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Jornal Olho nu - edição N°57 - junho de 2005
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Jornal Olho nu - edição N°57 - junho de 2005 - Ano V

Jorge Bandeira é defensor e lutador sem tréguas pelo naturismo brasileiro. ë profesor de história por formação e artista de coração. Escreve contos, peças de teatro e poesia, muitas versando sobre o Naturismo. Dentro de sua grande diversidade artística elaborou um cordel sobre Luz del Fuego. Escrito em 102 estrofes, o trabalho será apresentado em outubro, durante o Pré-congresso naturista que será realizado em Tambaba, com o apoio da FBrN.

Mas OLHO NU apresenta uma prévia do que nos aguarda no futuro lançamento, para deixar todos com água na boca e quererem mais.  

A VIDA DE LUZ DEL FUEGO, PIONEIRA DO NUDISMO NO BRASIL

Translúcida Luz

por Jorge Bandeira do Amaral*

O Louco:

 

“Dia virá em que não haverá tecelões e ninguém para usar roupas. Todos nós ficaremos nus sob o Sol”.

(primeira fala deste personagem no início do texto “Lázaro e sua amada”, de Kahlil Gibran, em sua única obra escrita para o Teatro).

 

“Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá” (Livro de Jó 1-21)

 

“Nu eu nasci, e nu me encontro: não perco nem ganho” (Miguel de Cervantes)

 

ESTE CORDEL É DEDICADO A JOÃO CARLOS e  EDVAL FONSECA.


1

Amigos de todo Brasil

O relato que vou contar

Dá conta de uma certa mulher

Corajosa no seu lutar

Batalhou por uma nobre causa

Sua bravura foi exemplar

2

Ela era idealista

Disso eu tenho a certeza

Percalço encontrou na vida

E nela não teve moleza

Lutou pelo nudismo

Entrou na causa com firmeza

3

 

Nasceu como Dora Vivacqua

Há muito tempo atrás

Em 21 de Fevereiro de 1917

Não esqueço a data jamais

Quando nasceu Luz Del Fuego

Para o nudismo e seus ideais

 

4

 

Era uma capixaba

Natural do Espírito Santo

Da cidade do Rei Roberto Carlos

Dois artistas do mesmo canto

Dora iria ser Luz Del Fuego

E como Roberto causaria espanto

12

 

Mesmo jovem já andava nua

E escandalizava toda meninada

No quintal da casa brincava

Como Deus a fez, pelada

Não gostava de usar roupas

Que ficavam dias sem serem lavadas

16

 

Dora odiava usar sutiã

Ela gostava era de estar nua

Pela praia de Marataízes

Improvisava as roupas suas

E isso quando o biquíni

Não existia, não se via nas ruas

31

 

Era o ano de 1944

Faltando mais um para a Guerra acabar

Que um nome começa a aparecer

Luz Divina espera triunfar

E no circo Pavilhão Azul

O público irá lhe aclamar

33

 

Era a maior atração do circo

Nas noites de espetáculos

Luz garantia um bom público

A casa lotava sem obstáculos

Para ver Luz e suas jibóias

Que fazia inveja aos homens másculos

 

 

36

 

Sim, podem ter certeza

Nossa artista era sedutora

Seu livro “Trágico Blecaute”

Foi lançado por uma editora

Mulher de muitas virtudes

Nossa nudista maior era escritora

37

 

Em 1947, por sugestão de um amigo

Que era palhaço e se chamava Cascudo

Luz Divina virou Luz Del Fuego

“Nome estrangeiro atraía público graúdo”,

Tanto insistiu Cascudo com Luz

Que seu nome artístico teve um novo atributo

43

 

A imprensa alardeou

O espetáculo “Mulher de todo mundo”

Luz Del Fuego era sensação

Sua família sentia no fundo

Que toda essa fama de artista

Para seus inimigos poderia virar um trunfo

49

 

Os anos 50 estão chegando

E nossa artista se consolidando

A naturalista e vegetariana

A passos largos vai andando

Criando fama e admiração

Também seus inimigos vão tramando

 

54

 

No Brasil daquela época

Onde até o maiô era imoral

Imaginem vocês, leitores

O que Luz deve ter feito para ganhar moral

E fazer com que o nudismo

Entrasse na discussão nacional

72

 

O grande feito político

Na vida desta figura

Foi criar um partido nudista

Que seria banido pela censura

O Partido Naturalista Brasileiro

Que no nudismo tinha lisura

77

 

Ganhou assim a cessão

Da Ilha Tapuama de Dentro

O porto seguro do nudismo

Que para os pelados era um alento

Ali o nudismo brasileiro

Existia com bons ventos

79

 

A Ilha do Sol ficou famosa

Virou atração na Cidade Maravilhosa

Mesmo não fazendo parte

Do turismo, era não oficiosa

Por ali passaram as estrelas

Com suas famas luxuosas

88

 

Os anos 60 chegavam

E Luz estava envelhecendo

Seus amantes ricos influentes

Aos poucos foram desaparecendo

Só lhe restando a Ilha do Sol

E poucos nudistas por lá aparecendo

93

 

Era o ano de 1967

O trágico fim se aproximava

Pois sua morte foi tramada

Luz seria assassinada

Em 19 de julho deste fatídico ano

E a polícia não pôde fazer nada


Bibliografia de referência

AGOSTINHO, Cristina. Luz Del Fuego: a bailarina do povo. RJ, Best Seller, 1992.

Site http://memoriaviva.digi.com.br acessado em 27/3/2005

Conheça o NATURISMO AMAZÔNICO:

jotabandeira@yahoo.com.br

Ou acesse o site do GRAÚNA

(Grupo Amazônico União Naturista)

http://geocities.yahoo.com.br/grauna_am

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