda acontecendo, na linguagem dos jovens, o que está “rolando”. Alto poder de penetração no mercado consumidor e um excelente meio de divulgação de produtos, ideias, mensagens, textos, vídeos, etc. Tudo o que eu escrevo incluo no blog e também nas redes sociais. Legal! Todos vão ver... pelo menos o título.
Considero duas invenções que fizeram mudar o mundo: A Internet e o Celular. Para falar a verdade não sei como consegui sobreviver sem isso durante, pelo menos, 45 anos. Por falar nisso onde está o meu celular? Porque a internet já está conectada no momento em que ligo o computador para escrever esse texto. Alô (coisa mais antiga), correto é “ei” onde está você?
- Estou aqui na loja em frente à sorveteria; - Está bem, “tô” na praça da alimentação (onde tem maior movimento) e já te encontro aí.
Sem isso estaria perdido!
O indivíduo já está perdido e não sabe, ele busca ter contatos com muitas pessoas, a quantidade de informações ficou sensivelmente aumentada, mas de péssima qualidade. Até no MSN foi criada uma linguagem escrita diferente, inexistente em nosso dicionário, tipo msm (mesmo); vc (você) e por aí vai. Na hora de redigir um texto encontra certa dificuldade não é msm?
Sem ao menos conhecer as pessoas que estão no outro lado, o incluímos como nosso amigo e se destaca aquele que tem um número maior de participantes na sua rede e assim temos assunto para ser visto sem fim. Por outro lado, perdemos o sentido do que representa amizade e misturamos com amor, agora é “ficar” que não é um nem outro. Vide artigo do filósofo Paulo Ghiraldelli (1). Será que é por isso que se chama rede? Pegou o peixe (que somos nós) e o tempo vai embora, e o pior é que se cria um mundo individualizado apesar de um grande número de “amigos”. Como disse Augusto Cury “Pais e filhos dividem a mesma casa, mas estão muitíssimo distantes uns dos outros. Não sabem chorar, se aventurar ou sonhar juntos.” (2)
O Naturismo não está fora desse contexto, não é algo que faz retroceder ao período das cavernas, nem mesmo como índio, apesar das semelhanças por causa da nudez. Se me soltarem no meio da floresta eu morro, as minhas estruturas físicas e psicológicas não estão preparadas para isso. Mas os grupos naturistas devem ficar atentos para o uso excessivo desses sistemas, podemos criar “naturistas virtuais”, isso não existe, esses são os pseudo-naturistas.
Uma amiga me disse que estava querendo conhecer o Naturismo, mas a decepção tomava conta. Tinha adicionado em sua rede diversas pessoas que se diziam naturistas, que freqüentavam diversos lugares, um currículo invejável da prática naturista. No início a conversa ia bem, depois o assunto virava para sexo. Isso a constrangia. É preciso que se entenda que jamais alguém poderá conhecer Naturismo por meio de redes sociais. Também não tem como padronizar comportamento humano por ser ele praticante desse estilo de vida pelo motivo de não termos “natureza humana” e sim “naturezas humanas”. Temos tantas naturezas quanto o número de pessoas, cada qual com suas qualidades e defeitos, com suas características, seus gostos. Tudo diferente, algumas semelhanças.
A amiga precisa entender também que naturistas não são santinhos. Fazem sexo, dormem, comem, possuem instintos, sentem atração física, tem tudo o que todos têm, só não tem a hipocrisia de negar isso, nem vergonha do seu corpo. Uma outra mentalidade que permite o ser se integrar com que é natural. Viegas Fernandes da Costa diz: Assim, ao despir-me, na Praia do Pinho, reconheci a “graça” em mim, o “cuidado de si” não para atender às necessidades estéticas do outro, mas para a minha conciliação comigo mesmo, em um processo de reconhecimento da minha integralidade. (3)
Quer conhecer mesmo o Naturismo? Está curiosa? Só mesmo presencial, tem sair da toca e enfrentar as suas verdades. Tem que sair de trás desse computador e participar. Algumas pessoas sabem muito bem criticar, são expert nisso! Mas quer mesmo conhecer um pouco mais sobre o assunto? Venha conversar com todos nós em nossa área, onde poderá ver o sentido da palavra “respeito”. Por falar em “sair” também estou saindo, a mulher me espera para podermos dormir abraçados.
Evandro Telles 22/05/12
(1) Paulo Ghiraldelli Jr; “Amizade, o que é isso mesmo? (2) Augusto Cury; A Fascinante Construção do Eu; Editora Planeta; (3) Viegas Fernandes da Costa; Artigo “Sobre a Nudez Social”.
*Presidente do Grupo Naturismo Capixaba À venda na Loja Virtual OLHO NU |
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