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Jornal Olho nu - edição N°177 - Agosto de 2015 - Ano XVI

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 NATURISMO – UM OLHAR HOLÍSTICO

por Evandro Telles*

Não existe imoralidade no corpo humano, já dizia a Luz Del Fuego(1). Imoralidade são as guerras, a fome, a miséria, o desemprego, os preconceitos, a violência; e essas coisas se tornaram banais nos meios de comunicação, mas para o corpo é preciso até de leis para que a mulher possa amamentar.

A Câmara de Vitória aprovou, na última quinta-feira (02/07/15), o Projeto de Lei nº 63/2015, de autoria do vereador Luiz Emanuel, que dispõe sobre o direito ao aleitamento materno. A proposta visa garantir que toda mulher possa amamentar seu bebê sem sofrer qualquer constrangimento. Quem cercear o ato de amamentação em um estabelecimento, seja público ou privado, por exemplo, está sujeito à multa de até R$ 500. O projeto agora segue para sansão do Prefeito Luciano Rezende.

Amamentação em público garantida em Vitória

São muitos os relatos de mulheres no Brasil e em diversos lugares do mundo que já sofreram algum tipo de discriminação ou reprimenda ao amamentar em público. “Asseguramos que em Vitória essa discriminação não ocorrerá, pois o direito à alimentação, previsto no terceiro artigo do Estatuto da Criança e de Adolescente, será garantido quanto à amamentação”, disse o vereador.(2)

O Naturismo, enquanto uma filosofia que defende a harmonia e um olhar com naturalidade para o corpo, não consegue se fazer entender à grande massa de pessoas, nem mesmo encontra um incentivo para divulgação dos trabalhos editados em livros. Basta ver quais os assuntos permitidos para se ter o direito ao enquadramento nos projetos culturais amparados por lei. Digo, sem nenhuma vaidade, tudo o que escrevi tive que me inteirar de diversos assuntos ligados à Medicina, Antropologia, Psicologia, Sociologia, Física, Artes, Poesia, Política, Religião e até mesmo de Cosmologia. Como disse Heisenberg, físico alemão que recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1932 pela criação da mecânica quântica: “não podemos nunca falar sobre a natureza sem falar ao mesmo tempo sobre nós mesmos”.

Até aqui a ciência tem fragmentado tudo para que possa entender a natureza. Tal atitude tem permitido a forma desumana da vivissecção, o que chamamos de modelo reducionista. O desenvolvimento da medicina se deu por meio desse modelo e hoje os médicos acham-se incapazes de entender, ou de curar, muitas das mais importantes doenças atuais. Há um consenso crescente entre eles de que muitos dos problemas com que nosso sistema médico se defronta provêm do modelo reducionista do organismo humano em que esse sistema se baseia.(3)

Os físicos com seus minuciosos estudos dos átomos têm encontrado uma rede de interdependência e conexões. A Física Newtoniana torna-se inadequada e os conceitos desenvolvidos não mais se aplicam. Uma nova percepção da vida e novos valores serão necessários para que possamos entender a unicidade da natureza na qual o corpo é parte dela e ao mesmo tempo é a própria manifestação dela. A linguagem se perde; como a parte pode entender o todo? Conceitos não se aplicam na natureza e ela não dá a mínima importância ao que o indivíduo pensa porque ela atinge todo o ser humano, sem nenhuma distinção.

Essa forma holística de pensar e sentir o corpo há muito tempo que o Naturismo já defende mesmo sem nenhum fundamento científico, somente pelas próprias experiências. Chega um momento em que é preciso deixar de lado a lógica e a racionalidade para ouvir apenas a natureza.(4)

*Evandro Telles

www.evandrotelles.blogspot.com

11/07/15

(1) Dora Vivacqua (Luz Del Fuego) em A Verdade Nua;

(2) Comunicado por email do Vereador da cidade de Vitória;

(3) Fritjof Capra em O Ponto de Mutação;

(4) Osho em O Livro das Mulheres

(enviado em 11/07/15 por Evandro Telles)


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