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Jornal Olho nu - edição N°206 - Janeiro de 2018 - Ano XVIII

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Aposentaram até as roupas: comunidade naturista reúne idosos na Flórida ...

 

Natasha Bin
do BOL, na Flórida (EUA)
04/09/2017 14h28

 

Em uma comunidade de aposentados na Flórida, Estados Unidos, usar roupa é a exceção. Os moradores fazem tudo da maneira como vieram ao mundo. O local segue a filosofia naturista, que valoriza o nudismo, a vida ao ar livre e a natureza.

 

O condomínio-resort Lake Como, localizado na cidade de Lutz, reúne cerca de 200 moradores com idade acima de 50 anos e mais de mil membros associados. Ao todo, o local possui mais de 800 mil m², sendo mais da metade da área ocupada por árvores e lagos, e oferece uma série de opções de entretenimento, como piscinas, sauna, campo de golfe, quadras de vôlei, lago com pedalinho, trilhas, bar, restaurante e até uma praia artificial.

 

Quem são os moradores

 

Sem roupas e sem medo de ser feliz. Esse é o clima no condomínio para a terceira idade. "Eu sou uma senhora de 68 anos com o espírito jovem", se apresenta a aposentada Nancy Rehling. Ela e o marido, Bob, 72 anos, moram no local há quase 19 anos e frequentam clubes de nudismo há pelo menos três décadas. "Não há nada como sentir a brisa e a água na pele sem roupas", garantem.

 

Nem todos, porém, são nudistas de longa data. O aposentado Robert Spaulding, 72 anos, teve sua primeira experiência com nudez social aos 63 anos, durante uma partida de tênis com desconhecidos em um clube em Orlando. "Nu e jogando com estranhos eu me senti mais relaxado e confortável do que eu jamais me senti vestido e entre amigos. Eu me senti aceito como um ser humano e não julgado por aquilo que eu posso usar ou não", disse ele.

 

Para o casal Rehling, é exatamente essa filosofia de pensamento que faz o local especial. "Este lugar é mais sobre a natureza, sobre não ter vergonha do seu corpo e estar satisfeito com o que você é. Não importa se você é gordo, magro, se sofreu mastectomia, se tem cicatrizes. As pessoas só querem saber quem você realmente é. E, às vezes, nós não vemos isso no dia a dia. No mundo real as pessoas se importam mais sobre quem desenhou o seu vestido do que sobre quem você realmente é", avalia a aposentada.

 

Os residentes são na maioria norte-americanos e canadenses. Muitos deles são chamados de "snow birds", ou seja, moram na região norte do continente mas migram para o sul durante a temporada fria, entre os meses de novembro e abril.

 

Nudez é permitida, mas roupas sensuais, não

 

Apesar de ser uma comunidade naturista, a nudez não é obrigatória, e sim sugerida. "Se uma pessoa vem nos visitar e não quer tirar a roupa, nós colocamos as nossas. Não queremos deixar ninguém desconfortável", explica Nancy Rehling.

 

Entretanto, para usar a piscina, jacuzzi ou a sauna, é preciso estar despido. Biquínis, maiôs, sungas e roupas sensuais são proibidas em qualquer área do condomínio. De acordo com a administração do local, sensualidade é incompatível com a filosofia naturista. Discurso e comportamento sexualmente provocativos não são tolerados entre os membros da comunidade.

 

Eventos e festivais

 

Durante todo o ano, o Lake Como recebe eventos esportivos e musicais. Entre os mais esperados está o Super Bowl South, um torneio de vôlei que recebe equipes de clubes nudistas dos Estados Unidos e chega a reunir mais de mil pessoas no local.

 

A comunidade também organiza festivais temáticos abertos a familiares e convidados, como o Festival do Milho e o Festival Naturista Cristão, além de outras atividades de entretenimento, como karaokês, festas e pub crawls (tours por bares da comunidade).

 

Nudista por um dia ou para a vida toda

 

Nascida na década de 1940, a comunidade aceita adeptos do mundo todo que queiram visitar o local. Curiosos interessados em experienciar o naturismo por um dia podem adquirir o "day pass" por 12 dólares. Para quem quiser passar algumas semanas, é possível alugar quartos, cabanas, estacionar um trailer ou até mesmo acampar em meio ao verde do local.

 

Para fotografar ou filmar, no entanto, é necessário autorização da administração e estar acompanhado de um funcionário do local. Imagens de moradores e frequentadores só são permitidas mediante autorização dessas pessoas.

 

Por ano, cada membro desembolsa 700 dólares para entrar e sair livremente do complexo. Para associados que possuem residência ou lote no local, o custo pode variar de 200 a 500 dólares por mês. No condomínio, há algumas casas à venda: o preço pode chegar a 100 mil dólares para moradias de apenas um quarto.

 

 

(enviado em 26/12/17 via Whatsapp)


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