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Jornal Olho nu - edição N°162 - Maio de 2014 - Ano XIV |
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Complexo Naturista Praia do Pinho não é mais filiado à FBrN por Maria Luzia de Almeida*
Acusamos o recebimento do jornal periódico virtual OLHO NU – www.jornalolhonu.com que nos mantém atualizados sobre o Naturismo no Brasil e no mundo. Nesta edição de maio 2014, uma notícia nos dá conta de que a primeira área naturista a retomar as atividades naturistas, após o término da ditadura em nosso país, a Praia do Pinho, não está mais filiada à FBRN / INF. A solicitação de desfiliação foi aceita por unanimidade pelo Conselho Maior da Federação Brasileira de Naturismo.
Eu e meu marido conhecemos o Naturismo na Praia do Pinho, no verão de 1990, e logo iniciamos uma longa jornada para implantarmos uma praia naturista em nosso Estado, o Espírito Santo, o que aconteceu em fevereiro de 1994 com a inauguração da Barra Seca.
Recordo-me bem daquele primeiro dia em que pisamos nas areias da Praia do Pinho. Hospedamo-nos no clube naturista Paraíso da Tartaruga, localizado no alto de um morro, de onde avista-se toda aquela maravilhosa praia. O clube também era moradia de Celso Rossi, com seus familiares, sede da FBRN que ele fundou e da AAPP – Associação dos Amigos da Praia do Pinho.
Ao descermos para a praia, no segundo dia de nossa estadia, verificamos que havia um camping à beira-mar e chegamos perto da cerca para olharmos. Neste momento, fomos abordados por um homem que nos convidou a entrar, apresentando-se como proprietário do local, perguntando se precisávamos de hospedagem. Ao informarmos estar hospedados no Paraíso da Tartaruga, ele nos convidou a deixar o clube e transferirmos para aquela área, aproveitando o momento para criticar o trabalho dos dirigentes do clube e da FBRB, trazendo para si e seus familiares todo o trabalho de organização naquela praia. Contou-nos ainda que aquelas pessoas prejudicavam e impediam tudo o que eles pretendiam realizar naquela praia.
Achamos muito indelicado, e até estranho, a atitude daquele homem que acabava de nos conhecer expondo um problema que não nos competia. Pelo menos, acreditei que não era de nossa competência.
Durante uma semana em que lá estivemos, pudemos entender parte do que ali acontecia e verificar quem realmente trabalhava duro para que na Praia do Pinho as normas e o código de ética naturista fossem observados e cumpridos pelos frequentadores: a turma da AAPP – sim, já haviam fundado a Associação Amigos da Praia do Pinho, cuja sede ficava no Clube da Tartaruga. E eram aqueles Amigos que tomavam conta da praia, da limpeza e organização e recebiam carinhosamente os turistas e neófitos no Naturismo permanecendo na portaria da praia onde todos recebiam informações práticas. Verificamos que os donos do camping concentravam-se apenas na exploração comercial do local mantendo a área de hospedagem e restaurante à beira-mar onde fazíamos nossas refeições diárias.
Os anos passaram. E aqueles nomes, Álvaro e Ivan, proprietários das terras que dão acesso às areias da Praia do Pinho passaram a ser comuns entre os naturistas brasileiros, principalmente, entre os que possuem compromissos com a prática e a filosofia naturista. Mais alguns anos, surge o nome do Niltinho que, intermediando um conflito familiar, assumiu a gerência do que intitulou Complexo Naturista da Praia do Pinho. Rapaz com excelente formação que soube transformar uma área agreste num espaço turístico.
Muitos são os problemas denunciados sobre aquela praia no que tange ao cumprimento das normas e do código de ética naturista. Informam que os proprietários do Complexo Naturista não são naturistas e são citados por não se importarem em cumprir integralmente o que recomenda a FBRN / INF.
Estive dirigente da FBRN de 2001 a 2003, ocasião em que recebi muitas informações sobre o descumprimento do código de ética, mesmo não sendo aquela entidade afiliada. E cheguei a ser ameaçada de processo por um casal que denunciou ocorrências sexuais quando coloquei-me em defesa da praia.
Esta não será a primeira desfiliação da Praia do Pinho, que já esteve fora do quadro de filiados da FBRN em outras ocasiões, e, parece-me, que este será sempre o destino de uma entidade naturista cujos proprietários não sendo naturistas assumem estar ali “apenas por dinheiro”.
Temos um carinho muito especial pela Praia do Pinho porque foi naquele paraíso onde o Naturismo ressurgiu no Brasil, propagou-se e tomou força. Porém, a FBRN não pode manter filiada uma entidade que não possui os mesmos ideais filosóficos. Foi uma atitude sensata da FBRN – Federação Brasileira de Naturismo.
O Naturismo brasileiro tem história para ser contada. E muito honrar! São anos de muita dedicação, enfrentamento, realizações e compromisso com a ética e respeito aos naturistas brasileiros. Não podemos perder as conquistas.
Desejamos que a AAPP e os naturistas frequentadores da Praia do Pinho continuem a orientar sobre a prática do Naturismo, a fiscalizar e a cobrar atitudes que não estejam de acordo com o que sonhamos para o Naturismo brasileiro.
Naturalmente,
Maria Luzia Vitória - ES
*Ex-presidenta da Federação Brasileira de Naturismo. Membro e uma das fundadoras do Grupo Naturismo Capixaba.
(enviado em 5/05/14) |
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