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Jornal Olho nu - edição N°165 - Agosto de 2014 - Ano XV

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Aceitação, Comprometimento, Confiança e Influência

Abaixo, texto lido na abertura da plenária no X EBN, no Ecoparque da Mata, Massarandupió, BA.

 

O naturismo organizado no Brasil vive uma situação interessante: embora teoricamente tenhamos milhares de adeptos, na prática encontramos poucos interessados em assumir publicamente sua condição de naturista, e menos ainda dispostos a trabalhar em prol de seu desenvolvimento.

 

Temos oito mil e quinhentos quilômetros de litoral, mas temos apenas oito praias oficializadas, e mesmo assim, por decreto municipal, visto que até hoje não conseguimos sensibilizar nossas lideranças políticas para que tenhamos uma legislação adequada. Portugal que tem um litoral de apenas 963 km, segundo o site “Naturismo em Portugal” (http://portugalnaturista.com/naturismo/praias/praias.html) possui sete praias oficiais e mais de cinquenta que permitem o nudismo de uma forma não oficial.

 

O que leva nosso país ser tão tímido em relação ao naturismo? Imagino que tenha a ver com um fato que em minha gestão na Federação Brasileira, e agora, com mais duas gestões do grande amigo João Olavo, se deva ao fato de termos escassas lideranças em todos os níveis. Basicamente temos, em todos os estados, associações e clubes que vem sendo administrados pelas mesmas pessoas a mais de uma década. Não temos visto a renovação de lideranças. Aliás, não temos visto o nascimento de novas lideranças.

 

Temos observado também que em vários locais, tem havido uma guerra de egos, entre associações e entidades irmãs, em busca de um poder, pela simples conquista do poder. Não há uma busca de melhoria dos serviços, do desenvolvimento do naturismo. É a simples busca do poder. Exerce-se a liderança de uma forma absolutista, nos piores moldes que podemos observar.

 

A liderança não pode ser assim buscada, a qualquer preço, pelo simples gosto de estar no poder. Temos que ver a liderança sobre vários aspectos, entre eles, a aceitação, o comprometimento, a confiança, a influência. Somente um bom relacionamento irá conseguir reunir todos estes aspectos e legitimar uma liderança.

 

A aceitação - Liderança tem que ser conquistada e para isso ela em primeiro lugar tem que buscar a livre aceitação dos liderados. A aceitação não pode ser imposta, caso contrário estamos partindo para um regime ditatorial. Não há consenso, não há diálogo, apenas a vontade de um ou um pequeno grupo. A aceitação de uma liderança é uma ação livre e natural.

 

O comprometimento – Quem deseja liderar um grupo ou uma ação, tem que conquistar o comprometimento de seus liderados. O verdadeiro líder e aquele que sabe qual é o objetivo final e transmite a seus liderados a mesma força e paixão, fazendo com que este objetivo seja de todos. Como diria Alexandre Dumas, “um por todos e todos por um”. Se não há comprometimento, a ação não terá êxito, visto que não faz parte de cada um dos liderados. O comprometimento é também o responsável pelo nascimento de novas lideranças – somente pode chegar a liderança, aquele que se compromete.

 

A confiança – O líder deve ser conquistar a confiança do grupo. O grupo tem que se sentir protegido, apoiado por seu líder. Por isso antes da confiança o líder deve buscar a aceitação e o comprometimento.

 

Somente a partir disso é que ele terá a confiança no grupo e do grupo. Ter confiança é saber que poderá seguir em frente, mudar estratégias, alterar metas, e continuar com o grupo.

 

A influência – A influência é o último estágio de um líder. Quando ele obtem os três estágios anteriores, ele poderá, por seu trabalho e suas conquistas, influenciar pessoas, grupos e outros líderes. Este é verdadeiro líder – aquele que consegue, pelo seu trabalho, por sua postura, por saber delegar e agregar pessoas, ser um fator de influência dentro de seu espaço.

 

Como disse no início deste artigo, em alguns locais naturistas, temos tido choques de lideranças. Não precisamos disso. Precisamos é de juntar forças e não de dividir. Precisamos de trabalho e muito trabalho.

 

“A messe é grande e os operários são poucos”, podemos buscar isso na própria Bíblia, para aqueles que acreditam. Entidades irmãs devem se unir. Há trabalho para todos, independente se um ou outro tem este ou aquele apoio. Mesmo que tenhamos ideologias políticas diferentes, o naturismo é um só. O naturismo, como diz sua definição, que coloquei acima do título deste artigo, tem que buscar um relacionamento sadio, de auto respeito, como diria o filósofo Sócrates, “Conheça-te a ti mesmo.”. Um relacionamento sadio de respeito ao próximo, independente de sua condição, raça, opção política ou religiosa. Não interessa, o relacionamento é importante e, dentro de nossas organizações naturistas, deve levar sempre para o lado do desenvolvimento do naturismo.

 

Esperamos que todas as lideranças do naturismo brasileiro, pensem sobre isso. Que haja um trabalho de fomentação de novas lideranças, para que possamos ter um trabalho duradouro e que não fique baseado apenas na vontade de alguns, mas sim, no trabalho de um grupo coeso e forte em prol do naturismo.

 

Terezópolis de Goiás, 14 de julho de 2014

 

José Antônio Ribeiro Tannús

Vice-presidente da FBrN

Coordenador Geral da Área de Comunicações da FBrN

Presidente do Conselho do GOIASNAT

 

Leia mais:

X EBN: O Naturismo comprometido

GNC NO X EBN EM MASSARANDUPIÓ - BAHIA

Confira os Murais de Fotos do X Encontro Brasileiro de Naturismo 

http://www.camacarifatosefotos.com.br/

Ata da plenária do X EBN

 

(enviado em 29/08/14 por Naturismo Capixaba)


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