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Jornal Olho nu - edição N°119 - outubro de 2010 - Ano XI |
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XXXII Congresso Internacional de Naturismo *
A paisagem não poderia ser mais adequada, o sul da Itália. Região de belíssima vista banhada pelo mar Jônico, com águas mornas e tranquilas. A região da Calábria, mas precisamente a cidade de Crotone foi a sede do XXXII Congresso Internacional de Naturismo, realizado nos quatro hectares do camping naturista Pizzo Greco, entre os dias 8 e 12 de setembro de 2010, aí incluindo a recepção no dia 8 e a missa católica de encerramento, no dia 12, domingo. Aliás, como todos sabem, não há domingo sem missa, reza um dos ditados populares mais comuns no Brasil, e, na Itália, católica por tradição e fervor, não poderia ter sido de forma diferente a bênção de encerramento. Celebrada por um padre peruano, que exaltou as virtudes do Naturismo na sua essência familiar e agregadora. Os naturistas católicos que assistiram a celebração ficaram vestidos, mas acredito que o padre não se oporia à nudez, porque a nudez naturista não é desrespeitosa.
Foi nesse clima de respeito e de introspecção que ocorreu o Congresso. Mais de uma centena de pessoas foram ao local por causa dele. Eram os delegados oficiais das dezenas de federações que se fizeram representar e mais alguns agregados, que aproveitam ocasiões como estas para viajar e conhecer novos locais naturistas.
Os trabalhos das assembleias diárias e duas vezes por dia foram árduos e se não começaram na hora certa no primeiro dia foi por causa dos problemas técnicos com os aparelhos de tradução simultânea. Os idiomas oficiais são inglês, alemão e francês, portanto estão de fora dos tradutores línguas importantes como o espanhol e até mesmo o italiano do país anfitrião. Então acompanhar os debates torna-se um exercício de paciência e físico, pois a cada novo idioma falado (somente em um dos três) girava-se o seletor para aquele que você mais se adaptasse. Acredito que somente no congresso realizado no Brasil, em Tambaba, foi oferecido tradução também para o português, por conta da FBrN.
A infraestrutura oferecida pelo Pizzo Greco para a realização do congresso foi excelente. A tenda armada para as reuniões oficiais era ampla, refrigerada, bem iluminada, oferecia bebida e comida (inclusive sorvetes) gratuitamente nas máquinas espalhadas pela entrada a qualquer presente.
A área de camping é bem grande, com banheiros coletivos, chuveiros e pias para lavagem de utensílios espalhados pelo campo. Conta também com diversos bangalôs confortáveis, divididos em quarto(s), banheiro, copa-cozinha, com toda infraestrutura residencial e hoteleira, como toalhas, roupa de cama, utensílios de cozinha, geladeira, fogão incluídos no preço de hospedagem.
Há também um bem sortido mercado, onde se compra tudo de primeira necessidade, como comida para preparar, bebidas, material de limpeza e higiene, frutas, hortaliças e até mesmo camisetas do evento. Os preços não são majorados.
Na frente do mercado funciona um bar com diversas mesas e cadeiras, onde se servem cafés, bebidas, e pequenos lanches. É a área onde é possível se conectar à Internet pela rede Wi-fi. O problema é achar ponto de luz disponível para ligar o computador. Em frente ao bar há uma área livre e um pequeno palco onde à noite havia música e dança, que reuniam os campistas para mais lazer.
Um restaurante bem amplo e bem equipado compõe também o cenário. Nele foram realizados os cafés da manhã, os almoços e os lautos jantares, inclusive o de gala, para todos os congressistas e para aqueles que optaram pelo pagamento de pensão completa.
Uma área de jogos, que, no entanto, somente havia um determinado, o de bocha, num galpão comprido e de terra.
Estranhamente nestas áreas acima (mercado, bar, restaurante e área de jogos) a nudez não era permitida. O motivo alegado é que as pessoas que cuidavam destes locais não eram naturistas e poderiam se sentir constrangidos com a nudez alheia. Causou protestos.
Ao lado da área do clube há uma praia praticamente particular, pois o acesso se dá exclusivamente via o camping Pizzo Greco, constituída de areia grossa e escura e falésias de barro cinza de origem vulcânica, ideal para fazer modelagem. Para alcançar a praia era necessário descer os caminhos cheios de pedrinhas e lama, que ora machucavam o pé ou o impediam de andar por causa de atoleiros. Mas as dificuldades foram vencidas.
O mar estava calmo e morno. As águas cristalinas e com tom azul esverdeado. Há construções na praia como um bar, e uma garagem para pranchas de windsurf. Os guarda-sóis já ficam fincados na areia esperando os usuários, que os abrem e fecham. A frequencia não era muito grande, mas o tempo andou instável. Na quinta-feira ficou chuvoso e frio. Na praia temos também uma pequena nascente de água fresca e segundo os locais potável.
O zumzumzum do congresso ocorria nos encontros dos almoço e do jantar, onde se podiam fazer contatos e conhecer novas pessoas de toda parte do mundo. A praia também foi um bom local para relacionamento, surgindo convites para participação em jogos e bate-papos.
Para aliviar os intensos e estressantes trabalhos das assembleias foram organizados alguns eventos mais amenos. Na sexta-feira, 10, uma visita ao Castelo de Santa Severina, nos arredores de Crotone, mais para os convidados dos delegados do que para os próprios, pois eles estavam em pleno trabalho no horário. Já no sábado, 11, após o encerramento dos trabalhos aconteceu outra visita a um outro castelo, o Aragonese, nesta com a presença maciça dos delegados. À noite, do mesmo sábado, o jantar de gala, que levou quatro horas de fartura gastronômica, com muitas danças típicas italianas e muitas homenagens, encerrado com uma grande queima de fogos de artifício.
*pedroribeiro@jornalolhonu.com
Leia também: O árduo trabalho dos congressistas |
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