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Jornal Olho nu - edição N°142 - Setembro de 2012 - Ano XIII

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Ser Humano e a Natureza

por Julindio Macuxi*

 

Ao longo de milênios fomos nos isolando, nos distanciando daquilo tudo que nos causa medo, desconforto e irritação. Daí, os grandes motivos para destruirmos imensas fatias de natureza e construirmos imensas cidades, metrópoles alucinadas e doentes, carregadas de injustiças e estresse. A mãe natureza foi surrada, confinada a parques, infernos jardins e medíocres quintais, ou simples vasinhos nas varandas. Os tristes zoológicos tentam lembrar às nossas crianças como era um passado cada vez mais distante e nos tornamos seres fracos, sem anticorpos, com pele, unhas e cabelos sem força, cada vez mais cegos e surdos.

 

Nos reproduzimos sem parar, consumimos muito mais que necessitamos e vamos ameaçando cada vez mais todos os ecossistemas do planeta íerra.Muita cana, muita soja, muito pasto...até quando??? Os próprios seres humanos se massacram, enquanto uns comem lixo, outros muitas vezes com discursos maravilhosos posam em passarelas, em palanques, enfeitados com jóias, etiquetas e toda futilidade que chamamos de riqueza.

 

Passou da hora de repensarmos inúmeros conceitos e eliminar monstruosos preconceitos impostos por milênios.

 

Uma árvore só presta se tiver alguma utilidade para nós. Pouco importa se é extremamente útil, para insetos, aves, morcegos e demais mamíferos. Toda aranha é assustadora, toda cobra é fatal, todo tubarão é assassino bem como todo mendigo é suspeito, todo preto é pagodeiro e todo nu é safado.

 

Numa sociedade hipócrita, tudo que foge ao tradicional, causa espanto muitas vezes repulsa. Somos natureza e como tal, somos nus. Apenas estamos com roupa, mas somos nus. Nossa pele precisa do vento, do Sol, e mesmo da chuva, Todos os poros precisam respirar, sentir a brisa e o orvalho. Os toques sutis da mãe natureza são essenciais para manter-nos saudáveis. O naturismo prega saúde na alimentação, simplicidade na essência e a nudez coletiva respeitando o próximo e o ambiente. Tomar banho nu não pode ser restrito ao aperto das caixinhas acrílicas que cercam nossos chuveiros. Isso é patético!!!. Lá não há sol, não há brisa, não há espaço para correr, pular, curtir a liberdade de ser vivo e livre. Afinal, apesar de vivermos confinados em "apertamentos" cada vez menores ou em casas cercadas de grades cada vez mais altas, ainda somos "dito" livres. Hoje sou livre. Moro num paraíso repleto de natureza, mas já fui urbano.

 

Bom, Tambaba é um pequeno e lindo exemplo do que é ser livre. Nem tudo é perfeito mas é um começo que inspira outras atitudes. Despir-se das roupas engloba um conjunto de tabus quebrados, de conceitos repensados e um bem estar que conquista logo inúmeros adeptos. Diria que ficar nu em Tambaba é sorrir através dos poros, de todos os poros e se você quiser nos visitar, estaremos lá com poros e sorrisos abertos para testemunhar a chegada de mais um ser natural.

 

*Movimento NU e Aldeia Flor d'Água - Paraíba

contatos 83 8719 37 38

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