SEU JORNAL VIRTUAL SOBRE NATURISMO NO BRASIL E NO MUNDO
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O Movimento Naturista é pródigo, devido às suas características peculiares, em promover o aparecimento de personagens também peculiares que almejam um ideal maior, com luta e perseverança. Afinal, na sociedade atual, estar imbuído do espírito do Naturismo já é ser diferente de quase a totalidade das pessoas. E estar na linha de frente, na atuação, na vanguarda do Movimento é ser mais diferente ainda. Quando acontecem os Encontros Nacionais de Naturismo, como os Congrenats e, agora, a posse da nova diretoria da Federação Brasileira, há-se a chance de conhecer estas pessoas maravilhosas com seus pensamentos maravilhosos. Foi o que ocorreu. Conheça João, um personagem formidável. |
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A FORÇA QUE VEM DO NORTE Por Pedro Ribeiro* |
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JOÃO CARLOS LIMA DE SOUZA é uma daquelas pessoas que a gente
conhece e se encanta já no primeiro momento. Com sua fala doce e coração
aberto conquista todos ao seu redor. Talvez seu jeito sereno e equilibrado
de falar e se portar venha de sua vocação religiosa, que o levou a se
tornar Frei Franciscano, que estudou filosofia e teologia para ser diácono,
no caminho da carreira de padre. E é assim que João é chamado
carinhosamente no meio naturista: padre. Mas há oito anos que este
caminho foi largado por ele, justamente por ter sentido dentro de si uma
outra vocação muito forte, que infelizmente era conflitante com a
carreira que seguia, a vocação para o matrimônio. Um filme sobre São Francisco de Assis, de Franco Zeffirelli “Irmão sol, irmão lua”, visto na TV durante a adolescência o inspirou pra seguir a carreira religiosa, como frei franciscano, é claro. Talvez inconscientemente a famosa passagem da vida de Francisco de Assis, quando larga todas suas vestes e sai nu pelas ruas em ato de protesto contra sua família e de amor aos pobres, já fosse um indício de que sua vocação para o Naturismo era o determinante para a escolha da carreira franciscana. João iniciou a realização de sua vocação para o sacerdócio aos 21 anos de idade. Fez sete anos de curso, mais quatro anos de prática.
Hoje tem 39 anos de idade. É casado com Fátima, 48 anos, há
cinco anos e meio.
Largou a batina para casar, para assumir um relacionamento que o levou a
um conflito interno. Conheceu Fátima em um casamento que estava
celebrando, em Belém, e onde era convidada. Saiu a primeira vez com ela
um ano e meio depois. Esta situação foi exatamente oposta à ocorrida
durante sua juventude, quando estava namorando firme e terminou o
relacionamento para entrar para o seminário.
Antes de largar a batina já tinha vontade de ser naturista e
sentia uma grande angústia por ter uma visão do corpo que não era a
mesma que outros religiosos tinham e não se sentia à vontade
interiormente por não poder conversar e colocar seus sentimentos entre
eles. “Foram três anos de angústia” conta João. Esse modo diferente
de compreender
o corpo talvez tenha sido originado no hábito de sua mãe, que tinha o
costume de ficar nua em casa, sem o menor constrangimento diante dos oito
filhos, porém sem ter a menor noção da existência da filosofia
naturista. No entanto ele é, hoje em dia, o único naturista da família.
Tomou conhecimento da existência do naturismo através de uma
reportagem sobre a praia de Tambaba, veiculada na extinta Rede Manchete,
no programa Documento Especial (depois que João tornou-se realmente
integrante do Movimento Naturista, acha que aquele programa foi apelativo,
no entanto, apesar disso, foi importante para despertar nele um lado que
estava oculto). Mais tarde, em um jornal paraense, viu um anúncio de uma
associação naturista em Belém, entrou em contato com o presidente. Começou
a freqüentar sozinho, mas depois conseguiu convencer a esposa, “a muito
custo” por causa também da severa formação religiosa dela.
Participou ativamente do Grunapa (Grupo Naturista do Pará) durante
estes anos, mas está na iminência de criar um outro grupo naturista em
Belém com os amigos e a esposa. A paixão pelo naturismo foi tão grande que ele se tornou um estudioso do assunto, inclusive fazendo um trabalho de conclusão de curso de graduação em Pedagogia, para a Universidade da Amazônia, em Belém, com o título “Meio-ambiente e Naturismo, para reeducar-se em relação a si, ao próximo e à natureza”, concluída em dezembro de 2001. “O Naturismo me fez ver as pessoas de um jeito diferente, me tornou mais próximo, mais fácil de pegar amizade”, declara.
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Outras vocações vão surgindo também na vida de João.
Presenteou o novo
Presidente da Federação Brasileira com uma obra plástica de sua
autoria, com técnica mista, de colagem e óleo. Imediatamente o presente
foi pendurado na sala de maior freqüência do clube PLANAT, por Elias. Quer falar com João? escreva para seu e-mail: jcnat@terra.com.br |
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Naturista e editor do OLHO NU Voltar para NATPersonagens |
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