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AGAL presta contas de suas atividades e pede ajuda

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Todas as fotos são da praia da Galheta

 

     A Associação amigos da Galheta (AGAL) enviou comunicado aos naturistas brasileiros dando contas de suas atividades gerida pela nova diretoria, que tomou posse no início deste ano.

    Entre os diversos itens, valem destacar a incansável luta dos componentes da associação contra a pesca predatória e o lixo jogado no mar e na areia da praia; as denúncias contra incêndios criminosos que constantemente ocorrem no parque ecológico da Galheta e ainda o desejo de transformar a região em parque nacional.

 

     Para esta última finalidade a AGAL pede ajuda de todos os naturistas brasileiros, ou não, e que amem a natureza e simpatizantes da causa que enviem cartas e e-mail para:


 1. Ibama e Ministério do Meio Ambiente - apoiando  a criação do Parque Nacional da Galheta.
 2. FLORAM (elizabeth@pmf.sc.gov.br) e Prefeita de Florianópolis (angela.amin@pmf.sc.gov.br) - protestando contra a falta de fiscalização e depredação do Parque e Praia da Galheta pelas queimadas, desmatamentos e invasões por supostos pescadores, que na verdade não passam de testas de ferro ou laranjas de empresários e políticos locais com interesses imobiliários na região.
 3. À  Polícia Ambiental do Estado de Santa Catarina (cppacmp@pm.sc.gov.br) pela falta de fiscalização e punição aos criminosos ambientais que agem no Parque Municipal da Galheta, em ações como: pesca predatória, queimadas, invasão de área de preservação permanente, etc.

Leia a seguir a carta envida, em sua integridade.

     Para conhecimento dos associados e simpatizantes da AGAL, enviamos abaixo o resumo de atividades desenvolvidas pela nova diretoria.


 1. Pesca Predatória na área da Praia / Parque Municipal da Galheta.
     Desde o dia 27/janeiro/2003 até a segunda semana de fevereiro/2003, ocorreu pesca predatória  na área do Parque e Praia da Galheta.  Em sua maioria, eram grandes barcos pesqueiros fazendo cerco e arrastão junto à praia e costões do Parque. Muito lixo de cozinha e esgoto dos barcos foi jogado no mar e chegou até a Praia,  num evidente complô contra a preservação daquele local. Até cavalos marinhos encontramos mortos e machucados pelas redes de arrasto. Enviamos denúncias e pedidos de fiscalização da pesca a diversos órgãos (IBAMA, FLORAM, Capitania dos Portos, pelotão Aquático, Polícia Ambiental e outros).

  2.  Incêndio Criminoso no Parque Municipal da Galheta.

     Desde o dia 15 de fevereiro 2003,  incêndios criminosos estão acontecendo nas encostas do Parque Municipal da Galheta,cujas áreas legalmente são de propriedade da UNIÃO, portanto, patrimônio comum do povo.


     A AGAL tem fotografado, filmado e denunciado os fatos aos órgãos competentes. A cada semana novos focos e ilhas de fogo são encontrados, o que prova que os criminosos seguem antiga rota de criação de gado (que alguns moradores da FORTALEZA DA BARRA mantinham no Parque). Há sinais da passagem de pessoas no capim que restou dos incêndios, que indicam a entrada e a saída para a Fortaleza da Barra. Inclusive, os último focos de incêndio foram
verificados junto à trilha que liga a Galheta à Fortaleza da Barra.

 3. Falta de Policiamento e Salva-Vidas na Praia da Galheta.
     Enviamos cartas ao Comando da PM, Governador e Secretário da Segurança sobre o assunto. Portanto, a prática do naturismo está a cada ano mais segura.

 4.  Proposta para Criação do Parque Nacional da Galheta
     No início do mês de maio/2003, protocolamos no IBAMA em Florianópolis, novo pedido para criação do Parque Nacional da Galheta. O mesmo pedido foi encaminhado à Ministra do Meio Ambiente - Marina Silva.
     Considerando que as terras integrantes do atual Parque Municipal da Galheta, de acordo com a Constituição Federal de 1988, pertencem à UNIÃO, o custo para transformá-lo em Parque Nacional será mínimo.
     Porque transformá-lo em Parque Nacional:
    a) A Praia da Galheta - parte integrante do Parque - é a única da Ilha de Santa Catarina que ainda não foi tomada pela especulação imobiliária, graças à vigilância semanal que a Associação Amigos da Galheta - AGAL mantém sobre a área.  Semanalmente, faça sol ou chuva, frio ou calor e ameaças que temos recebido nos últimos anos,  lá estamos para vigiar, fotografar, filmar e denunciar os crimes ambientais.
     b) Desde a retirada da criação de gado e dos barracos, a vegetação estava se recompondo de forma surpreendente, fato em parte abortado pela recentes queimadas criminosas.
     c) Muitas espécies de aves, como; gaviões, corujas, gralhas, aracuãs, martim pescador  e outras migratórias estão voltando à área do Parque.
     d) As oficinas líticas, contudo, foram bastante destruídas pela antiga ocupação. Porém, ainda restam uma centena de  blocos e polidores significativos  que devem ser preservados.
     e) Nos meses de janeiro e fevereiro/2003,  pesca predatória de arrastão, praticada por grandes barcos atuneiros, alguns estrangeiros, foi realizada junto à praia e costões da Galheta.
     f) Desde o dia 15 de fevereiro/2003,  diversas queimadas criminosas foram realizadas na área do Parque da Galheta sinalizando que sua preservação contraria interesses escusos.
     g) Brevemente,  deverá ser votada na Câmara dos Deputados em  Brasília, a Proposta de Emenda Constitucional  - PEC 575/98, que transfere as áreas da UNIÃO em ilhas sedes de município, como é o caso de Florianópolis, para as Prefeituras Municipais. Não há nenhuma garantia de que as atuais ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE,  Parques, reservas, etc, serão mantidas.  Propomos mudanças na referida PEC, contudo, os deputados relatores da matéria informaram ser impossível.
     h) Segundo matérias publicadas na imprensa local,  a Prefeitura de Florianópolis apresentaria projeto de urbanização e uso social do Parque e da Praia da Galheta.  Ou seja, há novamente lobby  para ocupação do Parque.

 5.  Nova Invasão / Construção de Barraco no Parque / Praia da Galheta.
     No dia  26/04/2003, nos deparamos com barco de pesca, utensílios de cozinha, lonas, rede, troncos, telhas e um grupo de 6 pessoas capinando e cortando a vegetação na área dos sítios arqueológicos e restingas da Ponta do Caçador, sem a consequente autorização e o aval dos órgãos públicos competentes: Ministério Público Federal, IBAMA, Delegacia do Patrimônio da União e FLORAM.


     Nós, da AGAL, filmamos os supostos pescadores, sendo que há cenas em que captamos os indivíduos capinando a vegetação. Também denunciamos os fatos aos órgãos públicos para tomada de providências. No dia10/05/2003 ao chegarmos na praia da Galheta, nos deparamos com mais um crime ambiental grave.  Na trilha que liga a praia Mole à Galheta, escavações foram realizadas e a vegetação marginal foi toda cortada, incluindo  árvores como araçás e  pitangueiras. Este é o quarto ano em que esses crimes ocorrem na época da pesca da
tainha. Todos os órgãos públicos possíveis foram comunicados dos crimes
ambientais. Provavelmente inquéritos e multas serão aplicadas aos infratores.

 6. Justiça Federal.
     Todos os crimes acima foram denunciados à Procuradoria de República, que já ajuizou ação civil pública contra os infratores e órgãos públicos que se negam a executar as atividades para as quais são pagos pelos nossos impostos.  Ou seja, a corrupção de certos órgãos em Florianópolis é vergonhosa. Contudo, estamos realizando trabalho diário (não publicável), e aos
poucos, fechando o cerco aos que se opõem à preservação do Parque e Praia da Galheta.
     

     No dia 12/junho/2003, comparecemos como testemunhas de uma ação civil pública do Ministério Público Federal junto ao Tribunal Regional Federal em Florianópolis, visando punir os responsáveis pela invasão de supostos pescadores na Praia da Galheta.

 7. Proposta de emenda constitucional 575/98.
     Segundo essa PEC, as terras da UNIÃO, localizadas em ilhas oceânicas ou costeiras que são sedes de municípios, como é o caso de Florianópolis, São Luiz e Vitória, seriam transferidas para as respectivas Prefeituras. Com isso, muitos parques e APP's, como é o caso do Rio Vermelho, Galheta, Naufragados e mangues, certamente seriam loteados a apadrinhados políticos e empresários.  Há inclusive projetos de empreendimentos já prontos para serem apresentados e muitos dirigentes municipais são favoráveis a ocupação dessas áreas de APP.

     A proposta da AGAL, enviada aos deputados é de que, visando garantir as atuais Áreas de Preservação Permanente - APPA, fosse inserida a  seguinte ressalva ou artigo: - " As atuais ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP,  no litoral, tais como Parques Municipais, Estaduais ou Nacionais, Estações Ecológicas, Parques Marinhos, etc, inseridos em Ilhas fluviais, limítrofes a praias marítimas, ilhas oceânicas ou costeiras, devem permanecer sob a propriedade do governo federal."

     Nos próximos dias enviaremos mais detalhes sobre a PEC 575/98, bem como solicitando a colaboração de todos visando pressionar os deputados federais a não aprovar a referida PEC. Nos aguardem.

 Nota:

     Nosso trabalho tem sido em parte limitado devido a falta de recursos financeiros para bancar filmagens, edições de fitas, fotografias e material impresso. Como a AGAL não tem caixa, bancamos com nossos recursos pessoais as despesas, o que torna nossas ações limitadas e dependentes da boa vontade de alguns órgãos federais.


     Concluindo, pedimos a todos os associados e simpatizantes da causa, que enviem cartas e e-mail para:
1. Ibama e Ministério do Meio Ambiente - apoiando  a criação do Parque Nacional da Galheta.
 2. FLORAM (elizabeth@pmf.sc.gov.br) e Prefeita de Florianópolis (angela.amin@pmf.sc.gov.br) - protestando contra a falta de fiscalização e depredação do Parque e Praia da Galheta pelas queimadas, desmatamentos e invasões por supostos pescadores, que na verdade não passam de testas de ferro ou laranjas de empresários e políticos locais com interesses imobiliários na região.
 3. À  Polícia Ambiental do Estado de Santa Catarina (cppacmp@pm.sc.gov.br) pela falta de fiscalização e punição aos criminosos ambientais que agem no Parque Municipal da Galheta, em ações como: pesca predatória, queimadas, invasão de área de preservação permanente, etc.

 

Saudações

Paulo Frederico Schlatter
Presidente da AGAL
Caixa Postal 1.065 - Centro CEP: 88.010-970
Florianópolis - SC
e-mail: schlatterpf@bol.com.br
ou paulo.suela@ig.com.br

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