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Jornal Olho nu - edição N°236 - Julho de 2020 - Ano XX

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PRECONCEITO SOCIAL RELATIVO À NUDEZ

 

Fórum N ° 1 do CLANUD via Telegram chat

Moderadora: Florencia Brenner - Argentina.

Participam 10 países da América Latina e Espanha

6 a 7 de abril de 2020

 

Um dos preconceitos mais difíceis de superar é a associação do nu à atividade sexual, luxúria e deboche nas relações sociais. Para mostrar à sociedade o verdadeiro significado do nudismo, é necessário encontrar os argumentos que a sustentam e, sobretudo, analisar a origem desse preconceito desde a pré-história até os dias atuais.
 

O homem pré-histórico viveu nu e se cobriu de peles e tecidos para se proteger das condições climáticas e agressões do ambiente em que vivia (galhos, pedras, etc.). Mais tarde, as roupas se tornaram uma forma de diferenciação de status social e econômico.
 

Nas origens da história e no Egito antigo, a nudez era tolerada. Na Grécia, o corpo era considerado um atributo da perfeição humana, sendo o nu a mais alta expressão da arte. O esporte era praticado sem roupas e nas obras de arte o corpo era representado com naturalidade e realismo completos.
 

Em Roma, nudez e sexo eram socialmente aceitos e, em algumas obras de arte, eram até identificados. Isso explicaria, supostamente, a subsequente censura da Igreja a se arrepender da vida de pecado que eles levaram.
 

Foi somente na Idade Média e, especialmente pelo poder da Igreja, que o corpo nu começou a ser identificado com sexo e luxúria.

 

A visão natural do corpo era considerada uma tentação do diabo, relacionada ao pecado original de acordo com suas crenças, sobre a origem da humanidade, na qual Adão e Eva sentiam vergonha de seus corpos nus. A partir desse estágio, a nudez tornou-se sinônimo de pecado, luxúria e obscenidade, o que é evidente na ocultação do corpo e das formas naturais nas representações da arte, bem como na sua condenação em tempos da Inquisição.
 

Esse conceito persistiu por muitos séculos, com algumas exceções durante o Renascimento, quando voltou à naturalidade e nudez das obras gregas. Mas foi apenas a partir do início de 1900 que o nu foi aceito de novo naturalmente e não associado a sexo ou erotismo.
 

Esse movimento se originou na Alemanha através da Cultura do Corpo Livre (FKK), sendo adotado como fonte de saúde e desintoxicação. O FKK logo se espalhou por toda a Europa chegando aos nossos dias através de uma luta constante por sua aceitação social.
 

Embora ainda seja combatido pelos setores mais radicais da sociedade, há uma tendência a considerar que o nu em si não é censurável desde que não tenha conotações sexuais e não é usado para fins comerciais, como afirma o papa John Paul.
 

É o caso da nudez de muitas tribos aborígines que ainda existem em algumas partes do mundo derivadas de costumes ancestrais e não associadas à sexualidade.
 

Com o que foi dito, conclui-se que a origem da vergonha para o corpo nu é de natureza religiosa, cultural e política. E este é, precisamente, o preconceito que deve ser combatido usando argumentos válidos para garantir que a roupa seja reconhecida como um direito fundamental e preocupa todos nós que vivemos esse estilo de vida.
 

Confederação Latino-Americana de Nudismo. 04/2020

 

Leia o documento original em PDF: PREJUICIOS SOCIALES RESPECTO AL DESNUDO

 

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(enviado em 8/05/20 por Maytê Róldan via whatsapp


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