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A Associação Amigos
da Praia do Pinho (AAPP), por meio de seu presidente, Carlos Galz,
concluiu a tomada de posição oficial da entidade, em relação aos
acontecimentos e denúncias feitas por freqüentadores da mais
importante praia naturista do Brasil.
A conversa ocorrida por telefone, entre Carlos Galz e a redação da
Naturis, fornece as ultimas informações para os freqüentadores do
Pinho e aqueles que vão aproveitar o verão 2005 na praia.
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Os problemas existentes na praia
do Pinho são conhecidos pelos naturistas há muito tempo, e tem sido motivo
de denúncias e acusações em vários fóruns sobre o naturismo.
A AAPP, por meio de sua direção, confirma que os problemas realmente
existiam e, junto com a Naturis, pôde avaliar a extensão e complexidade de
tais problemas.
Carlos comenta: "Como muitos podem saber, o que chamamos de Praia do
Pinho, que possui uma autorização da prefeitura do Balneário Camboriú para
funcionamento como praia naturista, é na verdade uma pequena faixa de areia,
que vai do ponto onde o mar atinge a praia, prosseguindo por 15 metros, em
direção ao continente."
Tal autorização, como muitas outras no Brasil, é pequena, restrita, mas
representa o espaço que os naturistas têm garantido para a prática do
naturismo.
Foi a partir dessa autorização inédita, obtida nos anos 80, que a Praia do
Pinho se tornou o berço do Naturismo moderno no Brasil, seguindo os caminhos
que haviam sido trilhados por Luz Del Fuego, nas décadas passadas.
Há um aspecto interessante – e talvez até merecedor de uma análise mais
profunda – na área de terra que circunda a praia: "excetuando-se os
primeiros 15 metros citados acima, as áreas adjacentes são de propriedade de
particulares, e eles podem dar uma destinação às suas terras, de acordo com
sua própria vontade", diz Carlos.
Por esse motivo, a AAPP só possuía controle sobre essa faixa de praia, onde
o código de ética naturista (similar ao da FBrN) era cumprido à risca.
Já as áreas adjacentes estavam sob controle do seu proprietário, "que
por motivos que não cabem serem discutidos aqui, não se preocupou em
controlar totalmente essa área, e nem manter, nesse espaço, as mesmas normas
éticas seguidas na praia".
Carlos acrescenta: "Todos nós sabemos que existem muitas outras práticas
e filosofias de vida além do naturismo, assim como todos sabemos que existem
muitos aproveitadores por esse Brasil afora, que sempre estão a espera de um
pequeno descuido, para ganhar espaço".
"Aproveitando-se do descuido dos proprietários das áreas adjacentes e
da falta de condições por parte da AAPP, em extender seu controle para tais
áreas, vários praticantes de swing, além de voyeurs, exibicionistas, e
desviados sexuais, se aproveitaram disso para tomar lugar nesse espaço e ali
dar vazão às suas taras e fantasias".
"No inicio, eram dois ou três indivíduos, que podiam ser facilmente
afastados por um pequeno grupo de naturistas, mas com o tempo, esse número
foi aumentando, a ponto de os naturistas acabarem ficando em menor número".
A direção da AAPP pensou em solicitar, junto a prefeitura de Camboriú, o
descredenciamento da praia como praia naturista. Isso visava não prejudicar o
bom nome do naturismo no Brasil, pois a associação se sentia impotente para
fazer frente aos vários problemas causados pelos "invasores" do
Pinho.
A boa Notícia para 2005:
Carlos informa: "pelo menos nos próximos três anos, a direção dos negócios
adjacentes à Praia do Pinho foi delegada a um novo membro da família de
proprietários.
O jovem, que atualmente dirige a pousada, o camping e a portaria, esteve em
contato com a AAPP e demonstrou estar disposto a lutar conosco, para resgatar
as boas práticas do naturismo na praia".
- "Ele reconhece a importância de manter a praia dentro dos padrões que
as normas éticas exigem, pois só assim será possível garantir a
continuidade do naturismo na praia e dos negócios ali instalados".
- "Isso nos traz um novo alento, já que agora, proprietários e AAPP
estarão lutando pelo mesmo ideal, o que só trará benefícios para ambas as
partes e para o naturismo como um todo".
Porém, esse não é um trabalho só da AAPP ou dos dirigentes de negócios
naquela praia, mas sim, é uma luta de todos os naturistas.
Cada naturista, frequentador do Pinho, deverá dar a sua contribuição para
que esse "saneamento" da praia possa se concretizar.
Isso pode ser feito de diversas formas: fortalecendo a AAPP, ou lutando
pessoalmente em favor da ética e do respeito na Praia do Pinho, da mesma
forma que o fariam os cidadãos que estejam em uma praia comum: ao presenciar
algo que não esteja de acordo com a normas éticas de conduta, se deve tomar
a iniciativa de fazer valer nosso direito, exigindo o cumprimento de tais
regras por parte dos "infratores".
A Naturis apoia plenamente essa idéia:
Sempre que presenciarmos os membros da AAPP ou um funcionário dos diversos
negócios existentes na praia, tentando fazer valer os seus direitos como
naturista, através da admoestação de algum infrator, devemos nos aproximar
e dar-lhe o nosso apoio ostensivo.
Se cada um de nós fizer a sua parte, em breve o Pinho voltará a ser um espaço
100% naturista e as pessoas que procuram aquela praia com outras intenções,
que não seja a pratica do naturismo, logo se afastarão e irão procurar um
outro reduto.
A Naturis reforça também o desejo de que muitos naturistas, catarinenses ou
não, ajudem a fortalecer a AAPP, associando-se a ela. Só mesmo com um
naturismo associativo forte, participante e sobretudo consciente, os
naturistas conquistarão mais e mais o seu desejado espaço.
Redação Naturis