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Jornal Olho nu - edição N°213 - Agosto de 2018 - Ano XIX

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A primeira aldeia naturista espanhola celebra 20 anos

publicado em 17/7/2018, 0:19

Não ter energia elétrica ou rede telefônica, comer o que a terra dá e andar sempre completamente nu. Assim se vive na primeira aldeia naturista em Espanha há duas décadas.

Em El Fondoll não há eletricidade nem rede telefônica. No meio das montanhas no interior da região de Terragona, nordeste de Espanha, esta aldeia está completamente isolada. A 1h41 de viagem de Barcelona e a 30 minutos da povoação mais próxima, o acesso à aldeia faz-se por uma estrada de terra batida. Pratica-se a agricultura de subsistência e cunha-se moeda (o ‘coel’, que tem valor igual ao euro). Há festas, passeios a pé, bicicletas e um almoço comunitário semanal de Paella. Mas a vida nesta comunidade tem uma peculiaridade: nesta aldeia há vinte anos que toda a gente anda sem roupa.

El Fondoll é a primeira aldeia naturista de Espanha. Fundada em 1998, tem atualmente 15 habitantes permanentes e 12 habitantes temporários que se assumem como “voluntários” e trocam trabalho por habitação e alimentação. A aldeia é ainda povoada por um número em constante mutação de turistas de todo o mundo, especialmente dos Estados Unidos, Austrália e Islândia. Independentemente do estatuto, todos eles se despem à entrada da comunidade.

Com 200 hectares, a povoação inclui apartamentos, camaratas e cabanas, cujo aluguer varia entre os 25 e os 67 euros. Existe ainda um cinema, um restaurante, uma sala de festas, uma biblioteca, um salão de massagens, uma piscina, uma sauna solar, uma loja e uma igreja.

Emili Vives é o fundador e dono da aldeia. O engenheiro informático era um ambicioso empresário de Barcelona, mas decidiu deixar tudo para viver ao ar livre. “Na altura tinha empresas, estava muito bem, ganhava bom dinheiro e queria conquistar o mundo. As minhas ambições eram muito altas. Mas o meu corpo começava a ressentir-se”, recorda em declarações ao El Español.

Não hesitou quando em 1995 teve a oportunidade de comprar a aldeia abandonada. Comprou os materiais e preparou as obras para reconstruir os edifícios em ruínas, mas teve dificuldade em legalizar o projeto devido à intenção de tornar a área numa comunidade naturista. Teve a oposição do padre local, o prefeito tentou extorqui-lo e as autoridades chegaram a apreender todos os materiais de construção. Mas duas décadas depois e com 66 anos afirma que é “feliz, que é o que mais importa”.

“Fonoll é uma experiência sociológico muito interessante. É uma micro sociedade que está constantemente a mudar. Imagine-se o quanto mudou em 20 anos. As pessoas entram e saem quase todos os dias. As pessoas estabelecem relações imediatamente, porque não há muito mais que fazer aqui. E estabelecem-nas nuas desde o primeiro momento, sem decepções e sem máscaras”, define Vives.

Ainda assim, o fundador assegura que a comunidade não está orientada para promover a sexualidade como acontece noutras aldeias naturistas como Cap d’Agde em França. “Não é um sítio de vícios. Não se consomem drogas e nem se quer se pode fumar no exterior. As práticas sexuais também não são encorajadas. Andarmos nus não significa sexo”, garante.

 

(enviado em 18/07/18 via Whatsapp)


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