Amigos,
Depois da explicação do Dema, sobre o tema
das "cabines no The House", eu acho que todas as nossas
colocações de "sexo em público" relacionadas ao naturismo
gay estão mesmo exacerbadas...
Se eles têm mesmo as tais cabines, não se
pode falar em sexo público. Nesse caso, a eventual prática do sexo
é restrita aos lugares reservados e isso realmente não é diferente
do sexo que se pratique entre quatro paredes, ou "quatro
lonas" em uma cabana, barraca ou
outro lugar privado... em qualquer lugar naturista que eu conheça.
Retiro aqui qualquer comentário meu sobre
uma provável realização de atos sexuais em público. Fica
somente a minha ressalva: se nos encontros deles ocorrerem as
atitudes exibicionistas como as que se vêem nas "paradas
gays", acho que ainda assim se deve tomar o cuidado em
relacionar/associar o movimento gay com o movimento naturista.
Quanto à integração deles como gays naturistas no movimento
naturista, e seu reconhecimento como grupo, eu também estou de pleno
acordo. Não devemos estabelecer nenhum critério de seleção:
todos têm o direito de ser naturistas....
um abraço e obrigado ao Dema pelo esclarecimento.
Vanderlei
castrv@hotmail.com
Aham... nenhum critério também fica meio arriscado, não? Creio que
deve haver critérios sim, mas critérios de caráter e de objetivos,
não de raça, classe, cor, estado civil, religião, orientação
sexual, etc...
Bem, sobre a infeliz declaração de que num encontro gay não se pode
proibir manifestações sexuais, analiso este pensamento como a
propagação de um preconceito, daqueles bem cruéis, por ser
auto-enraizados. É como aquela mulher do malandro de diz "ele me
bate mas eu mereço", sabe como? Pois é, será que todo
homossexual é promíscuo? É o que eles parecem estar afirmando...
Novamente, é o caminho mais fácil, simplesmente libera e assume-se
que as coisas são assim mesmo, que não podem ser de outra forma. E
talvez não possam mesmo. Não se os próprios gays assumirem as
alcunhas que a sociedade quer lhes impor.
Como já disse antes, as intenções parecem
boas, mas eu diria que falta preparo. Vejamos: se eles se reuniram
porque queriam ser naturistas mas não conseguiam entrar em nenhum
grupo naturista, é de supor que tenham pouca experiência no assunto.
Posso estar errado, alguns talvez tenham tido a oportunidade de
conhecer o naturismo em outros países, mas provavelmente seja uma
minoria de privilegiados. Se assim for, não podemos culpa-los por não
saber ao certo o que é ou como funciona a filosofia, são aprendizes
sem mestre, tentando fazer algo por si mesmos, na base da
tentativa-e-erro.
Não deixo que perceber que todos temos nisso uma parcela de culpa,
pois historicamente os temos excluído, o resultado é este que se vê
agora... Que atitude tomar? Eu pensaria em duas frentes: creio ser
interessante contatar os dirigentes deste grupo, oferecer-lhes APOIO
no sentido de esclarecimento sobre o que é e o que não é naturismo.
Ficando claro que o que desejam seja o hedonismo (ou qualquer outro
ismo), então o que estejam conscientes de que isso nada tem haver com
nosso movimento. Numa segunda frente, precisamos cada um de nós
limpar nossas mentes da intolerância, para que os homossexuais sejam
aceitos e recebidos em nosso meio - sei que é difícil, é preciso
evoluirmos muito para isso - seguindo as mesmas regras que nós
seguimos. Deste modo não haverá a necessidade por parte deles de
criar novos guetos.
Estevão
onaturista@hotmail.com
Boa noite, Amigos.
Talvez eu tenha colocado o assunto em pauta
mas não tenha explicado a razão maior por ter encaminhado a referida
matéria para ser analisada: a minha preocupação é com a associação
do Naturismo ao Hedonismo, e não com os gays. Com toda certeza, nada
tenho contra os gays, travestis, heteros, etc.. Pelo contrário, os
respeito e até gostaria, se possível fosse, que todos pudessem
conviver harmoniosamente nos ambientes naturistas. E concordo com o
Estevão quando diz que é mais um grupo se fechando em guetos.
Mas, quando presidia a FBrN, vivi uma situação muito delicada e
constrangedora com a divulgação da criação da primeira área
"naturista hedonista" do Brasil, que funcionaria no Solar de
Guaratiba, no Rio de Janeiro. O criador, Eduardo, que já havia morado
no Pinho e na Colina, fez um intenso trabalho de divulgação do
evento e acabou participando de vários programas, Jô Soares,
Ratinho, além de ter conseguido muitas matérias em diversos jornais,
se apresentando como naturista, nu, enrolado em uma toalha. O clube
prometia para a estréia muitas horas de prazer e sexo livre.
O assunto tomou tamanha dimensão que a igreja católica se
pronunciou contrária, através do bispo do Rio de Janeiro, e a justiça
interviu impedindo a criação do clube naturista hedonista. Ficamos
na maior saia justa, e os clubes naturistas preocupados com a
repercussão do caso. A FBrN recebeu inúmeros telefonemas e e-mails
solicitando retratação pública porque o Hedonismo não representa a
filosofia naturista. Muitas famílias que frequentavam o clube para
praticar o Naturismo, se sentiram envergonhados perante
familiares e amigos que passaram a questionar suas condutas,
acreditando-os serem uns pervertidos.Somente após uma longa conversa
que mantive pessoalmente com o Eduardo conseguimos estabelecer um
pacto, tendo ele cumprido a promessa de não mais misturar o Naturismo
com o Hedonismo em suas entrevistas. Em contra partida, assumimos o
compromisso em divulgar não sermos contra o Hedonismo. Mas cada um na
sua!
Solicitei a opinião de vocês sobre a matéria publicada na Olho Nu
porque entendi que os gays não estão praticando simplesmente o
Naturismo e sim o Hedonismo, quando informam ser impossível reuniões
gays sem espaço específico para o prazer sexual. Entendi que suas
reuniões não são específicas para o Naturismo e sim sexual. Mas
esclareço que nada tenho contra os gays nem contra os que praticam o
Hedonismo.
Abraços naturais.
Maria Luzia
marialuziaegilson@bol.com.br
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Depois do
esclarecimento do Dema na tarde de ontem, eu resolvi dar outra olhada
no artigo original, e me arrisco a antecipar algo que o Dema possa até
responder a você.
Eu não sei nada mais além do que está lá
escrito, sobre o comportamento sexual deles nas reuniões. Também não
sei se o local é uma casa de swingers, apesar de ter espaços
privados para a intimidade de quem queira. Igualmente, não sei
se eles trocam de parceiros. O que eu pude ler, na redação
sempre bem feita pelo Pedro, é que os organizadores enfatizam que o
grupo "não quer ser confundido com vários grupos de orgias
gays", e em nenhum ponto da matéria publicada, se fala em troca
de parceiros. (ponto positivo pra eles).
No último parágrafo da matéria, enfatizam
que "pretendem seguir à risca a filosofia naturista
internacional" e isso me leva a supor que eles adotam algum código
de ética recomendado pela INF ou quem sabe até pela FBrN (seria o
caso de questionar isso a eles).
"...E eles afirmaram que as reuniões
naturistas gays seriam impossíveis sem espaço para o sexo";
hummmm ... o que eu li foi: "...não poderíamos proibir a prática
de sexo nos encontros..." Veja bem: o Naturismo também
não proíbe a prática do sexo nos encontros,
sempre que resguardado o caráter de ser privado.
A única coisa que pra mim não ficou muito
clara, foi a afirmação de que fato relevante para alguns membros do
grupo é a "liberdade para expor carinho na frente de
todos". Mas até aí, quem viu "mulheres apaixonadas"
na TV não está associando nada de mais, certo ????
O mais importante prá mim, é que façamos
nossa lição de casa. Se o grupo se consolidar, dentro do clima
internacional de tolerância e respeito, merecerá meu respeito
pessoal. Ainda tenho minha reserva, pelo fato de não aceitarem
mulheres "gays"
Vanderlei
(em tempo.... a expressão gay não é exclusiva de homens....
mulheres
lésbicas também são gays)
castrv@hotmail.com
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