') popwin.document.close() }

Jornal Olho nu - edição N°105 - agosto de 2009 - Ano X

Anuncie aqui

Laércio Júlio da Silva, Presidente da Associação Goiana de Naturismo, o Goiasnat e Diretor Administrativo Financeiro da FBrN, tem regularmente escrito para um periódico do Planalto Central artigos que refletem e divulgam o Naturismo. OLHO NU, reedita, com sua autorização, os publicados neste mês de julho de 2009

Publicado no Jornal "Diário da Manhã"

 

A empresa nua

por Laércio Júlio da Silva*

22/07/2009

 

Recentemente as emissoras de TV mostraram uma empresa que resolveu aplicar uma terapia inusitada para os padrões da sociedade vestida. Passou uma sexta-feira trabalhando nua. Além de uma grande jogada de marketing para o consultor e a empresa, já que ambos viraram notícia mundial, e com certeza irão alavancar a rentabilidade da empresa peladona, a experiência encerra grandes conjeturas. O “evento”, batizado de “Naked Friday” (Sexta-feira Nua), que substituiu o uso de roupas às sextas-feiras, agora se transformou em um programa de TV com sucesso garantido dada a repercussão do fato, enchendo a carteira de clientes do consultor Davis Taylor, autor da ação.

 

O que importa para nós naturistas não é o fato sensacionalista, mas uma análise crua, ou se preferir nua, das relações humanas no trabalho e a desmistificação da nudez. A ideia do agora famoso psicólogo David Taylor pretende melhorar a relação entre funcionários provocando uma onda de desinibições em que as pessoas poderiam falar mais abertamente sobre sua relação com a empresa e os colegas de trabalho gerando melhor entrosamento e consequentemente melhorar o desempenho da empresa. Segundo o testemunho da gerente de equipe que trabalhou totalmente nua durante o expediente: “Foi sensacional. Agora que nós já sabemos como parecemos sem roupa, não há mais barreiras entre nós. Não houve qualquer pressão. Quem quisesse, poderia trabalhar de roupas normais ou de roupa de baixo. Mas eu amo meu corpo e não fiquei com vergonha. Somos todos lindos, não importa se somos magros ou gordos. Nós descobrimos que era muito mais fácil falarmos abertamente uns com os outros – e isso continuou mesmo depois do experimento. A companhia melhorou muito”, disse Sam, que afirma ter esquecido que estava nua depois que se acostumou com a situação de autoconhecimento (fonte: Portal Terra).

 

Em 2007, um marceneiro americano ganhou na Justiça o direito de trabalhar nu. A corte do condado de Alameda, no Estado da Califórnia, declarou que Percy Honniball pode continuar a trabalhar como veio ao mundo. O marceneiro disse que gosta de trabalhar nu porque é mais confortável e ajuda a manter suas roupas limpas. Honniball enfrentou dois processos em 2003 após ser pego três vezes trabalhando nu em Berkeley, que proíbe nudez em público.

 

Uma pesquisa do portal Trend Hunter avaliou que 1 a cada 8 homens que trabalham em casa, trabalha sem roupa alguma. Entre mulheres a taxa é de 1 a cada 14.

 

Ainda no mundo do trabalho existe uma campanha mundial liderada por ambientalistas no sentido de se trabalhar com menos roupa, principalmente terno e gravata. O objetivo seria economizar no dispendioso uso do ar-condicionado. Aqui a medida se aplicaria com sucesso, já que na qualidade de país culturalmente neocolonizado, o Brasil tropical e quente utiliza as mesmas roupas usadas no hemisfério norte de clima bem mais frio sem qualquer necessidade prática e somente por valores estéticos. Bastaria usar roupas mais leves e adaptadas à temperatura ambiente.

 

O naturismo ou nudismo provoca relações mais abertas e fraternas compatíveis com o bom andamento de uma empresa que necessita de profissionais criativos e com abertura para inovações em um mercado cada vez mais competitivo, nesse sentido o experimento não é novidade para os frequentadores desse estilo de vida.

 

Entretanto, apesar de estarmos em um país que constitucionalmente assegura a liberdade individual, mesmo com o consentimento de todos, no Brasil a empresa correria o risco de ver aberto vários processos por assédio moral e constrangimento enquanto a legislação brasileira não desmistificar a prática da nudez. Afirma o consultor Max Gheringer: “Eu não acredito que nós vamos encontrar em empresas brasileiras grupos dispostos a tirar a roupa só para descontrair o ambiente” (fonte: Portal G1). Todavia, eu pessoalmente não duvidaria nem apostaria nisso!

 

 

 

 

 

 

*diretor da Federação Brasileira de Naturismo (FBrN) e

presidente da Associação Goiana de Naturismo, o Goiasnat (www.goiasnat.com.br)

 

 

Clique sobre os outros três títulos abaixo para ler cada um deles.

 

Naturismo: qual o tamanho da sua curiosidade?

Um novo paradigma ambiental

Saúde física e mental no naturismo

Conheça o pensamento e a prática dos Naturistas


Olho nu - Copyright© 2000 / 2009
Todos os direitos reservados.