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Jornal Olho nu - edição N°163 - Junho de 2014 - Ano XIV |
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Naturismo ameaçado (de novo) em Abricó? O Naturismo na praia do Abricó tem sido constantemente ameaçado nestes vinte anos de existência. No decorrer desse tempo sofreu agressões judiciais que proibiu a prática do nudismo por onze anos. Após a liberação começou a sofrer agressões de freqüentadores que têm comportamento sexualmente abusivos e além disso, atualmente, sofre pressão do poder público para mudar sua forma de organização nos finais de semana, criada justamente para combater este tipo de abuso. Em janeiro de 2004, a Associação Naturista de Abricó, em assembleia, decidiu que a partir de fevereiro daquele ano passaria a exigir de todos os freqüentadores da praia que ficassem nus em área delimitada. A praia havia se livrado da proibição judicial em final de setembro anterior e tinha uma convivência mista (nus e vestidos) em todos os dias da semana. Mas com a proximidade do verão a quantidade de pessoas na praia aumentou vertiginosamente, mas infelizmente a quantidade de problemas gerados também, com abusos de toda ordem: uso indiscriminado de drogas (leves e pesadas); animais domésticos; churrascos na areia; casais tendo relações sexuais (heteros e homos); masturbação coletiva e falta de respeito absoluto a qualquer lei e às regras naturistas, inclusive a da fotografias não autorizadas. Sem qualquer tipo de ajuda oficial, policiamento ou patrulhamento, ajuda essa negada constantemente pelos órgãos públicos competentes. O que notávamos é que quase totalidade dos problemas eram causados pelas pessoas vestidas.
A ideia era que em pelo menos uma parte da praia do Abricó (cuja área naturista utilizada era de apenas 250 metros de comprimento) os naturistas tivessem sossego e respeito merecido e que de fato fosse possível exercer nosso direito conquistado a duras penas, após 11 anos de luta judicial. Nos organizamos e cercamos metade da praia e a partir dali somente pessoas nuas. Tivemos muitos protestos e muita luta rolou até consolidarmos a ideia, mas ela vingou e todos os sábados, domingos e feriados que não estivessem chuvosos, estávamos lá, até os dias atuais, garantindo nosso espaço e filosofia. O espaço foi ampliado até ocuparmos todos os 250 metros da praia onde normalmente era praticado o naturismo. O interessante é que nunca escondemos isso de ninguém (não teríamos como esconder), nem das autoridades, nem dos gestores do Parque de Grumari onde a praia está localizada. Todos já iam ao local sabendo das regras e mantínhamos vigilância constante nos dias em que lá estávamos. O sucesso foi absoluto pois conseguimos realizar o Naturismo sadio e completo, com um mínimo de problemas.
No entanto desde o final do ano passado os gestores atuais dos Parques Ambientais da Prainha e de Grumari mudaram de ideia e resolveram que não deveríamos mais impedir as pessoas de entrarem vestidas na parte naturista da praia do Abricó, mesmo não oferecendo nenhuma alteração em relação à segurança e patrulhamento da praia. De segunda à sexta-feira a praia do Abricó continua sendo mista e aqueles problemas, que conseguimos minimizar nos finais de semana com a presença da associação com sua organização, estão presentes desde sempre, com total descaso das autoridades. O pior é que a gestão do parque nos acusa de não resolvermos os problemas nos dias de semana (a até à noite!!!), transferindo suas responsabilidades para nós, como sempre, mas não aceita nossa solução da exclusividade naturista. Embora nós tenhamos nos finais de semana fiscalização e orientação realizadas por pessoas destinadas a estas funções, o sucesso da iniciativa só é possível porque não temos todas os possíveis visitantes vestidos entrando, saindo ou permanecendo na praia todo o tempo. A quantidade de pessoas que frequentava a praia naquele fatídico verão de 2003/2004 a cada sábado e domingo beirava as mil pessoas, destas umas sessenta ficavam nuas, as outras eram todo tipo de gente, menos naturistas. A Associação não tem poder de polícia, então o máximo que podemos fazer é solicitar ao delinquente que pare de fazer o que está fazendo, sendo que não obtínhamos sucesso em grande número dos casos, ou seja, não nos davam "a mínima bola", quando não reagiam agressivamente às nossas investidas. Quando foi instituído o fato da nudez obrigatória fez a frequência diminuir substancialmente e descobrimos que a maioria dos deliquentes morre de vergonha de ficar nu em público, então era possível controlar e fiscalizar. Daquele número inicial de 60 pessoas nuas, já em fevereiro pulamos para 250 ou até 300, mostrando que grande número de pessoas não tirava a roupa por não se sentir à vontade naquele ambiente anterior, hostil e permissivo. O controle fez com que a privacidade das pessoas fosse preservada, tendo reduzido os casos de fotografias não autorizadas ao mínimo e, com um efeito colateral inesperado: a tranquilidade de deixar suas roupas e pertences em qualquer lugar da praia, andar e retornar encontrando-os do mesmo jeito que os deixou. Coisa incomum nas praias do Rio de Janeiro. Mas tudo isso pode acabar, e até mesmo a prática do naturismo, na praia do Abricó se houver realmente a insistência de terminar com o impedimento de entrar na parte naturista da praia vestido, aos sábados e domingos. A primeira consequência será a redução do número de mulheres, nuas ou vestidas. A privacidade de sua imagem irá para o espaço e deixar seus pertences na areia para passear pela praia (nu ou vestido) será coisa do passado. Para piorar as coisas a gestão do Parque alega que está querendo ajudar o Naturismo, mas que não pode permitir o impedimento da entrada das pessoas vestidas porque isso fere o "direito constitucional de ir e vir do cidadão". Embora tenha-se argumentado que ninguém é impedido de entrar na praia, pois o que é proibido são as roupas, que são objetos como quaisquer outros, ainda assim nota-se má vontade dos representantes do poder público. O uso das praias no Brasil é determinado por legislação ou decretos municipais, por isso em algumas é proibido andar com veículos a motores, em outras é proibida a entrada de animais domésticos, em algumas é permitido o top-less e em outras, o nudismo. Tudo depende da visão local dessas situações. Embora aleguem que querem "ajudar o Naturismo" não oferecem contrapartida de segurança oficial na praia, mas já sugeriram em mudar a praia naturista de lugar para um mais ermo e aí, sim, sem qualquer possibilidade de ajuda oficial, ou até mesmo cassar a Resolução que permitiu a prática naturista na praia. Aliás, esta Resolução, 64/94 da Secretaria de Meio-ambiente do município do Rio de Janeiro, coloca em seu primeiro parágrafo que todos os frequentadores deverão seguir as normas da Associação naturista da praia e, além disso, não determinou a extensão da praia naturista, colocando apenas praia do Abricó, que tem cerca de 700 metros de comprimento e não só os 250 utilizados pelos nudistas. Ou seja os outros 450 metros da praia são utilizados apenas por banhistas vestidos, que reagem mal quando um incauto ultrapassa a barreira fictícia que separa as duas áreas. Desta forma a luta pelo Naturismo na praia do Abricó está longe de acabar, mas que o Naturismo não acabe logo. (enviado em 5/06/14 por Pedro Ribeiro)
Associação Baiana de Naturismo dá entrevista em rádio local Antonio Franco Nogueira, fundador do site Camaçari fatos e fotos, dá entrevista à rádio baiana Sucesso FM sobre os problemas da comunidade próxima à praia de Massarandupió e revela a importância que a praia naturista tem para a região e o descaso das autoridades com o assunto. Ouça a entrevista na íntegra.
(enviado em 16/05/14 por Doni Sacramento) |
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