CRONOS DA DERME
por Jorge Bandeira
Ao Carlos Sena
1
Eu quero encontrar pelas esquinas
O homem de Neanderthal
Contemplar sua nudez genuína
E também despir-me, natural.
2
Vislumbrar o anfiteatro grego majestoso
E ainda nu andar pelo cenário
A túnica deixar ao cidadão idoso
Fazer da roupa algo imaginário
3
Peregrinar por Roma gloriosa
Em busca de novos horizontes
Banhar-me nas termas famosas
Feito uma criança numa fonte
4
Adentrar numa catedral gótica
Repleta de seres angelicais e nus
E a partir desta nova ótica
Aos corpos naturais fazer jus
5
Minha nudez quero sempiterna
Que meu corpo seja livre integralmente
Em todas as eras, mesmo na moderna
Sem grilhões meu corpo e mente
6
Por fim, o tempo urge outra vez
E transpassa a era contemporânea
Continuo a querer minha nudez
Não a quero somente momentânea
7
E neste século XXI intrincado
Onde maquinas estão revestidas
De componentes despejados no mercado
Querem minha nudez vestida
8
Prefiro desligar os botões
Dos aparelhos da tecnologia
Desabotoar as vestes das ilusões
E andar nu com alegria.
(enviado em 26/08/09 por
Jorge Bandeira)
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