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Jornal Olho nu - edição N°147 - Fevereiro de 2013 - Ano XIII |
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Surf nu Pinho - a 1ª edição por Pedro Ribeiro*
Fazendo parte das comemorações do Jubileu de Prata de fundação da Federação Brasileira de Naturismo, a praia do Pinho sediou o seu primeiro torneio competitivo de surfe, conhecido como Surfe nu Pinho.
Doze atletas, todos homens, se inscreveram para competir por prêmios de seu interesse, como acessórios para a prática do surfe e troféus. A competição foi dividida em 4 baterias, nas quais três surfistas competiam em cada uma. Depois o melhor de cada bateria competiu na final, de onde saíram os nomes vencedores.
A norma para participar era não usar calções na hora de pegar as ondas. Usava-se uma camisa collant colorida para facilitar a identificação do competidor pelos quatro jurados. Um deles, que não quis se identificar, é membro da Federação Catarinense de Surfe e da ASociação dos Surfistas Camboriuenses. Ele revelou que o evento não teve ainda o apoio nem reconhecimento das duas instituições, cujas diretorias ainda têm alguma discordância do fato de surfar nu. Diferente do que ocorre na praia de Tambaba, onde a Federação Paraibana de Surfe apoia e reconhece, desde sua primeira edição em 2008, o torneio realizado lá como seu evento oficial, mesmo não valendo pontos para o campeonato estadual. Mas se a organização da praia do Pinho persistir com este evento, a tendência poderá ser de mudança de postura nas edições futuras.
Quase a totalidade dos participantes desta edição já costuma pegar ondas na praia do Pinho. A diferença é que a maioria nunca fez isso sem roupas. E esta inibição ficou bem visível por conta do comportamento destes atletas em se vestirem assim que acabava sua prova na água. Uma das exceções é Rafael Goulart, 35 anos, é naturista e já surfou várias vezes sem roupa na praia do Pinho. No entanto revela que seu hábito gera reclamações dos outros surfistas, que alegam não se sentirem à vontade com sua desinibição, embora surfem numa praia designada para este fim. De qualquer forma, ele acha que a não obrigatoriedade para os surfistas ficarem nus enquanto pegam onda no dia a dia da praia pode trazer mais jovens que possam se interessar pelo naturismo.
Outro naturista é um veterano com 23 anos de surfe. Moisés Alves tem 41 anos de idade, morador de Navegantes, cidade bem próxima ao Balneário Camboriú, onde se localiza a famosa praia de nudismo. Disse que já na primeira vez que foi à praia do Pinho, já surfou "pelado", coisa que adora fazer porque sente uma "liberdade incrível". Ele não concorda coma a alegação comum entre os não adeptos da prática de que surfar sem roupas machuca a região genital.
Jonathan Jones, 24 anos, ao contrário de Moisés, é iniciante na prática do surfe naturista e do próprio naturismo. Nunca tinha estado antes na praia do Pinho. E gostou da primeira experiência. Pretende voltar mais vezes, tanto como surfista quanto como naturista.
Mais um naturista surfista é Gilmar Martins, 25 anos. Já frequenta a praia do pinho há quatro anos, juntamente com pais e irmãos. Todos ficam acampados no Camping. Quando não está surfando, ele trabalha como pintor.
Contrariando todas as opiniões acima, Jedielson Linhares, que a muito custo atendeu a um pedido de entrevista, não gostou de surfar nu. Ele, que foi classificado em terceiro lugar, foi daqueles surfistas que só tiraram o calção somente para entrar na água sobre a prancha. Depois disso, nem pensar. Ele disse que se machucou ao entrar na água. "Se eu estivesse vestido, isso não teria acontecido".
Entre os jurados, Maurício foi o único que topou dar entrevista, mas não permitiu fotografias. Ele não é naturista. Avaliando a competição disse que o bom nível dos atletas competidores e boas ondas da ocasião valorizaram enormemente os vitoriosos. Ele é surfista e frequenta a praia do Pinho, vestido, somente para pegar "as altas ondas" do lugar há mais de sete anos.
A classificação final foi: Primeiro lugar: Rafael Gallotti Segundo lugar:Moisés Alves Terceiro lugar: Jedielson Linhares Quarto lugar: Gilmar Martins
*pedroribeiro@jornalolhonu.com
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