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Jornal Olho nu - edição N°143 - Outubro de 2012 - Ano XIII |
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Congresso Internacional de Naturismo na Croácia: resumo críticopor Diogo Moreschi*
Pretendo descrever um pouco de tudo o que aconteceu nestes 4 dias onde participamos do XXXIII Congresso Internacional de Naturismo. Com certeza em algum pontos serei muito crítico, mas acho que é importante para iniciarmos uma discussão.
A comitiva brasileira mais uma vez trouxe um grande número de participantes. Nesta edição, os 13 brasileiros (Eu, Tannús e Eliane, Elias e Lili, Glacy, Alex, Franco, Pedro Ribeiro e seus 3 amigos e Norberto) mais uma vez fomos o diferencial e levamos um pouco de animação e alegria aos gélidos delegados da INF, principalmente aqueles do norte europeu. As federações estavam quase todas representadas, com ressalvas à Federação Portuguesa que designou a companheira do presidente espanhol como representante.
A organização do congresso deixou muito a desejar. Não tínhamos muita informação e apesar da Croácia ter inúmeras e enormes áreas naturistas, os croatas em si não participaram, tendo só o presidente da federação como representante. O evento não possuía hostess, nem calendário com horários definidos, nem opções de atividades paralelas e no primeiro dia, nem tradução simultânea. Tudo que era falado em uma língua, era repetido nas outras duas. Uma confusão e demora impressionante.
Estava refletindo e não sei se realmente esse evento pode ser chamado de Congresso, porque nada mais é que uma prestação de contas da Federação Internacional que junto com seus associados discute temas que em nada acrescentam para o movimento naturista mundial. São discussões de ordem financeira e organizativa intermináveis, onde presidentes como o alemão e o holandês transformam em um ambiente pesado e até agressivo, visto que são as duas "estrelas" do Congresso por possuírem 28 e 34 votos respectivamente. Falta ao Congresso discussões construtivas. É o segundo congresso que participo e acredito que, seja em Pizzo Greco na Itália em 2010 ou em Koversada agora, eu era a única pessoa na faixa de idade dos 15 aos 30 anos de idade, não apenas a participar do congresso mas a estar nestas referidas áreas. O assunto jovens até que foi levantado, mas logo abafado e arquivado. Acredito que nesse ponto, nós no Brasil estamos muito à frente que na Europa, impossível encontrar jovens naturistas aqui.
Concretamente não foi decidido nada, apenas a re-eleição da atual presidente e da diretoria, foram ouvidos os relatos de diversos países sobre o que estão fazendo para desenvolver o naturismo e foi eleita a Irlanda como sede do Congresso em setembro de 2014. A temperatura neste momento na Irlanda é de 11ºC, tem tudo para ser o Congresso mais frio de todos os tempos. Mas críticas à parte, devemos agradecer à Irlanda por candidatar-se, pois era candidata única. Como vimos que a Irlanda era a única candidata, todos juntos pensamos que em 2016, nós poderíamos levar novamente o congresso ao Brasil e dissemos que tínhamos essa intenção. O "comenta tudo" alemão já veio com discurso e contestou nossos números apresentados, assim como disse que o naturismo nasceu na Europa e o Congresso deveria ser na Europa e não na América do Sul.
Acho que ele não conhece a historia da América do Sul e dos índios que aqui viviam, que praticavam um naturismo exemplar, não como o defendido por ele, que critica quem vai ao restaurante pelado. A Itália também disse que se candidatará. Não entendo como a Itália possua 10 votos e nós 5, aqui o naturismo não é nada difundido.
Para o próximo congresso, devemos nos apresentar preparados e com argumentos claros, porque muitos contestarão e não poderemos permitir qualquer menosprezo. Se não nos respeitarem, sugiro que façamos contato com o Associação Americana de Naturismo que saiu da Federação Internacional no Congresso passado exatamente por este motivo, pelo favorecimento europeu e não voltou mais. Acredito que se possa criar a Associação Americana de Naturismo, incluindo todos os países das 3 Américas. Acredito que não seja muito difícil convencer o Canadá. A representante da Nova Zelândia foi ridicularizada neste Congresso porque se candidatará a um cargo. Não podemos mais concordar com o prevalecimento europeu.
Tenho certeza de que poderemos fazer um ótimo trabalho e criarmos um belo projeto para o próximo congresso e entrarmos como protagonistas. Importante será falar inglês fluentemente e pensar em argumentos concretos e mostrar que está na hora dos Europeus aprenderem um pouco com o que eles ainda consideram subdesenvolvidos.
*Jornalista, diretor das relações internacionais da FBrN, mora atualmente em Bologna, na Itália
Veja muito mais ainda sobre o Congresso Internacional da Croácia: Primeiro dia: experiência única Segundo dia: o Sol começa a voltar |
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