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Jornal Olho nu - edição N°154 - Setembro de 2013 - Ano XIV

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A maior festa do surfe naturista do mundo

por Pedro Ribeiro*

 

Ano a ano o Tambaba Open de surf Naturista vem se firmando como um dos mais importantes, senão o mais importante, evento anual naturista no Brasil. E sua importância não se dá pelo tamanho  e quantidade de pessoas participando, mas pela repercussão que ele apresenta na mídia não naturista, divulgando nosso estilo de vida em todos os jornais, emissoras de TV e portais de notícias.

 

a prefeita Tatiana Correia abriu oficialmente o evento na praia, diante de uma plateia naturista e nua

O torneio já entrou para o calendário de eventos oficiais do Estado da Paraíba e recebe total apoio do governo do estado e principalmente da prefeitura da cidade do Conde, onde se localiza a praia. Nesta edição a prefeita Tatiana Correia abriu oficialmente o evento na praia, diante de uma plateia naturista e nua, sem qualquer constrangimento ou falso pudores. Postura e exemplo que deveriam ser seguidos de Norte a Sul do país, em terras que se dizem muito liberais e cabeças abertas, mas que na hora do Naturismo fazem cara feia e o cérebro fica com o tamanho de um de passarinho.

 

Como se não bastasse, o evento, considerado a maior  competição de surfe naturista do mundo, atrai a juventude, tão distante em muitas áreas naturistas brasileiras (e até estrangeiras) com todo sua alegria, descontração e irreverência. Necessário para o futuro do Naturismo.

 

Os mentores desse sucesso são os criadores também do Movimento Naturistas Nus, que completa 10 anos de existência neste ano: Carlos Santiago e Julíndio Macuxi, este último, surfista de Tambaba há muitos anos. A ideia tomou forma em 2008, como parte das atrações do XXX Congresso Internacional de Naturismo, realizado no Brasil pela primeira vez, justamente nesta maravilhosa praia nordestina, a qual, aliás, que, com o seu naturismo, acabou por colocar o pequeno município no mapa do turismo mundial, e o estado da Paraíba teve muitos respingos desse sucesso.

 

Julíndio é um dos mentores do Movimento NU

As edições desse evento esportivo naturista têm crescido ano a ano, tendo o número recorde de 40 inscritos nesta versão 2013, sempre com novatos na prática nudista que depois tornam-se adeptos, mesmo com as dificuldades impostas por uma lei municipal que proíbe a entrada de homens desacompanhados de mulheres na praia. A 6ª edição do Tambaba Open Surf Naturista serviu também para conscientizar a população de que é preciso preservar a natureza e evitar qualquer tipo de depósito de lixo nas praias para evitar sua poluição.

 

“A proposta do evento sempre foi divulgar os principais pilares da ideologia naturista, utilizando a prática do esporte para ampliar essa exposição. O surf foi a modalidade escolhida, por reunir aspectos comuns ao nosso pensamento, a exemplo da liberdade, harmonia e respeito pela natureza”, destacou o coordenador do Projeto SurfNU, Carlos Santiago.

 

André é estreante  no surf naturista e no Naturismo

Entre os novatos ainda há um certo receio de se mostrar ao natural e pudor de dar entrevista, mesmo que seja apenas em áudio. André Luiz, 28 anos, foi exceção e falou ao jornal OLHO NU. Morador do bairro Grotão em João Pessoa começou a participar por insistência dos amigos surfistas naturistas porque ainda tinha vergonha e preconceito de ficar nu diante das outras pessoas na praia. A vergonha foi vencida na manhã de domingo, quando tomou a decisão de se inscrever e participar. Agora vê que os preconceitos eram infundados e é totalmente diferente do que imaginou. Quando não está surfando é profissional da área de metalurgia.

 

img: Ildevan Noronha

www.praiadetambaba.blogspot.com

 

Um aparato de segurança é montado para dar tranqulidade ao evento. Além das barracas para os juízes e para os surfistas, há um contingente de guarda-vidas e de policiais, estes últimos circulam e patrulham a área da praia diversas vezes ao dia.

 

A prefeita do município do conde concedeu uma entrevista para o jornal OLHO NU falando sobre o naturismo de Tambaba e planos para o futuro da praia. Ouça a entrevista clicando na imagem acima

 

 

O torneio começou no sábado, 7 de setembro, oficialmente às 13 horas com a presença e discursos da Prefeita do Conde, Tatiana Correia e de alguns de seus secretários, do organizador Carlos Santiago, do presidente da SONATA Alex Souza, do proprietário da pousada A Arca do Bilú, Marcos "Bilú" e do presidente da associação Tambaba Nua Hildebrando Carvalho. A única associação não local representada no vento foi a Associação Naturista de Abricó, com uma delegação de sete pessoas.  Convidado a discursar, seu presidente Pedro Ribeiro destacou a importância do evento para o Naturismo brasileiro e o desejo de realizar a disputa também na praia do Abricó, no Rio de Janeiro.

 

O kite surf dividiu a praia com o surf

Bem antes da abertura oficial, no entanto, a manhã de sábado já estava lotada de surfistas que treinavam nas ondas da praia, além da Escolinha de surf, ministrada por outro organizador do evento, Julíndio Macuxi, já estar em pleno funcionamento. Uma atração à parte foi um rapaz que aproveitava o vento constante para desfrutar de seu kite surf.

 

Na parte das competições no sábado vinte competidores disputaram a categoria "expression session", onde cada um mostra suas habilidades sobre as pranchas de maneira livre, explorando suas potencialidades. Daqui foram retirados quatro finalistas para a final do domingo.

 

À noite, na pousada A Arca do Bilú, local tradicionalmente onde se hospedam surfistas que vão para aquela área, houve a Festa de Confraternização que reuniu centenas de jovens embalados pelo som reggae de três bandas locais da região. A reunião serviu também para comemorar os 10 anos de criação do projeto Movimento Nu, pai do Tambaba Open de Surf Naturista.

 

O domingo despertou com chuva forte, que amansou no decorrer da manhã, mas a todo momento caía uma chuva fina entremeada com aberturas de sol forte. Este cenário que persistiu também à tarde, provocando ondas não muito adequadas à prática do surf fez com que todas as provas fossem transferidas para depois do almoço, esperando ao menos a subida da maré e melhores condições, o que ocorreu.

 

Vagner de Oliveira é um dos quatro jurados do evento desde sua primeira edição. Ouça a entrevista dada ao jornal OLHO NU sobre sua experiência

O Tambaba Open de Surf naturista conta também com o apoio da Associação Paraibana de Surf, filiada à Federação Brasileira de Surf, que designa juízes membros da entidade para julgar as manobras dos competidores. Alguns deles também ficam nus durante o evento, como é o caso de .

 

 "As regras são as mesmas de qualquer campeonato do mundo. São baterias com quatro surfistas, de 15 minutos, somadas as duas melhores notas. Mas como é um evento naturista, único no mundo, todos os participantes precisam obedecer as regras do local. Até os juízes trabalham nus", conta Nilson Marinho, diretor técnico da Federação Paraibana de Surfe e que teve a mesma função no campeonato.

 

Dã Maciel, um dos veteranos particpantes desde a primeira edição, conta que o torneio de surf naturista tem evoluído e trazido cada vez mais praticantes do naturismo. Ouça seu depoimento em áudio.

Nesta sexta edição a competição já conta com veteranos que participaram de todas as edições anteriores, mas que antes do evento não eram naturistas e chegavam a ver o movimento com certa desconfiança. Mas a persistência deles acabou trazendo estreantes, que pela primeira vez surfam nus e entram em uma área naturista.

 

Todos disputaram as baterias que eram divididas em grupos de quatro surfistas a cada vez, de cada sessão era tirado uma finalista que disputaria enfim o primeiro lugar de cada categoria. Os prêmios eram troféus para os quatro finalistas e uma almejada prancha de surf para cada primeiro lugar das três categorias: Expression Session, onde a pontuação é realizada através do grau de dificuldade das manobras realizadas pelos surfistas: categoria Local, onde os surfistas representantes são apenas da Paraíba e ainda não são profissionais, com pontuação feita da forma tradicional: onde o surfista é avaliado pela forma que entra na onda, como sai dela, como surfa na parte limpa da onda e pela dificuldade que cada manobra representa e na categoria Open, versão que é permitida a disputa de qualquer candidato, independente da idade ou sexo.

 

as camisas são trocadas entre os surfistas a cada vez que entram e saem da água nas baterias

Para serem identificados dentro da água pelos quatro juízes que ficam na areia, os surfistas usam camisas coloridas (e nada mais): preta, vermelha, azul e amarela, as quais são trocadas entre eles a cada vez que entram e saem da água nas baterias.

 

Os paraibanos dominaram os resultados. Na categoria Expression Session o campeão acabou sendo o paraibano Klauber Lins. Já na categoria local, o vencedor foi Wellington Ferreira, seguido por Dã Maciel, Edson Filho e Jackson Nogueira. Na Open, o vencedor acabou sendo o também paraibano Arthur Vilar seguido de Klauber Lins, Reginaldo Filho e Rodrigo Haroldo.

 

Juliana Lundgren, secretária de turismo ajunta do município do Conde, fala ao jornal OLHO NU.

A premiação começou logo depois da última disputa e da divulgação dos resultados. E foi apressada porque o vento frio do final da tarde não estava animando a permanecer sem roupas. Os vencedores de cada categoria receberam os prêmios das mãos do Presidente da SONATA, Alex Souza, e da Secretária Municipal adjunta de Turismo de Conde, Juliana Lundgren e comemoraram efusivamente, todos ansiando para participar no próximo ano de mais uma edição do torneio.

 

*Editor

pedroribeiro@jornalolhonu.com

 

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Os preparativos da grande festa do surf naturista

Entrevista com os organizadores do evento


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