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Jornal Olho nu - edição N°196 - Março de 2017 - Ano XVII

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Naturistas portugueses: Sem nada a esconder, para aceitar a própria pele

40 ANOS DE RECUOS, MAS SOBRETUDO MUITOS AVANÇOS - COM UMA LEI MODERNA E MUITO HUMANISTA !

POR Carolina Rico

 

A roupa esconde, manipula, diferencia. Encobre complexos e feridas de autoestima. Por isso, eles dispensam-na.

 

Foi também uma conquista do 25 de Abril, mas quem pratica diz que o naturismo não é só sinônimo de liberdade – é “libertador”, relata ao Notícias ao Minuto Rui Elvas, presidente da Federação Portuguesa de Naturismo, que este mês assinala 40 anos de existência.

 

Em quatro décadas muita coisa mudou. Legalizado em 1988, o naturismo é praticado por cada vez mais jovens e famílias com crianças. Há dois mil naturistas sócios na FPN, entre 10 a 15 mil praticantes não federados em Portugal.

 

Quanto à aceitação na sociedade, “o processo é mais lento”. Ainda há “um certo estigma” associado a preconceitos. Não, o naturismo não é uma expressão exibicionista ou sexual, esclarece Rui Elvas. E ainda que seja uma prática social, é a auto-imagem, e não a perceção do outro, que tem mais impacto.

 

“A roupa é feita para esconder, para alterar, para manipular. No naturismo isso não é possível. Vou sentir-me muito mais natural, mais ‘eu’, muito menos preocupado com o que os outros pensam de mim. Em termos psicológicos ajuda imenso pessoas com problemas de autoestima”, frisa.

 

O naturista aprende a “sentir-se bem na sua pele”, a parar de “tentar mostrar o que não é” e a aceitar o corpo com todos os seus ‘defeitos’, um corpo que descobre ser, afinal, igual ao de todos os outros. “Há, inclusive, mulheres mastectomizadas a fazer nudismo”, conta Rui Elvas.

 

Segundo estimativa da FPN, “97% das pessoas convertem-e ao naturismo desde a primeira vez que experimentam”. Habitualmente os homens têm mais complexos com o corpo do que elas, já as crianças “são naturistas natas”. Qualquer pessoa pode pedir à federação ajuda na integração.

 

O naturismo ao ar livre está associado ao bem-estar de sentir o sol, a água e o vento na pele despida, mas a prática não está circunscrita às praias (oito oficiais e cerca de uma dezena onde a prática é tolerada). A FPN organiza atividades em resorts, piscinas, yoga e até jantares em restaurantes.

 

Portugal poderá receber pela primeira vez o Congresso Internacional de Naturismo no próximo ano. A candidatura está feita e a Câmara de Almada já aceitou apoiar o evento, falta apenas o ‘ok’ da Federação Internacional de Naturismo.

 

Mas nem todas as autarquias têm a mesma postura. Apenas uma das praias para naturistas tem nadador-salvador e nenhuma está concessionada. A luta para que os naturistas deixem de ser “as ovelhas negras dos banhistas” continua, garante Rui Elvas.

 

Fonte: https://www.noticiasaominuto.com

 

(enviado em 18/03/17 por César Xisto por Facebook)


Federação portuguesa de Naturismo completa 40 anos

 

A Federação Portuguesa de Naturismo foi fundada a 1 de Março de 1977 celebrando neste ano seu 40º Aniversário.

 

Ao longo da sua existência foram legalizadas em Portugal 8 praias oficiais naturistas.

 

A legislação portuguesa reconheceu e legalizou a prática naturista com a lei Lei 92/1988 de 13 de AGO, posteriormente atualizada com as leis Lei 29/1994 de 29 de AGO e Lei 53/2010 de 20 de DEZ.

 

A atual lei em vigor reduziu a distância necessária para a legalização de praias naturistas, permitiu a existência de mais de uma praia oficial por concelho, reconhecendo ainda a necessidade de enquadramento das praias de uso e costume naturista existentes.

 

Os desafios futuros passam pela legalização de praias a norte do Tejo e pelo aumento da oferta de espaços naturistas.

Com os melhores cumprimentos

 

O Conselho Executivo da FPN

 

(enviado em 1/03/17 por FPN)

 

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