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Jornal Olho nu - edição N°150 - Maio de 2013 - Ano XIII |
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A UNIVERSALIDADE DO NATURISMO por Evandro Telles*
Pressupõe universalidade aquilo que é comum a todos, por exemplo: O riso que é uma linguagem universal, comum a todos os seres humanos. Esta é a conclusão de um grupo de investigadores da University College London no Reino Unido, que realizou uma investigação com um total de 20 mil pessoas no seu próprio país e na Namíbia utilizando sons associados ao riso para estudar a questão. Não é difícil entender a causa do Naturismo também possuir essa característica, o corpo humano e a sua natureza, para delírio de alguns, é universal.
O pesquisador Waldo Vieira apresenta em seu livro “Homo sapiens pacificus” uma lista contendo 100 diferentes reações grupais ou condições humanas opostas à vivência do universalismo, entre esses estão os preconceitos, fanatismos, idolatrias, dogmas, nacionalismos, facciosismos, paroquialismos, provincianismos ou sectarismos de qualquer natureza. (1)
É bom que se tenha um melhor entendimento da relação de grupos sectários com o Naturismo e que não exista influência desses grupos porque fatalmente irá trazer conflitos e contradições maiores dos que já possuem. Pessoalmente questionei isso no CONGRENAT (Congresso Nacional de Naturismo), por que cantamos o hino nacional nesses eventos? A melhor resposta é que ainda estamos condicionados a pensar como grupo e não como um todo. Augusto Cury salientou esse comportamento em seu livro “O Vendedor de Sonhos”: Enquanto as nações pensarem de forma individualizadas a paz e harmonia que tanto defendemos jamais poderá ser conquistada. (2)
Não é diferente com relação às religiões, estimativa feita pelos britânicos Joanne O’Brien e Martin Palmer no Atlas das Religiões, segundo o qual existiriam 33.800 seitas cristãs espalhadas pelo Planeta, cada qual com diferentes interpretações da mensagem bíblica, pretensa revelação da “verdade única” e obrigatória a toda humanidade. (1)
Ora, o naturista pode ser o que ele quiser, tem toda a liberdade para isso, só não pode trazer para dentro do Naturismo suas orações e/ou cânticos que tragam implícitas as suas crenças individuais, as religiões trazem nas suas bases a impossibilidade do universalismo e o Naturismo não. Essas ações não devem acontecer até mesmo por uma questão de respeito por aqueles que em nada acreditam.
Luz del Fuego não ficou de fora dos conflitos políticos e religiosos de sua época (4), a universalidade pretendida não poderia ser compreendida por aqueles que fragmentavam o homem, isso era impossível naquela época e não é diferente na atualidade. Para aqueles que estão entrando para o Naturismo terão que romper e criar novas estruturas internas, como disse o amigo Viegas Fernandes da Costa: “Ao compreender isso, percebi a dimensão libertadora da nudez social. Libertadora porque contribuiu, primeiramente, para um processo de reconhecimento e aceitação pessoal, o que alterou estruturas internas, psicológicas.” (3)
Penso ainda que, mesmo para aquelas pessoas que há tempo praticam o Naturismo, terão que romper os grilhões criados por nossa sociedade, um mergulho para dentro de si mesmo será inevitável e é exatamente por isso que o Naturismo é transformador. O indivíduo irá buscar a sua essência humana e irá questionar suas ações com mais intensidade.
Vejam que não é a simples nudez causadora das verdadeiras transformações e sim das reações provocativas que o Naturismo desencadeia. Quando há o reconhecimento das superficialidades da vida que vivemos e a universalidade for verdadeiramente entendido, o ser humano não mais precisará matar uns aos outros, não mais será necessária as guerras, a vida será o que realmente temos de maior valor.
O problema não é a guerra, e as marchas de protesto não irão ajudar. O problema é a agressão interior nos indivíduos. As pessoas não estão à vontade consigo mesmas, daí precisar haver a guerra; do contrário, essas pessoas enlouquecerão. A cada década uma grande guerra é necessária para descarregar a humanidade de sua neurose. (5)
E assim os indivíduos ficam lutando entre si para conseguir fiéis às suas verdades que na realidade não são verdades absolutas. Se pelo menos tivermos uma pequena (não precisa se grande) noção da universalidade do homem, as guerras desapareceriam na face da terra e com certeza o Naturismo não é uma solução definitiva, mas pode ajudar muito.
(1) Luz; Marcelo – Onde a Religião Termina? Evandro Telles Professor universitário
Membro do Conselho
consultivo da FBrN |
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