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Jornal Olho nu - edição N°49 - outubro de 2004 | |
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Jornal Olho nu - edição N°49 - outubro de 2004 - ANO V
Republicação das mensagens enviadas pelos leitores para a seção Cartas enviadas de 4 de setembro a 2 de outubro de 2004 |
Cartas para esta seção: cartas@jornalolhonu.com NATReflexão Gostaria de parabenizar Pedro Ribeiro pelo texto de sua autoria que foi publicado na seção NATReflexão do Jornal Olho Nu nº 48. O texto traz um breve histórico do movimento naturista, faz uma análise crítica da situação atual, inclusive com dados estatísticos, e nos chama a refletir sobre o futuro do naturismo. Após a leitura concluí que antes de mais nada, é preciso que haja menos intolerância e preconceito e mais bom senso por parte de todos, naturistas ou não. Em relação a participação efetiva das pessoas no movimento, por experiência própria, pois já militei ativamente em outro movimento de caráter social, acredito que dificilmente irá ocorrer em grande número, pois normalmente a maioria, infelizmente, só quer usufruir das benesses alcançadas, sinceramente torço para estar errado. De qualquer modo, recomendo a todos a leitura do texto citado e me atrevo a, juntamente com o Pedro Ribeiro, convidá-los a refletir e discutir sobre o tema, pois entendo ser de grande valia para o naturismo no Brasil. Atenciosamente. Eduardo (enviada em 29 de setembro de 2004) AOS NATURISTAS DA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO (2) Moro em Nova Friburgo e sinto falta de um contato entre os naturistas da Região Serrana do Rio. Solicito aos adeptos e adeptas do naturismo das cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Cantagalo, Cordeiro, Bom Jardim, Santa Maria Madalena, o pessoal que freqüenta Sana, Lumiar, São Pedro da Serra, e de outras cidades que compõem a região da serra fluminense, que escrevam para o e-mail naturismonaserra@ig.com.br , para que possamos começar uma integração, uma troca de informações e conhecimentos. Penso que podemos formar um grupo e criar uma associação. Nossa região é belíssima, com muitos pontos paradisíacos, muito verde, muita água, cachoeiras, rios cristalinos. Uma natureza que precisa ser aproveita pelos amantes do naturismo.Vou em breve colocar um site na rede com o nome naturismonaserra, para facilitar este encontro naturista da serra fluminense. Douglas Andrade Nova Friburgo - RJ (enviada em 27 de setembro de 2004) Não é essa a praia que queremos Caros Colegas, Gostaríamos de demonstrar nossa total indignação com o ocorrido neste último dia 26 de setembro(Domingo) na PRAIA DO PINHO, Balneário Camboriú/SC. Esta que foi a primeira praia naturista do Brasil e serviu de modelo para criação dos demais grupos naturistas do País, nos parece que os organizadores que cuidam estão totalmente despreocupados com os interesses dos naturistas e não garante aos freqüentadores as observações das regras de conduta fixadas pela FBrN. Acontece que neste primeiro fim de semana de primavera, época em que retomamos nossas atividades naquela praia nos deparamos com o total descaso por parte dos funcionários que cuidam do camping, da praia e dos bares. Hoje ao caminharmos ao longo da praia até o costão de pedras que fica no final da área reservada a casais e famílias, nos deparamos com vários homens solteiros. Até aí, nenhuma conduta grave, o problema é que esses estavam escondidos em meio a vegetação da encosta da praia se masturbando na frente de todas as pessoas que por ali estivessem passando. Homens jovens e de uma certa idade ficam andando livremente por entre as pedras e plantas do local, alguns já sem a parte de baixo das vestes e outros velhos segurando as calças abertas na mão como se fossem verdadeiros "adolescentes punheteiros". Ao ver tal situação resolvemos procurar ajuda dos casais e funcionários do camping, a fim de que se fosse tomada alguma providência a esse respeito. Para nosso espanto os funcionários apenas nos advertiram a não nos aproximarmos daquela área. Pois eles não podem FAZER NADA! Segundo eles, existem casais que no final de tarde (após as 15 h) procuram aquela região da praia para praticar sexo e que os "rapazes" que lá estavam gostam de ficar olhando, as vezes ate participam se o marido autorizar. Muitas outras estórias são contadas pelo funcionário que não vamos identificar para preservar sua identidade. Alguns casais mais velhos chegaram a nos contar que na época de verão e carnaval, aquele canto da praia vira uma "terra de ninguém", vários casais se dirigem para lá e praticam sexo livremente enquanto os outros ficam só olhando. Agora pergunto: onde estão as pessoas que cobram para a gente entrar na praia, mas que na hora de zelar pela segurança, ordem e principalmente pelo código de conduta fixado pela FBrN? Se nos dirigimos a uma casa noturna para nos divertir pagamos, mas existem seguranças no local para preservar a ordem, porque na praia isso não existe? Este não é o exemplo que a primeira praia naturista do Brasil deveria dar. Nem é a praia que gostaríamos de freqüentar. Apesar de não conhecermos as demais praias e clubes do Brasil esperamos que sirva de alerta para o que estamos nos expondo, pois sabemos que esta não é a regra e sim uma exceção. Sabemos que também que existe muita gente séria, que trabalha duro para promover o naturismo sadio. E gostaríamos que fosse levado a discussão adiante, pois não é certo termos que pagar para usufruir de uma praia e sermos alvo de pessoas sem o menor pudor. E que a FBrN se pronunciasse a respeito e cobrasse dos organizadores da Associação de Amigos Praia do Pinho alguma atitude para coibir estas ilicitudes. Abraços Naturistas. Dani e Antonio. (enviada em 26 de setembro de 2004) Naturista iniciante quer contato com pessoal do Sul
Oi queridos amigos, sou iniciante naturista e moro atualmente em Florianópolis, gostaria de saber se vocês tem alguma informação ou contato de grupos naturistas em Florianópolis, visitei a praia de Galheta no inicio de ano com a minha namorada e duas amigas nossas, mas devido a praia não obrigar que as pessoas fiquem sem roupa, me senti ofendido de ver dezenas de pessoas passando e nos observando, e além de ser lugar de encontro para sexo ao ar livre, sentamos próximo de um casal, que era turista e também faziam naturismo, conversamos um pouco, eles eram do Nordeste, e não imaginava que a praia fosse desse jeito.
Sem muitas alternativas, na ilha, reservei-me a fazer naturismo dentro de casa, onde algumas vezes por mês nos reunimos (eu, minha namorada e algumas amigas) para almoçarmos, ou trocarmos uma idéia regada a chimarrão.
Gostaria de receber os informativos de vocês, pois me interessa está por dentro, do mundo naturista e saber como vocês tem se organizado durante esse período, se tabém tiverem noticias de algum grupo ou associação que se organiza em Florianópolis, favor me passar esses contatos.
Acauã (enviado em 22 de setembro de 2004)
Lamentamos que não tenha conseguido contato com os naturistas da AGAL, Associação Amigos da Galheta. Uma simples busca na Internet sobre naturismo na Galheta teria levado ao site da AGAL (www.galheta.cjb.net e conseqüentemente ao contato com o grupo. Queremos dar-lhe as boas vindas e esperamos encontrá-lo com freqüência na Praia da Galheta, sempre povoada pela curiosidade dos que nunca viram gente.
Na Galheta não há regras ou imposições especiais; o bom senso,que rege o comportamento em qualquer lugar público, lá também se aplica. Como não há policiamento na área, não faltam inconveniências. Aliás muito comuns em nossa sociedade, mesmo com policiamento ostensivo.
Os naturistas da AGAL não pretendem impor nada além do bom senso. Buscamos a boa convivência com todos, sem discriminações. A bem da verdade, não temos sofrido hostilidade de vestidos nos últimos anos. Olhares surpresos ou curiosos são normais, mas não faltam também os sorrisos discretos da aprovação. O que realmente importa é que conquistamos, através de lei, o direito de ficarmos à vontade e sem roupa, ao menos na Praia da Galheta. Não pretendemos impor este direito a ninguém. Para o grande público, que tem vergonha do próprio corpo, oprimido pelas pregações caretas que ecoam da manhã à noite por todos os cantos do planeta, esquartejando o corpo em partes boas e ruins, queremos mostrar que o corpo é bom de ponta a ponta e nada há nele de errado . É uma glória desfilar livre e natural entre a multidão dominada pelo preconceito. Queremos que a Praia da Galheta seja um espaço de reeducação, através do exemplo, para a plena aceitação e defesa da natureza, em especial da humana.
Affonso Alles (resposta enviada em 23de setembro de 2004) É preciso participar Prezado Rodrigo. Tomei conhecimento de sua decisão em não querer mais conhecer a Praia de Abricó através do Jornal Olho Nu, última edição (carta do dia 6 de agosto). Infelizmente não posso lhe "obrigar" a rever sua decisão, mas posso lhe repassar algumas informações que poderão fazê-lo repensar essa medida que, creio, não ser definitiva.
Talvez por você ainda não ter estreado no Naturismo, ainda não esteja entendendo o verdadeiro "Espírito do Naturismo", e a postura de um verdadeiro naturista. Se você se der a chance de conhecer o Naturismo, você compreenderá que o verdadeiro naturista é respeitador, camarada, companheiro, solidário, amigo, compreensivo, etc. Mas principalmente...PARTICIPATIVO.
Não basta tirar a roupa! Tem que participar!
É isso que ainda está faltando em muita praias brasileiras e também na Praia de Abricó: naturistas dispostos a ajudar a divulgar a filosofia naturista. A turma da ANA - Associação Naturista de Abricó, ainda está no começo de um projeto, que dará certo. Mas para isso se faz necessário a participação de todos, e não apenas dos administradores da praia. Não basta dizer-se naturista, e não participar.
Meu conselho, se me permitir: vá à praia e participe. Ajude. Dê sua contribuição ao Naturismo brasileiro. Você não vai se arrepender e só terá a ganhar. Daqui a algum tempo a gente se fala novamente.
P.S. meu marido, Gilson, também é fluminense, nascido e criado até a adolescência em Niterói, onde ainda residem seus familiares. Sei que aí só nasce gente nota 10 (rsrsrsrsr). E você não haverá de ser diferente.
Beijos
Maria Luzia (co-fundadora da Praia Naturista de Barra Seca) Vitória - ES (enviada em 19 de setembro de 2004) AOS NATURISTAS DA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO
Moro em Nova Friburgo e sinto falta de um contato entre os naturistas da Região Serrana do Rio. Solicito aos adeptos e adeptas do naturismo das cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Cantagalo, Cordeiro, Bom Jardim, Santa Maria Madalena, o pessoal que freqüenta Sana, Lumiar, São Pedro da Serra, e de outras cidades que compõem a região da serra fluminense, que escrevam para o e-mail naturismonaserra@bol.com.br , para que possamos começar uma integração, uma troca de informações e conhecimentos. Penso que podemos formar um grupo e criar uma associação.
Nossa região é belíssima, com muitos pontos paradisíacos, muito verde, muita água, cachoeiras, rios cristalinos. Uma natureza que precisa ser aproveitada pelos amantes do naturismo.
Vou em breve colocar um site na rede com o nome naturismonaserra, para facilitar este encontro naturista da serra fluminense.
Douglas Andrade
Nova Friburgo - RJ
naturismonaserra@bol.com.br
(enviada em 12 de setembro de 2004)
Resposta a Maria Luzia
Caros
Maria Luzia e Gilson:
Agradeço
as palavras gentis e a suposição bondosa de vocês sobre minha
sensibilidade. De fato, tudo o que digo ali é rigorosamente o que eu e
minha mulher Graça, sentimos. Na verdade, trata-se da velhíssima luta
"contra-preconceito", também contra os
"lugares-comuns" e as "certezas" com que determinadas
pessoas se arvoram em defensoras disto ou daquilo. Penso, entretanto, que
aí nós também nos enquadramos quando eu assumo uma postura
"anti" preconceito mas, o que fazer fora isso?
Por isso
motivei-me a escrever para o Pedrinho (que conhecemos desde a Reserva) e
pelo fato de termos freqüentado durante quase um ano, recantos naturistas
e percebido o que o naturismo - o desnudamento - faz com nossas
cabecinhas. De fato, você tem toda razão mas não é só no naturismo
que essa síndrome acontece. Ser fraterno ou receptivo e não reativo às
pessoas é um empreendimento ainda de ficção científica... "_ Se
você é um estranho, um terceiro que eu desconheço (ser estranho também
é uma coisa engraçada...) eu, por princípio "tenho que me cuidar,
ir devagar, porque senão invadem-nos, podendo ou não nos
machucarmos". Só que essa é a perversidade de uma sociedade
infantil, tropical, sofrida pelos descaminhos dos responsáveis pela condução
das coisas da nossa nação brasileira ou da civilização latina, não
sei bem. Pelo menos, temos a cordialidade nacional que é receptiva e,
desde sempre, impressionou o europeu.
Para finalizar, relembro aqui as
narrativas belíssimas, poéticas e também eróticas, do antropólogo já
falecido, Nunes Pereira, em seu último e fantástico livro, "Moronguetá,
um decameron indígena" (aliás, é o único brasileiro que mereceu
um busto de bronze na entrada da Universidade de Heildelberg, na Alemanha,
e é completamente desconhecido aqui na nação brasileira) quando
contava que quando o casal indígena tem relações, na sua cultura, o
momento do orgasmo é representado pela imagem de suas almas, enlaçadas,
em caminho do céu. Aí se entende porque, até hoje, essa questão sexual
e seus contornos, são tratados com tanta simplicidade e naturalidade pelo
caboclo, pelo indígena brasileiros. Nem pecado, nem vergonha. Tudo
natural ou seja, sem culpa e com uma espécie de dignidade que é,
infelizmente, a prova patente de que, talvez, o ser humano já pudesse
estar desfrutando de outro plano relacional social. Tudo infelizmente
(repito) em decorrência da avassaladora ambição de poder de
"Instituições" - pseudo sacro-éticas - que, atravessam
os séculos, montadas na hipocrisia, na mentira e em tudo que pode
fortalecer o ser humano, individualmente.
Bem, fico por aqui...esse
assunto - AINDA - não tem fim. Nós, porém, existimos e isso deve
apontar para alguma coisa esperançosa ou naturalmente (ou
naturisticamente) verdadeira.
Grande abraço do
CARLOS EDUARDO DE ARAÚJO LIMA.
caduado1@globo.com
(enviada em 9 de setembro de 2004)
Parabéns
Caro amigo
“Mais
vale tarde do que nunca” é um velho ditado português que ameniza o
atraso com que em nome da Federação Portuguesa de Naturismo e de mim próprio
lhe apresento os parabéns por mais um aniversário do “Olho Nu”, o
jornal naturista que na Internet e em língua portuguesa muito tem contribuído
com a sua seriedade editorial e a regularidade para a divulgação
do Naturismo. Continue
nesse rumo e todos os naturistas beneficiarão com isso. Muitas
felicidades e longos anos de vida.
Saudações
naturistas e um abraço do
Laurindo
Correia
fpnat@sapo.pt
(enviada em 8 de setembro de 2004)
Carta ao Carlos Eduardo
Prezado Carlos Eduardo.
Na edição atual do jornal Olho Nu tive o
imenso prazer de ler sua carta, onde você nos "revela" todo o
seu sentimento, todo o seu interior. Muito lindo!
Eu e meu marido somos fundadores da Praia de
Barra Seca e desde sua implantação "SONHEI" que poderíamos
implantar lá o verdadeiro Naturismo, onde as pessoas se amariam, se
abraçariam, se respeitariam e que o sentimento de coletividade
prevaleceria sobre o individual. Mas, infelizmente, as coisas não
acontecem assim, nem lá nem nas demais áreas brasileiras. Mas ainda acredito que nem tudo está perdido
e que conseguiremos, com o passar de "muito" tempo, alcançar em
parte nossos objetivos.
Informo-lhe que estou tomando a liberdade de
repassar para amigos e integrantes da NatEs o belo texto com que nos
presenteou. Parabéns por tamanha sensibilidade.
Abraços.
Maria Luzia
marialuziaegilson@bol.com.br
(enviada em 8 de setembro de 2004)
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