') popwin.document.close() }
Jornal Olho nu - edição N°39 - dezembro de 2003
http://www.jornalolhonu.com
Editorial | NATNotícias | Nu em Notícia | NATLuta | NATOpinião | NATCuriosidade | NATPersonagem
NATEntrevista | NATNovidades | NATEspecial | NATReflexão | NATVariedades | NATFotos

Jornal Olho nu - edição N°45 - junho de 2004

Naturismo e Anarquismo

Alguns consideram o nudismo como "um tipo de esporte, outros como um retorno para um estado paradisíaco e outros o nudismo é um meio de emancipação libertária mais eficaz. [...]

Por E. ARMAND*

O nudismo revolucionário 

Alguns consideram o nudismo como "um tipo de esporte, onde os indivíduos se põem despidos em grupo para tomar um banho de ar e sol como a pessoa tomaria um banho de mar" (Dr. Toulouse), ou seja, uma visão meramente terapêutica; que o considera, como é o caso dos gimnofóbicos (gymnós em grego significa despido), como um retorno para um estado paradisíaco, recolocando o homem num estado de inocência primitivo e "natural", tese relativa aos tempos primitivos, - são dois pontos de vista que permitem um terceiro que é nosso, que o nudismo é, individualmente e coletivamente, um meio de emancipação mais eficaz. Ele se apresenta muito mais como um exercício higiênico relevante para a cultura física que é uma questão para a educação física ou um novo “naturista”. O nudismo é, para nós, uma reivindicação de ordem revolucionária.  

Revolucionário sobre um triplo aspecto de afirmação, de protesto, de liberação. 

Afirmação: Reivindicar a faculdade de viver nu, se pôr nu, passear pelado, de se associar entre nudistas, sem ter outra preocupação, enquanto descobrindo seus corpos que essas possibilidades de resistência para a temperatura, afirma seu direito à inteira disposição de sua individualidade corporal. É proclamar sua despreocupação das convenções, das moralidades, dos comandos religiosos, das leis sociais que negam à humanidade, sobre pretextos diversos, de dispor as diferentes partes do seu ser corporal como ele bem entender. Contra as instituições societárias e religiosas que o uso ou a usura do corpo humano é subordinada à vontade do legislador ou o padre, a reivindicação nudista é uma das demonstrações mais profunda e a mais consciente da liberdade individual. 

Protesto: Reivindicar e exercitar a liberdade de nudez é, realmente, protestar contra todo o dogma, lei ou costume estabelecido numa hierarquia de parte corporal, que considera, por exemplo, que a exibição da face, das mãos, dos braços, da garganta são mais decentes, mais morais, mais respeitáveis que a estaca para desnudo de nádegas, peitos, o estômago ou a região púbica; é protestar contra a classificação em nobres e em ignóbil das partes diferentes do corpo: o nariz que é considerado como nobre e o membro viril como ignóbil, por exemplo. É protestar, numa sensação mais elevada, contra toda a intervenção (de ordem legal ou outra) que nos obriga a nos vestir para nós, porque está agradando aos outros, então considerando que eles jamais entraram em nossas intenções para objetar a que outro não se despe, se ele pensa que eles o consideram mais. 

Liberação: Liberação da passagem do vestuário ou antes do constrangimento de usar um traje que nunca foi e jamais será mais que um disfarce hipócrita, visto que informa a importância do que cobre o corpo - portanto sobre o acessório - e não sobre o corpo em si, do qual a cultura constitui porém a coisa principal. Liberação de um das principais noções sobre as quais se fundam as idéias de "permissão" e de proibido, de "bem" e do “mal”. Liberação do invólucro, do conformismo à uma exposição artificial de aparência exterior que mantém a diferenciação das classes. Como a pessoa imagina desnudo o general, o bispo, o embaixador, o acadêmico, o guarda escrupuloso, o guarda-florestal? Como restará o seu prestígio, de sua delegação de autoridade? Os líderes conhecem bem isto e isto não é nenhum de seus menores motivos de hostilidade ao nudismo. 

Libertação do preconceito do pudor, que não é outra coisa que "a vergonha de seu corpo". Libertação da obsessão da obscenidade, atualmente provocada pela iniciação para separar as partes corporais que a hipocrisia social completamente prescreve a se manter encoberto - emancipação de reservas e restrições implicada por esta idéia estacionária. 

Nós vamos mais adiante. Nós mantemos, enquanto nos colocando no ponto de vista da sociabilidade que a prática da nudez é um fator de melhor camaradagem, de camaradagem menos insular. Nós não saberíamos negar que nós somos um, um camarada menos distante, mais íntimo, mais confiante, não só ela ou ele que se faz conhecer a nós sem parar de pensar intelectualmente ou motivo ulterior ético, por exemplo, ainda mais sem nenhuma dissimilação corporal. 

Os depreciadores do nudismo - moralistas ou os sanitaristas conservadores do Estado ou da Igreja - pretende que a visão do nu, que a companhia entre nudistas dos dois sexos exalta o desejo erótico. Isso não é sempre exato. Porém, ao contrário da maioria das teorias gimnoistas - as quais o oportunismo ou o medo de perseguições é o começo de sabedoria, - nós não negamos isto, mas nós mantemos que a exaltação erótica gerada pelas realizações de nudista é pura, natural, instintiva e não pode ser comparada à excitação artificial causada pelo meio-nu, o despido elegante, e todos os artifícios de higiene para qual tem recurso o pouco vestido, meio-vestido ou pequeno-vestido ou qualquer um onde nós evoluímos. 

*E. Armand - "A enciclopédia anarquista" - 1934. 

Texto extraído da pesquisa “Comunidades, naturistas, 

vegetarianos, vegetaristas, cru-vegetaristas 

no movimento anarquista francês" 

Invariante, suplemento ao n° 9 de janeiro de 1994. 

 

TEXTO TRADUZIDO 

Naturisme et AnarchismeLe nudisme révolutionnaire E. ARMAND URL:: http://www.anarquismo.org/noticias//stories.php?story=04/03/31/4343857

Enviado por Marcelo Pacheco -site www.pelados.com.br 


Olho nu - Copyright© 2000 / 2004
Todos os direitos reservados.