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Jornal Olho nu - edição N°234 - Maio de 2020 - Ano XX |
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PRECONCEITO SOCIAL RELATIVO À NUDEZ
Fórum N ° 1 do CLANUD via Telegram chat Moderadora: Florencia Brenner - Argentina. Participam 10 países da América Latina e Espanha 6 a 7 de abril de 2020
Um dos preconceitos
mais difíceis de superar é a associação do nu à atividade sexual,
luxúria e deboche nas relações sociais. Para mostrar à sociedade o
verdadeiro significado do nudismo, é necessário encontrar os
argumentos que a sustentam e, sobretudo, analisar a origem desse
preconceito desde a pré-história até os dias atuais.
O homem pré-histórico
viveu nu e se cobriu de peles e tecidos para se proteger das
condições climáticas e agressões do ambiente em que vivia (galhos,
pedras, etc.). Mais tarde, as roupas se tornaram uma forma de
diferenciação de status social e econômico.
Nas origens da
história e no Egito antigo, a nudez era tolerada. Na Grécia, o corpo
era considerado um atributo da perfeição humana, sendo o nu a mais
alta expressão da arte. O esporte era praticado sem roupas e nas
obras de arte o corpo era representado com naturalidade e realismo
completos.
Em Roma, nudez e sexo
eram socialmente aceitos e, em algumas obras de arte, eram até
identificados. Isso explicaria, supostamente, a subsequente censura
da Igreja a se arrepender da vida de pecado que eles levaram. Foi somente na Idade Média e, especialmente pelo poder da Igreja, que o corpo nu começou a ser identificado com sexo e luxúria.
A visão natural do
corpo era considerada uma tentação do diabo, relacionada ao pecado
original de acordo com suas crenças, sobre a origem da humanidade,
na qual Adão e Eva sentiam vergonha de seus corpos nus. A partir
desse estágio, a nudez tornou-se sinônimo de pecado, luxúria e
obscenidade, o que é evidente na ocultação do corpo e das formas
naturais nas representações da arte, bem como na sua condenação em
tempos da Inquisição.
Esse conceito
persistiu por muitos séculos, com algumas exceções durante o
Renascimento, quando voltou à naturalidade e nudez das obras gregas.
Mas foi apenas a partir do início de 1900 que o nu foi aceito de
novo naturalmente e não associado a sexo ou erotismo.
Esse movimento se
originou na Alemanha através da Cultura do Corpo Livre (FKK), sendo
adotado como fonte de saúde e desintoxicação. O FKK logo se espalhou
por toda a Europa chegando aos nossos dias através de uma luta
constante por sua aceitação social.
Embora ainda seja
combatido pelos setores mais radicais da sociedade, há uma tendência
a considerar que o nu em si não é censurável desde que não tenha
conotações sexuais e não é usado para fins comerciais, como afirma o
papa John Paul.
É o caso da nudez de
muitas tribos aborígines que ainda existem em algumas partes do
mundo derivadas de costumes ancestrais e não associadas à
sexualidade.
Com o que foi dito,
conclui-se que a origem da vergonha para o corpo nu é de natureza
religiosa, cultural e política. E este é, precisamente, o
preconceito que deve ser combatido usando argumentos válidos para
garantir que a roupa seja reconhecida como um direito fundamental e
preocupa todos nós que vivemos esse estilo de vida. Confederação Latino-Americana de Nudismo. 04/2020
Leia o documento original em PDF: PREJUICIOS SOCIALES RESPECTO AL DESNUDO
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(enviado em 8/05/20 por Maytê Róldan via whatsapp) |
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