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Jornal Olho nu - edição N°57 - junho de 2005 - Ano V
Análise cruzada das respostas por item de roteiro jovem naturista faz pesquisa sobre hotel naturista para trabalho acadêmico em sua faculdade. por Ricardo do Ynai*
Como os itens de roteiro estabelecidos eram dez, procurou-se dividir a pesquisa em duas partes. A primeira em relação a estrutura física e de serviços oferecida pelo hotel e a segunda parte em relação as necessidades individuais dos entrevistados, procurando-se saber o que eles almejam e consideram importante quando relacionam naturismo à hotelaria, a fim de identificar o público-alvo de hotéis para naturistas. A primeira parte procurou focar: Conforto, Serviço, Lazer, Alimentos e Bebidas e Segurança. Já a segunda parte: Pudor, Localização, Eventos, Inverno e Preço. Pode-se observar que em relação ao Conforto, o público entrevistado relatou que preferem acomodações simples, de preferência sem luxos como: televisor, som, despertador, telefone, frigobar ou banheira. O que foi ressaltado era a necessidade de uma cama e uma ducha, sendo ambas de boa qualidade. O telefone poderia muito bem ser substituído por um interfone, apenas para chamar a recepção em caso de necessidade. Na era do celular, um telefone público resolveria o problema para os que não dispõe do aparelho. Os naturistas prezam pelo convívio social, por isso costumam ficar pouco tempo dentro do quarto, preferindo dedicar-se à atividades externas relacionadas diretamente com lazer em grupo. Em relação ao Serviço, foi percebido que a grande maioria dos entrevistados preza pela informalidade para com o quadro de funcionários do hotel. Estes devem mostrar respeito e demonstrar confiança para com os hóspedes. Assim como no restaurante, a quase totalidade dos entrevistados disse preferir o sistema de buffet onde podem se servir à vontade. O ponto crucial do serviço ficou em relação a governança. Praticamente todos citaram a importância da limpeza, arrumação e conservação das áreas e objetos do hotel.
Um ponto muito importante para os entrevistados foi o de Alimentos e Bebidas. Os naturistas não gostam de ser confundidos com naturalistas. O cardápio deve ser variado e não ter restrições em relação à carnes ou tipos específicos de culinária. A quase totalidade dos entrevistados afirmou preferir o sistema de buffet com opções variadas de sopas, saladas, frios, carnes, e o tradicional arroz com feijão. Apenas uma minoria disse que considera mais interessante o serviço a la carte e opções por lanches. Em relação às bebidas, deve haver variedade de sucos, refrigerantes, cervejas e destilados. Mas algo mais elaborado, como uma carta de vinhos pareceu ser totalmente dispensável. A segurança é um item que pareceu não incomodar os pesquisados. Um forte esquema de segurança é algo que não condiz com a prática pacífica do naturismo. Zelar pelo controle de acesso ao hotel foi o ponto mais relevante, principalmente em relação aos homens dasacompanhados, seguido de pessoal treinado para agir em casos emergência e ação correta em momentos de primeiros socorros. A necessidade de cofres ou chaves especiais como de cartão magnético sequer foi citada durante a pesquisa. Quando se fala em pudor, trata-se de uma questão muito importante entre os naturistas. Afinal, o objetivo principal dos hóspedes é de ficarem nus sem sentirem constrangimento. Alguns poucos relataram que deve haver um período de adaptação e ambientação para os novatos no naturismo. Assim, aos poucos eles iriam ficando mais a vontade e percebendo a naturalidade das outras pessoas quando sem roupas. Logo, quanto mais for praticado o naturismo, mais facilmente as pessoas ficarão a vontade sem roupas. Mas a maior preocupação entre os naturistas é a informação sobre o assunto. Eles consideram importante que os futuros naturistas tenham conhecimento sobre o tema e não o confundam com hedonismo, libertinagem, falta de respeito e curiosidade. Principalmente as mulheres disseram que a educação em família ajuda a vencer preconceitos e se desvincular de imagem de beleza e perfeição corporal imposta pela mídia. Já os homens afirmaram que a falta de conotação sexual no ambiente naturista faz com que eles fiquem mais à vontade e possa tirar a roupa com mais facilidade e rapidez. Localização mostrou-se não ser de muita relevância para os pesquisados. Pressupondo uma distância ideal, ela deveria ser no máximo de duzentos quilômetros distantes da residência dos hóspedes. Todavia, os naturistas afirmaram gostar de viajar e não se importar com a distância quando o objetivo era relaxar e conhecer outros naturistas para juntos sociabilizarem.
O período de Inverno mostrou ser preocupante entre os potenciais hóspedes de hotel naturista. Como as atividades ao ar livre são preferidas às em ambientes fechados, os dias frios podem ser um problema para os hotéis. Praticamente todos ressaltaram a importância de lugares fechados e aquecidos para atividades em dias frios. Mas o item mais citado foi: piscina aquecida, seguido por saunas seca e a vapor. A piscina aquecida foi também considerada importante, por poder ser utilizada durante a noite. A sugestão de um entrevistado foi de haver um complexo aquático com teto retrátil que poderia ser usado tanto no inverno como no verão. Por fim o item Preço. Para a grande maioria dos entrevistados, o fator preço não pareceu ser preocupante. As pessoas que participaram da pesquisa relataram que o preço deve ser justo, ou seja, proporcional ao serviço oferecido. Alguns afirmaram que o verdadeiro naturista reserva uma parte de seu orçamento para se dedicar à atividades naturistas, mesmo os financeiramente menos favorecidos, apesar dos preços poderem baixar a frequencia. Um hotel naturista certamente será lembrado como um dos destinos mais relevantes quando em tempo de férias ou feriados prolongados. Como grande parte dos naturistas prefere acomodações simples, refeições caseiras e serviço informal, o luxo não está associado ao naturismo, fazendo assim com que o custo da diária não seja tão alto em relação a outros hotéis com a mesma oferta em lazer, que poderiam ser locados exclusivamente para eventos naturistas. Pacotes ou serviço de pensão completa foram pouco citados, mas quando sim com certo entusiasmo. Em relação a programa de fidelização não houve nenhuma manifestação em relação ao assunto. Assim concluímos que o público-alvo de um hotel naturista não se importa com luxo, prefere um serviço informal, não se importam em se deslocarem por longas distâncias e em quanto terão de pagar para praticarem o naturismo, desde que o preço seja justo e não muito caro. Além de que preferem a companhia de pessoas bem informadas e esclarecidas sobre o assunto e atualidades, e dão grande valor ao lazer e atividades em grupo.
*estudante de Hotelaria em Jacareí-SP e membro do Ynai |