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Jornal Olho nu - edição N°198 - Maio de 2017 - Ano XVII |
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A SIMPLICIDADE DO NATURISMO por Evandro Telles*
O Naturismo é tão simples que chega a se tornar muito complicado para muitas pessoas, isso porque o ego rejeita o fácil, quer sempre o mais difícil. Até mesmo os problemas devem ser maiores do que os dos outros, alguma coisa é preciso para ser maior e melhor. É assim que começa toda a forma de competição e domínio, mas também um dos mais preocupantes desequilíbrios psicológicos. O indivíduo que se sente inferiorizado diante dos outros quando galga posições de comando, tendem a ser autoritários e ditatoriais.
Se considerarmos a psicologia humana, esse texto será insuficiente para contemplar maiores detalhes sobre a nossa natureza. Tento aqui mostrar o papel relevante e a simplicidade da prática do Naturismo como agente que neutraliza a inferioridade individual. Por outro lado, mexe com as mais diversas estruturas pessoais, será necessário repensar em muitos valores que foram assumidos como verdadeiros, sejam de ordem pessoal ou social.
O homem é um processo constante. Alguma coisa está sempre acontecendo, está sempre a beira do acontecimento. O homem é uma excitação, uma aventura, uma peregrinação. (1) Não sabe quem ele é, está sempre buscando. Para a prática do Nudismo/Naturismo ele questiona a religião, sua conduta dentro do seu conceito moral e até a ciência têm que atestar as suas crenças. Exemplo disso foi a visita em nosso país do cientista Michael Behe defendendo a teoria do “Designer Inteligente” que diz: Se há o relógio deve haver o relojoeiro. Ficou pior, quem criou o relojoeiro? O próprio Darwin já tinha virado a mesa e feito uma derrubada devastadora dessa teoria. (2)
Não seria mais fácil dizer que não sabemos e continuar a busca? A beleza e o encanto estão justamente na simplicidade e na humildade de reconhecer o que não sabemos. O homem não é um produto acabado, ele é um ser aberto. Tudo é possível, mas nada é certo, não pode ter definição (1). Não é a certeza o que importa, é justamente a dúvida que nos move para aprender novos caminhos, são os nossos questionamentos que nos torna mais humanos.
Viver naturalmente implica em abandonar as roupagens que a sociedade nos coloca, os preconceitos e a inferioridade não podem coexistirem no meio onde os indivíduos possuem mentes livres, nenhum regime político autoritário poderia conviver com o Naturismo. Não deveríamos defender esse estilo de vida em todos os segmentos sociais?
É possível que o problema maior seja a nudez, será? O grupo o qual frequento permite que o visitante passe um dia mesmo vestido e nunca tivemos algum que se propusesse a vir para conhecer o que representa o Naturismo, está faltando na praça o tipo que questiona e sobrando os meros repetidores. Sobra informação falta conhecimento, muitos em seus celulares e internet com mentes dispersas a tudo que lhes rodeia. “Conhecimento numa mente dispersa é como uma semente infértil” (3).
Isso é preocupante na medida em que os nossos jovens poderão ser facilmente dominados por um discurso bonito, mas não terão a percepção da tirania que terá por trás dele. O distanciamento da leitura, a massificação do intelecto sem os devidos questionamentos e a falta de um contato mais íntimo com a natureza, tem provocado distanciamento do jovem com o Naturismo cuja filosofia defende o respeito e a dignidade do corpo. Provavelmente a culpa seja nossa... Seria bom pensarmos seriamente nisso.
Dr Gerald Crabtree da Universidade de Stanford (EUA) mostra em sua
teoria que os humanos estão perdendo sua capacidade intelectual e
emocional (4), não estamos formando jovens questionadores
que induz ao pensamento crítico e pressione a evolução dos genes.
Uma mente livre não pode ser dominada por algo que a maioria
acredita ser uma verdade, não é isso que nos tornará melhores e sim
a nossa atitude de respeito com as nossas diferenças naturais.
Justamente isso é o que o Naturismo defende e tão difícil de
entender com a sua simplicidade.
*Evandro Telles www.evandrotelles.blogspot.com
(1) Osho – The Perfect Máster – discurso nº 10
(enviado 30/04/17 por Evandro Telles) |
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